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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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quinta-feira, 28 de março de 2013

Papa Francisco lava os pés de menores infratores em Roma


publicado originalmente em O Globo

Papa lava os pés de menores infratores em Roma
Foto: - / AFP
Papa lava os pés de menores infratores em Roma- / AFP
ROMA - O Papa Francisco escolheu um reformatório de Roma como cenário inédito para parte das celebrações desta Quinta-feira Santa. Após celebrar uma missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pela manhã, o Pontífice seguiu para o Instituto Penal para Menores Casal del Marmo, onde lavou e beijou os pés de 12 jovens. Ele chegou ao local por volta das 13h20m no horário de Brasília (17h20m em Roma), conforme o previsto pela agenda do Vaticano. Em mais uma demonstração de humildade, o Pontífice quis mostrar que estava a serviço, lembrando o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos 12 Apóstolos.

- Se o Senhor lavou os pés de seus discípulos, deve-se fazer o mesmo - disse o Papa, segundo a Rádio do Vaticano.

O acesso da mídia ao local foi limitado devido à presença de menores. Francisco, que preside pela primeira vez como Papa os tradicionais ritos da Semana Santa, lavou os pés de dez meninos e duas meninas, sendo que uma delas é católica e a outra é muçulmana. Alguns deles pediram que seus pés fossem lavados, enquanto outros foram convidados pelo Pontífice. No total, cerca de 10 meninas e 40 meninos de diferentes nacionalidades e religiões participaram da missa no Casal del Marmo.

A cerimônia foi acompanhada por cantos e música e transmitida apenas pela emissora do Vaticano. Os jovens presentearam o Papa com um crucifixo e um genuflexório feitos por eles mesmos. Francisco, por sua vez, entregou a eles ovos de chocolate e o pão típico italiano.

A cerimônia de lava-pés é uma tradição nas cerimônias católicas que antecedem a Páscoa. Jorge Mario Bergoglio, que quando era arcebispo de Buenos Aires lavou os pés de pacientes com HIV, escolheu os jovens de um instituto penal para a sua celebração como Pontífice.

Mais cedo, em sua primeira Missa do Crisma como Papa, Francisco exortou os religiosos a irem às periferias, onde há sofrimento e sangue, e a serem “pastores com cheiro de ovelha”. O Pontífice pediu aos sacerdotes que superem a crise de identidade “que ameaça a todos e se soma a uma crise de

Marido registra a batalha de sua mulher durante os 5 anos da luta contra o câncer


Sendo o segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. Apesar dos avanços da medicina no tratamento desta terrível e impiedosa doença, a história de hoje infelizmente não tem um final de feliz como prometido nas lindas histórias de amor. Mas essa não deixa de ser uma linda história de amor.
Jennifer e Angelo poderiam ter sido mais um casal entre milhões, o amor do dois poderia ter sido apenas mais um. Com cinco meses de casados, Jennifer foi diagnosticada com câncer de mama. Naquele momento começava a grande batalha da sua vida. Enfrentaria sozinha? Não. Assim como havia prometido, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, Angelo disse “Nós estamos juntos, vai ficar tudo bem“.

 Juntos enfrentaram a doença. E mais que amor, carinho e apoio, Angelo resolver fazer mais para sua esposa e todas as mulheres do mundo diagnosticadas com câncer. Com uma câmera registrou todas as etapas doloridas do tratamento. Durante os primeiros meses Jennifer recebeu todo o apoio das pessoas, mas como é comum as pessoas se cansam facilmente, não se interessam mais em ouvir sobre as dores e a realidade de uma pessoa com câncer. Então Angelo criou um site onde postou todas as dos cinco anos em que Jennifer lutou bravamente para vencer a doença.
O objetivo do site “My wife’s fight with breast cancer” é expor a cruel verdade do câncer, fazer com que as pessoas conheçam e compreendam tudo que uma pessoa para durante o perído em que luta para vencer, para viver.
Jennifer e Angelo não precisaram dizer uma só palavra, seu relato silencioso em preto e branco é o bastante para compreendermos o quanto a vida é frágil, o quanto somos pequenos.
“Love every morsel of the people in your life.” – Jennifer Merendino







Revista ‘Time’ estampa na capa beijo entre pessoas do mesmo sexo

‘O casamento gay já ganhou. A Suprema Corte ainda não se decidiu, mas a América já’, diz a publicação

publicado originalmente em O Globo


RIO - Na semana em que a Suprema Corte americana deu início a discussões sobre a polêmica do casamento gay, a revista “Time” publicou uma foto entre duas pessoas do mesmo sexo se beijando. Duas opções foram impressas para os leitores: uma capa com duas mulheres e outra com dois homens. As imagens vêm acompanhadas do título: “O casamento gay já ganhou. A Suprema Corte ainda não se decidiu, mas a América já”.

Na terça-feira, a Corte começou a ouvir argumentos favoráveis e contrários à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, na apreciação histórica de dois casos que podem mudar, no fim deste semestre, o status da união gay na capital e nos 50 estados do país. Os juízes, no entanto, deram sinais de que a decisão pode não ser estendida a nível nacional.

Nos questionamentos, alguns dos nove magistrados expressaram dúvidas a respeito da conveniência de a mais alta instância do Judiciário dos EUA se posicionar sobre o assunto, no momento em que a sociedade ainda está amadurecendo o debate e são recentes as experiências de autorização do casamento gay em alguns estados.

As últimas pesquisas mostram que a maioria dos americanos aprova o casamento gay. Mas há divisões significativas entre os 50 estados: nove deles reconhecem a união homossexual, 30 aceitam a proibição

Marco Feliciano, os artistas, os políticos e a Comissão De Direitos Humanos


marco feliciano
Por Renato Vargens, no Púlpito Cristão
Eu já tinha decidido não escrever mais sobre assunto, mesmo porque, não se faz outra coisa no Brasil além de se criticar o deputado paulista Marco Feliciano. No entanto, depois das últimas manifestações públicas por parte de alguns políticos, artistas e membros da sociedade civil, resolvi mais uma vez escrever sobre o tema.
Ora, como falei anteriormente eu não tenho nenhuma relação com o Marco Feliciano. Na verdade eu sou um daqueles que discorda de sua teologia e doutrina, considerando os seus ensinos absolutamente antagônicos aos ensinamentos cristãos. Além disso eu nunca votei em Feliciano e mesmo que morasse no estado de São Paulo, nele não votaria, portanto, posso afirmar sem a menor sombra de dúvidas que ele não me representa no Congresso Nacional. Todavia, por questão de justiça, uso deste espaço para manifestar minha preocupação com a forma agressiva com que algumas pessoas tem se dirigido ao politico paulista.
Caro leitor, na minha opinião a perseguição a Feliciano tem em muito extrapolado o bom senso. Ora, por favor, pare, pense e responda: Por que será que os “apedrejadores” de Feliciano não agiram com o mesmo rigor com José Genuíno, Paulo Maluf e João Paulo Cunha que tornaram-se membros de uma das mais importantes comissões do congresso, a comissão de constituição e justiça? Por qual motivo os artistas, políticos e membros da sociedade civil não tentaram invadir o gabinete de Renan Calheiros quando este foi eleito presidente do senado? Ora, será que “pau que bate em chico, não deveria também bater em Francisco? Pois é, parece que não, não é verdade? Mesmo porque, para alguns Feliciano se tornou a própria encarnação do capeta.
Prezado amigo, como afirmei anteriormente eu não votei em Feliciano, no entanto, se ele eleito foi, deve cumprir o seu papel sim, obedecendo assim as regras democráticas estabelecidas pela constituição do Brasil. Isto posto, reitero que sou contra a todo aquele que de forma arbitrária queira tirar Feliciano da presidência da comissão dos direitos humanos do Congresso Nacional.
Sinceramente eu gostaria de ver em alguns do povo brasileiro a mesma veemência em protestar contra o mensalão que cobriu de vergonha o país, ou contra a “privataria tucana”, ou até mesmo contra os roubos e desvios financeiros feitos pelos deputados que envergonham a nação brasileira. Ficaria feliz em ver a população saindo as ruas exigindo honestidade e decência por parte dos governantes, como também exigindo do Estado politicas públicas que tratem o tão sofrido cidadão brasileiro com respeito e dignidade.

Anonymous Brasil apresenta dossiê de Marco Feliciano


Banner_Anon_v2
título original: A verdade sobre Marco Feliciano
Kira Yagami, no Anonymous Brasil - via +Pavablog 
Olá, a partir deste momento iremos apresentar um dossiê de uma maneira didática para qualquer um poder pesquisar nos registros públicos.
Primeiro gostaríamos de pedir que acessem este site para que vocês  possam pesquisar o cnpj das empresas do senhor Marco Feliciano, para comprovar a existência das mesmas:
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnpj/cnpjreva/cnpjreva_solicitacao.asp
______________________________________________________
Empresas do Pastor:
10256613000148
10532559000116
09612147000107
04865568000126
08954263000141
A GMF consórcios parece que não foi declarada à Justiça Eleitoral.
E o mesmo  faz diversas propagandas dessa empresa em seu programa, de forma que influencie seus fieis a adquirir o consórcio.
Aqui temos a declaração dos bens dele, bem como de outros políticos:
http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2010/deputado-federal/12101972-marco-feliciano.jhtm
______________________________________________________
Aqui temos as Cotas para Exercício da Atividade Parlamentar, dele e de todos os deputados:
http://www2.camara.leg.br/transparencia/cota-para-exercicio-da-atividade-parlamentar
Escolha PASTOR MARCO FELICIANO
Entre essas passagens aparecem:
Talma Bauer – Ex candidato a vereador de guarulhos. A suspeita é de que a Família Bauer patrocinou a campanha dele, agora é contratada e recebe salários e benefícios do deputado.
http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2008/vereador/26111951-bauer.jhtm
Rafael Novaes é o advogado que defende a empresa do Pastor no processo de acusação de estelionato ao aceitar a contratação para um show no RS e não comparecer.
Aqui está o Processo:http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoDetalhe.asp?incidente=4084444
Roberto Marinho é cantor gospel, participa dos “Shows” por todo o Brasil junto com o Pastor. Bem como da Gravação de CDs, DVDs. Encontrado facilmente no site do Pastor.
Wagner Guerra é assessor do Pastor e também está sendo favorecido. Podemos ver como contratar o pastor aqui:
http://dicas.gospelmais.com.br/como-convidar-o-pastor-marco-feliciano-para-pregar-em-igreja-ou-evento.html
Joelson Heber da Silva Tenório também recebe salário e passagens. Presta assessoria religiosa no programa do pastor.
A Empresa FAVARO, como observamos em “consultoria” na cota, recebe verba do pastor, onde há também suspeita de funcionário fantasma Matheus Bauer Paparelli, neto de Talma Oliveira Bauer, que trabalha nessa empresa. Além da verba de consultoria, Matheus recebe salário mas a suspeita é que ele nem comparecer ao gabinete, ficando em Guarulhos.
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Funcionários contratados pelo pastor (que são de seu programa de televisão) e o salário que recebem da câmara:
Nome              Função no programa de TV                  Salário que recebe na Câmara
Wagner Guerra da Silva                 assessoria direta e imagens           R$ 8.040
Talma de Oliveira Bauer                assessoria política                             R$ 4.020
Roberto Figueira Marinho           produção musical                              R$ 3.540
Joelson Heber da Silva Tenório assessoria religiosa                           R$ 3.005
Roseli Alves Octávio                       intercessão                                           R$ 3.540
Wellington Josoé Faria de Oliveira direção de imagem                      R$ 1.502
Onde pesquisar: Nome/mês/ano
http://www2.camara.leg.br/transpnet/consulta
Funcionário fantasma:
Marco Feliciano foi eleito para sua primeira legislatura em 2010. Sua campanha custou R$ 226,3 mil. Na lista de doações eleitorais, nove repasses foram feitos por integrantes da família Bauer, totalizando R$ 9 mil. Depois que o pastor ganhou a eleição, o policial civil de São Paulo Talma de Oliveira Bauer conseguiu o cargo de chefe de gabinete do parlamentar. Daniele Christina Bauer, parente do policial, ganhou emprego com salário de R$ 8.040.
A filha de Talma, Cinthia Bauer, também doou recursos para a campanha de Feliciano e, logo depois, trabalhou como assessora de imprensa do deputado. Fez viagens Brasil afora com passagens emitidas com a cota do gabinete.
A proximidade do pastor com os integrantes da família Bauer é tamanha que, em agosto do ano passado, Feliciano gravou dentro das dependências da Câmara um vídeo em que pedia votos para Cinthia, então candidata a vereadora de Guarulhos. Assim como todo o material audiovisual do parlamentar, o trabalho teve produção da Wap TV.
Mas o caso mais grave é o de Matheus Bauer Paparelli, neto do chefe de gabinete de Feliciano. Ele é secretário parlamentar, contratado pela Câmara em novembro do ano passado, e recebe R$ 3.005,39 mensais. Mas o jovem formado em direito dá expediente a 1.170km do Congresso: ele é funcionário do escritório Fávaro e Oliveira Sociedade de Advogados.
Ligamos para a firma e foi o próprio Matheus quem atendeu o telefonema. Questionado se ele também era funcionário do gabinete do pastor Marco Feliciano, ele disse que a ligação estava ruim e desligou. Depois, não atendeu mais as chamadas.
O escritório Fávaro e Oliveira recebeu R$ 35 mil da Câmara entre setembro de 2011 e setembro de 2012, por meio de repasses da cota parlamentar de Marco Feliciano. Ao todo, o pastor gastou R$ 306,4 mil de sua cota em 2012, valor bem próximo do limite permitido pelas regras da Câmara para os parlamentares paulistas, que é de R$ 333,2 mil.
Com verba pública:
Confira alguns casos de funcionários lotados e de contratação de empresas pelo gabinete do deputado Marco Feliciano
» O advogado Rafael Novaes da Silva, contratado pelo gabinete da Câmara e pago com recursos públicos, defende a empresa Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos, do próprio deputado, em um processo que tramita no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Ele assumiu a causa depois de ter tomado posse como funcionário do gabinete.
» O produtor de tevê Welington Josoé Faria de Oliveira é contratado da Câmara dos Deputados e recebe salário com recursos públicos. Mas trabalha como produtor de tevê dos programas pessoais do pastor Marco Feliciano, sob o codinome Well Wap.

Penitência sem carolice

imagem: google

Ricardo Gondim, no seu site
Sinto-me companheiro de certos personagens da Bíblia; suas características atormentadas me atraem. Pensei em mencionar alguns notórios pessimistas não-religiosos: Schopenhauer, Nietzsche, Cioran, Camus, mas pressinto celeuma. Além do mais, não seria honesto conformar-me tão estreitamente  a gente da estirpe de Fernando Pessoa, Carlos Drummond e outros; fora a náusea universal que mulheres e homens partilham, ando razoavelmente bem resolvido em diversas áreas.
Sou irmão de Asafe, o bardo que quase se perdeu ao mirar a prosperidade de gente ruim – (Sl 73). Não invejo nenhum rico. Contudo, a fortuna de alguns me deixa com uma pulga atrás da orelha. Não me conformo com o riso cínico da corrupção. Por que pessoas íntegras se desgastam por anos com testemunhos diminutos de seus avanços na prática do bem? Escroques alcançam notoriedade com desembaraço. A virtude parece tão difícil e o engodo, tão leve.  Igual a Asafe, sou tomado por cansaço e fastio diante da injustiça.
Vejo-me parceiro nas lamentações de Jeremias. Todos os dias, colocado cara a cara com a violência, não posso aceitar mulheres apanhando, negros ganhando salário menor, crianças morrendo em ambulatórios precários, traficantes aterrorizando. Semelhante ao profeta, pergunto: “Tu, Senhor, reinas para sempre; teu trono permanece de geração em geração. Por que motivo, então, te esquecerias de nós? Por que haverias de desamparar-nos por tanto tempo”? (Lm 5.19.20).
Sou atraído pela história de Oseias. Divido sua indignação contra sacerdotes que mercadejam esperança. Da medula dos ossos vem uma revolta contra a instrumentalização do sagrado em projetos pessoais. Não consigo admitir o subterfúgio de engrandecer a Deus como alavanca para tornar a instituição mais poderosa. Não partilho da euforia de grupos religiosos que celebram vertiginoso crescimento numérico. Será se não indagam: “vale a pena?”; inflam estatísticas e pouco se importam com o inferno existencial que aflige o mundo que dizem socorrer. Igrejas obcecadas com números multiplicam a neurose religiosa. “Quanto mais aumentaram os sacerdotes, mais eles pecaram contra mim; trocaram a glória deles por algo vergonhoso. Eles se alimentam dos pecados do meu povo…” (4.7- 8).
Com Miqueias, sou dramático. O desejo de copiá-lo talvez nasça do meu desespero de exorcizar o torpor que a mediocridade produz: “…chorarei e lamentarei; andarei descalço e nu. Uivarei como chacal e gemerei como um filhote de coruja. Pois a ferida de Samaria é incurável e chegou a Judá ” (1:8-9).
Já não estranho as circunstâncias em que Jesus falou com contundência. Identifico-me em sua exasperação. Tenho vontade de desabafar, depois de constatar que não fui ouvido: “Ó tardos e néscios de coração para crer…” (Lc 24.25). Semelhante a ele, ao perceber o encurtamento das pessoas, dou-me liberdade de dizer: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês”? (Mt 17.17). Jesus considerou insuportável ver a casa de Deus apequenada, transformada em covil de ladrões – “O zelo da tua casa me devorará” (Jo 2.17). Não me culpo por denunciar: as mesas dos cambistas do templo são asquerosas.

Manifesto

deus representa

Carlos Ruas, em Um Sábado Qualquer

quarta-feira, 27 de março de 2013

Religião versus homossexualidade: como as igrejas acolhem os gays?

Para o pastor Marcos Gladstone, da inclusiva Igreja Cristã Contemporânea, o trecho da bíblia que iria contra a homossexualidade sofreu tradução maliciosa, que mudou o seu sentido

Alessandra Oggioni , no iG


Evangélico e homossexual, Marcos Gladstone cansou de esperar pela acolhida da igreja que frequentava e decidiu fundar a própria instituição religiosa. Em 2006, junto com o atual companheiro, o pastor Fabio Inácio , criou a Igreja Cristã Contemporânea, que hoje conta com nove sedes (no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo) e mais de 1.800 membros, sendo 90% deles gays.

Segundo Gladstone, que também é pastor, os cultos recebem abertamente os casais do mesmo sexo, além de realizar matrimônios – inclusive o dele, celebrado em 2009 – e batizados. “Defendemos uma teologia inclusiva, de acolhimento ao homoafetivo. Tomamos como exemplo Jesus, que sempre cuidou das minorias, acolhendo os que a sociedade excluía”, diz.

Na visão do pastor Gladstone, a bíblia não condena a homossexualidade, mas, sim, os rituais pagãos. Ele defende que algumas traduções do livro sagrado dos cristãos foram feitas de forma “maliciosa” e cita como exemplo o texto de 1 Coríntios, capítulo 6, versículo 9. “Versões preconceituosas traduziram o trecho como ‘Efeminados e sodomitas não herdarão o Reino dos Céus’, porém, o escrito original do grego diz ‘Depravados e pessoas de costumes infames não herdarão o Reino dos Céus’”, comenta.

Para saber como as principais religiões do país veem a questão homossexual, o site conversou com representantes das igrejas com maior número de fiéis em diferentes linhas doutrinárias, levando em conta dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Assembleia de Deus: "Perversão satânica e deliberada desobediência a Deus"

Na Assembleia de Deus, a igreja evangélica pentencostal mais representativa no país, com mais de 12 milhões de fieis, a doutrina é notoriamente contrária a homossexualidade. Em um artigo assinado pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, e publicado na página da igreja na internet, a homossexualidade é colocada como “uma perversão satânica dos instintos sexuais do ser humano”. Para o líder, “A Bíblia não classifica a homossexualidade como doença qualquer, pelo contrário, afirma claramente que se trata de uma deliberada desobediência a Deus e aos seus mandamentos”, escreveu.

O site procurou insistentemente, por uma semana, lideranças da igreja Assembleia de Deus para falar sobre o assunto, mas não obteve resposta.

A postura condenatória da homossexualidade se estende ainda para outras ramificações da igreja. Líder da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) é até mesmo acusado de homofobia. Ele gerou polêmica ainda maior ao assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, no início de março.

Outro exemplo de aberta condenação aos gays é a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia, conhecido nacionalmente por suas manifestações polêmicas em relação a temas como homossexualidade e aborto. Tanto Marco Feliciano como Silas Malafaia foram procurados, mas não retornaram os pedidos de entrevista da reportagem.

A evangélica Igreja Batista: "Distorção da sexualidade"

Entre as evangélicas consideradas de origem histórica, a igreja Batista é a que tem o maior número de seguidores, com mais de 3 milhões de pessoas. Para o pastor Paulo Eduardo Gomes Vieira, da Primeira Igreja Batista de São Paulo, a homossexualidade não está de acordo com os valores cristãos. “Na nossa leitura, entendemos que é uma distorção da sexualidade, portanto, é pecado. A Bíblia é clara com relação a isso”, afirma.

No entanto, embora condene a homossexualidade, o pastor defende a tolerância e o respeito às diferenças e aos direitos civis dos gays. “Lamento que alguns representantes evangélicos expressivos não consigam demonstrar discordância sem hostilidade. Discordamos veementemente da homossexualidade, mas devemos ser amáveis com os homossexuais”, critica Vieira.

Discordamos veementemente da homossexualidade, mas devemos ser amáveis com os homossexuais. (Pastor Paulo Eduardo Gomes Vieira, Primeira Igreja Batista de São Paulo)

Catolicismo tradicional: "A condição homossexual não é uma questão resolvida para os homossexuais"

O Islamismo – com pouco mais de 35 mil praticantes no Brasil – também é categórico ao condenar a homossexualidade. O sheikh Mohamad Al Bukai, diretor de Assuntos Religiosos da União Nacional Islâmica, afirma que o alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, considera a “prática” proibida. Para ele, os gays precisam de instrução, mas sem preconceito com o cidadão. “Não podemos discriminar. Temos que ajudar e orientar essas pessoas”, diz Al Bukai.

"Não sou apenas uma leitora de teleprompter", diz âncora do "SBT Brasil" sobre críticas à sua postura

Carla Neves, no UOL

  • Sheherazade divide a bancada do telejornal com Joseval Peixoto, de segunda a sexta
    Sheherazade divide a bancada do telejornal com Joseval Peixoto, de segunda a sexta
Há quase dois anos como âncora do "SBT Brasil", a jornalista Rachel Sheherazade, de 39 anos, divide opiniões ao comentar temas polêmicos como religião e política. Um dos comentários mais provocantes da paraibana – que ganhou notoriedade ao criticar o Carnaval de seu Estado natal – aconteceu recentemente, quando ela defendeu a manutenção do deputado e pastor Marco Feliciano na presidência de Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Nesta segunda-feira (25), Keila Jimenez, da coluna Outro Canal, afirmou que um grupo de funcionários do SBT, incluindo artistas, está indignado com alguns comentários feitos por Rachel no "SBT Brasil". Segundo a colunista, eles estão organizando um abaixo-assinado batizado de "Rachel não nos representa", que será encaminhado à direção do canal. Em entrevista ao portal UOL, a apresentadora disse desconhecer a existência do abaixo-assinado.
"Bem, nem eu nem a direção de jornalismo sabemos nada a respeito da existência de um abaixo-assinado", explicou.
Rachel argumentou que jamais poderia representar grupo algum dentro do SBT. "Não tenho procuração para isso. Nem quero ter.  É bom lembrar que não fui contratada para repercutir a opinião de artistas, funcionários ou diretores do SBT.  Nem para estar em consonância com eles. Não fui admitida nem mesmo para reverberar a opinião do dono da emissora. Muito pelo contrário", acrescentou.
Rachel falou sobre sua postura e disse que não é "apenas uma leitora de teleprompter" [equipamento acoplado às câmeras de filmar que exibe o texto a ser lido pelo apresentador]. A jornalista afirmou que quando foi convidada para trabalhar na emissora de Silvio Santos, pediram-lhe, simplesmente, que emitisse suas próprias opiniões, falasse o que quisesse, com total liberdade.
Leia, abaixo, a entrevista completa com a jornalista:
UOL – Você é conhecida por emitir opiniões a respeito de temas polêmicos, como religião e política. Já existiu alguma restrição ou recomendação por parte da emissora a respeito do seu jeito de se expressar?
Rachel – Ao ser convidada para fazer parte do SBT, pediram-me, simplesmente, que emitisse minhas próprias opiniões. Falasse sobre o que quisesse, com total liberdade. Portanto, a única coisa que faço é usar esse privilégio da liberdade de expressão todos os dias. Se fosse pautar meus comentários pela aprovação da maioria não teria opinião própria, seria uma marionete de outros interesses. Isso não sou. 
Você já sentiu alguma insatisfação por parte dos artistas e/ou da direção do SBT?
Nunca senti qualquer insatisfação por parte da direção nem dos artistas da emissora. Cada um tem seu papel: os artistas entretêm, os diretores dirigem. Sou jornalista e comentarista. Apresento o "SBT Brasil" e emito minhas opiniões. Não há qualquer ingerência entre áreas.
Já sofreu alguma represália por causa dos seus comentários?
Represália nunca sofri. Mas os comentários com maior repercussão sempre geram aplausos apaixonados e críticas inflamadas. Faz parte do meu trabalho. Não sou apenas uma leitora de teleprompter. Analiso os fatos, dou opinião, me exponho, dou a cara a tapa todos os dias. Se conquisto muitos com minha coragem e franqueza, também incomodo outros. Não tem como fugir disso, a não ser ficando em cima do muro. Mas quem não se posiciona não tem opinião. Não é o meu caso.
  • Roberto Nemanis/SBT
    Jornalista é âncora do "SBT Brasil" há 2 anos
Você já se arrependeu de algo que tenha dito?
Nunca me arrependi de nada que tenha dito na TV. Até porque não sou uma pessoa leviana. Penso e pondero muito antes de emitir minhas opiniões. Apesar de não ter me arrependido de nenhum comentário, sei que posso mudar de opinião futuramente. Quem sabe? Um bom contra-argumento me conquista e pode, sim, me fazer mudar de ideia. Mas, até agora, sigo firme nas minhas convicções.
O que você escuta das pessoas nas ruas sobre sua postura?
Ouço de tudo: de positivo e negativo. Mas, sejam farpas ou elogios, a crítica está sempre me ajudando a crescer como profissional. Algumas pessoas não entendem o sentido do espaço opinião. Criticam minha suposta falta de "imparcialidade", como se uma opinião pessoal não tivesse que ser parcial. Outros dizem que o bom âncora é aquele que não se posiciona, que limita-se a seu papel de ler o teleprompter. Mas, felizmente, a maioria aprova e apoia minha opinião no jornalismo. Dizem que sou a porta voz dos que não têm vez. Defendem que meus comentários, apesar de não serem unânimes, fazem o telespectador pensar a notícia, debater os fatos, sair da inércia e tomar posições. Fico feliz quando me dizem que inspiro estudantes e que mudei o jeito de fazer jornalismo na TV. Devo dizer que não sou

"Houve exageros e equívocos"; Feliciano não é uma ameaça, diz especialista





publicado originalmente no Uai

A decisão do partido do pastor evangélico e deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP) de mantê-lo na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados parece não encerrar o debate desse episódio que tem provocado a opinião pública brasileira. Para o professor do mestrado de Ciência da Religião, da PUC Minas, Wellington Teodoro da Silva, no bojo dessa discussão sobre garantias e direitos fundamentais há “exageros e equívocos”.

De acordo com o cientista religioso, diante de um estado laico, justificar a retirada de Feliciano da Comissão de Direitos Humanos e Minorias com base no fato de ele ser um pastor evangélico , se associando a uma corrente do pensamento religioso com ideais declarados de racismo e homofobia, aponta para o primeiro erro da discussão – em grande parte, destaca Wellington, veiculado nas redes sociais. “Por mais que ele seja preconceituoso, estar naquela comissão não fere a laicidade do estado e ele tem o direito de estar lá”, defende o cientista religioso.

Wellington argumenta que não cabe em um estado democrático, que é amparado em preceitos constitucionais, “perseguir ninguém por suas crenças religiosas”. Para ele, o que se deveria discutir é a consolidação e o fortalecimentos das instituições – nesse caso, a Câmara dos Deputados, que tem dado demonstrações, muitas vezes, de estar entregue a conchavos políticos e interesses de grupos. O cientista religioso lembra que Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados após um acordo de lideranças partidárias, que deu ao PSC a prerrogativa de colocá-lo no cargo com o apoio da bancada evangélica.

Para Wellington, conviver com o diferente na democracia faz parte das regras do jogo. “Um negro ou um gay que tiver uma visão muito ideologizada, sem abertura para o diálogo, para o diferente, é tão prejudicial quanto o Feliciano”, argumenta ele, sem medo de ser mal interpretado. “ Não estou defendendo o Feliciano, que, com certeza, não é a pessoa mais indicada para estar ali ( na Comissão de Direitos Humanos e Minorias), mas ele terá que, apesar de suas crenças, respeitar o que diz a Constituição do país”, acrescenta o cientista religioso, para quem esse é uma imposição que muitos estão se esquecendo dela.

Para o cientista religioso, outro equívoco do debate, recheado de “teorias religiosas”, está relacionado a suposições de que Feliciano representa uma corrente do pensamento religioso que poderia ameaçar a cidadania, incluindo as minorias. “No Brasil, todo mundo discute religião sem estudar e, portanto, sem entender do assunto. Até mesmo nas universidades isso acontece”, lamenta.

Wellignton que é também presidente da Associação Brasileira de História das Religiões ( veja site www.abhr.org.br ) garante que a corrente religiosa de Feliciano não alcança a maioria dos evangélicos. “Evangélicos também estão nas redes sociais afirmando que Feliciano não os representa. Por isso, o deputado não significa uma ameaça. Ele é apenas uma expressão de um grupo de evangélicos que não é hegemônico”.

Diante dessa evidência, sustentada pelo cientista religioso, Wellington acredita que Feliciano e seus seguidores não deveriam ser “perseguidos”, mas sim confrontados no embate diário do exercício democrático da política. Do contrário, alerta Wellington, surge espaço para neologismos que deturpam o debate e colocam Feliciano com o “discurso do perseguido, do martirizado”, em uma analogia aos primeiros cristãos e ao próprio Cristo.

Versão freestyle da Bíblia causa polêmica e divide opiniões em MG

Pastor roqueiro de Uberlândia reescreve textos das Sagradas Escrituras.
Teólogo afirma que em alguns trechos o sentido original foi alterado.





por Augusto Medeiros e Paulo Borges, no G1

Jesus Cristo é “o cara”. E São José, pai de Jesus, é um “cara muito joia”. Pelo menos é assim que os dois são descritos em uma releitura da Bíblia "Freestyle" - que em português significa Estilo Livre. A versão escrita por um pastor evangélico de Uberlândia está sendo publicada diariamente na internet e as novas formas de narrar as passagens bíblicas, que podem ser lidas na página do autor, já estão gerando polêmica.
Passagem da Bíblia Freestyle descrevendo o encontro dos primos João e Jesus,
no Evangelho de Mateus (Foto: reprodução/TV Integração)

O Capítulo 1 do Livro Evangelho Segundo Mateus começa assim: "Livro da geração de Jesus, o cara. Da descendência de Davi e também de Abraão. Depois de Abraão, muito sexo foi feito e muitas crianças nasceram por conta disso. Até que 41 gerações se passaram e nasceu um cara muito joia chamado José. Esse tal de José era especial porque quando a dona Maria (sua noiva) apareceu dizendo que tava grávida do Espírito Santo, ele obviamente sentiu que isso cheirava a chifre."

Até Maria Madalena também ganhou atenção especial. Na versão ela é descrita como uma mulher que "mais parecia um pudim de capeta".



A ideia da versão jovem da bíblia foi do pastor Ariovaldo, que há dez anos fundou a Igreja Manifesto Missões Urbanas deUberlândia, voltada ao público de roqueiros. Segundo o pastor, ele começou a escrever os textos por hobby. Ele disse ter percebido que poderia falar de forma mais profunda sobre religião, unindo humor e cultura contemporânea. “Na verdade eu escrevi alguns textos para mim mesmo, tentando contar as histórias da vida da maneira que a gente conversa no dia a dia. Quando publiquei isso na internet comecei a divulgar em redes sociais. E várias pessoas passaram a me escrever dizendo que eu devia fazer a Bíblia toda”, contou o pastor.

Mas essa liberdade de expressão rendeu polêmica na internet. Abaixo, alguns comentários de pessoas que leram a versão Freestyle das Sagradas Escrituras. Por meio de opiniões publicadas na própria página do pastor, enquanto alguns criticam, outros apoiam a atitude.

* "Infelizmente estamos perdendo a seriedade da palavra de Deus, muito triste isso"

* "a Bíblia não fala que devemos nos adequar a este mundo"

* "Eu te encorajo a continuar escrevendo, vc alcançará mtas pessoas"

Apesar de ter total apoio dos fiéis da igreja, o pastor disse que já esperava o surgimento de pessoas contra a ideia.
Pastor diz que já esperava polêmica (Foto:
Reprodução/TV Integração)
Nas ruas, a população também se divide. “É muito fora dos padrões, até porque o Livro da Vida é a Bíblia e este linguajar não cabe muito bem”, disse o motorista Aparecido Reis da Silva. Para a estudante Thays Silva faltou respeito. “A Bíblia é algo de respeito. E isso ficou muito vulgar”, argumentou.

Para a pesquisadora Sidneia Silva, a mudança de estilo não é bem vinda. “A Bíblia tem que ser aquilo que nós vemos, da maneira como está escrita. Se eu mudar uma palavra, uma pessoa mudar outra, como vai ficar daqui a algum tempo ?”, questionou.

Frequentador da Igreja Manifesto, o técnico em eletrônica Cássio Atestor contou que apoia o projeto. “Eu entendo que seja uma forma de atrair as pessoas a lerem o texto original”, afirmou. Já a atriz Laís Batista disse que a nova linguagem tende a alcançar públicos diferentes. “Ela alcança novas tribos”, resumiu.

terça-feira, 26 de março de 2013

Disseram que estou sempre do lado do diabo!



por Hermes C. Fernandes, no Cristianismo Subversivo

Ao acessar hoje o meu perfil no facebook, deparo-me com o seguinte comentário: Você sempre está do lado do diabo. Junto com o comentário, um link de um post de Silas Malafaia sobre os pastores que se opuseram à eleição de Marco Feliciano ao posto de presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Permita-me explicar as razões porque às vezes pareço estar do lado errado.

Olho para o mundo e vejo lampejos da graça de Deus em gestos, palavras, produções culturais, etc. Olho para a igreja e vejo anacronismo, sede de poder, narcisismo, e coisas que com tanta veemência parece condenar. Há coisas no mundo que gostaria de ver na igreja. E há coisas na igreja que a tornam muito semelhante ao mundo no que ele tem de pior.

Podemos afirmar que Jesus estava ao lado do diabo por ser tão duro com os religiosos do templo e complacente com os “inimigos”? Uma das principais razões pelos quais os religiosos conspiraram para mata-lo foi justamente esta. Como um rabino judeu poderia atender e elogiar publicamente um centurião romano? Como Ele poderia hospedar-se na casa de um cobrador de impostos, um traidor da pátria? Ao mesmo tempo em que comia com publicanos e prostitutas, Jesus era duro em Seu discurso contra os religiosos hipócritas.

Se Jesus estivesse do lado deles, jamais teria feito o que fez no templo em Jerusalém, expulsando os cambistas e acabando com a mamata dos sacerdotes. Se estivesse do lado deles, não os teria chamado de  guias cegos, hipócritas, sepulcros caiados, filhos do diabo, etc.

Os que se dizem seguidores de Jesus parecem ter tomado o caminho inverso. Somos duros com os de fora e complacentes com os de dentro. Não importa se o sujeito prega um monte de heresia; se seus inimigos são os mesmos nossos, logo, deduzimos que é nosso amigo (ou seria, comparsa?).

Até quem não professe nossa fé, ao colocar-se contra os que consideramos nossos inimigos, torna-se nosso aliado. E assim, promiscuímo-nos.  Aliamo-nos com aqueles que trazem um discurso raivoso recheado de preconceito.  Seria como se Jesus abraçasse a causa herodiana.

Fiquei chocado recentemente quando li que a bancada evangélica encontrou na bancada ruralista uma de suas principais parceiras no congresso. Ambas se lixam para as questões ambientais. Estamos sempre dando as mãos aos reacionários, aos que defendem os direitos dos poderosos em detrimento dos desafortunados. Traímos nosso Senhor e Cristo.

O que fazer diante desta triste realidade? Particularmente, prefiro cortar na própria carne.

De acordo com Pedro, o juízo de Deus deve começar por Sua própria casa. Não é em vão que no livro de Apocalipse, antes de tratar com a grande Babilônia, Jesus trata com a Sua igreja, repreendendo, exortando, corrigindo, e eventualmente, elogiando. Como julgar Roma, sem antes corrigir a igreja que estava em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia?

Como poderíamos propor que o mundo se submetesse aos princípios e valores do Evangelho se em nossa própria casa isso não tem acontecido?

Veja, por exemplo, nossa ânsia por poder. Jesus disse que entre nós não deveria ser assim. Quem quisesse ser o maior deveria ser o serviçal. Que moral temos de conclamar o mundo a que tome Jesus como exemplo, servindo ao invés de dominar?

Uma universidade que ensina analfabetos a tornarem-se engenheiros e médicos


Vicente Carvalho, no Razões para acreditar

Conheça um indiano, em Rajasthan, na Índia, que fundou uma escola extraordinária que ensina mulheres e homens do meio rural – muitos deles analfabetos – a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.

A ideia da universidade é valorizar o conhecimento daqueles que vivem com menos de um dólar por dia. Os “profissionais pés descalços”, como são chamados os estudantes, são homens e mulheres rurais não educados do modo convencional, mas que são capazes de realizar empreendimentos maravilhosos, pois carregam consigo uma ampla gama de sabedorias locais.

Roy explica que sua instituição foi feita para eles e, por isso, somente o que eles acham ser importante é discutido e refletido ali dentro. Uma faculdade onde se você tem mestrado ou doutorado você é ‘desqualificado’ para entrar. “É preciso trabalhar com as mãos, é preciso ter dignidade de trabalho. É preciso mostrar que se tem uma habilidade que se pode oferecer à comunidade, prestando um serviço a ela. A ideia é valorizar o conhecimento local”, explica Roy.

A Universidade dos Pés-Descalços acredita que “alfabetização” é o que se adquire na escola, mas “educação” é o que se ganha de família, tradições, cultura, meio ambiente e experiências pessoais. Ambos são importantes para o crescimento individual. Roy enfatiza que lá os professores são aprendizes e os aprendizes são professores, ou seja, uma mudança radical nos conceitos atuais do que é ser uma escola.

Onde pra ensinar as matriarcas dos povoados a produzir energia solar, eles usaram a universal linguagem de sinais, e elas ficaram seis meses na Universidade, voltaram para seu povoado e sozinhas instalaram painéis solares, e vem fazendo difundido esse aprendizado em vários lugares do mundo.

Eu poderia descrever muito mais dos extraordinários feitos atingidos pela ‘Pés-Descalços’ mas prefiro que vocês assistam ao depoimento do fundador em uma palestra realizada no TED, eu assisti ao vídeo e por diversos momentos tive que dar ‘pause’, tamanha era meu sentimento de que o mundo precisa de mais pessoas e universidades assim:











Uma das grandes lições que falou é: não escute tanto as pessoas de fora, escute as pessoas que estão ao seu lado, elas tem as respostas mais corretas.

Refugiados e seus pertences mais valiosos


Vicente Carvalho, no Razões para acreditar

O que levaria com você caso precisasse fugir de casa e ir pra outro país? Milhares de sírios e sudaneses tiveram que tomar essa decisão rapidamente.

Esse é um projeto em andamento que pergunta aos refugiados de diferentes partes do mundo: “Qual é a coisa mais importante que você trouxe de casa?”. Foi essa pergunta que o fotojornalista Brian Sokol fez, enquanto estava em missão para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e desenvolveu o projeto “A coisa mais importante”, que nos permite refletir sobre a desigualdade do mundo, e lembra o ensaio que mostramos aqui no Hypeness de crianças com seus brinquedos ao redor do mundo, e que vitima milhares de pessoas atualmente. O projeto emociona pela simplicidade, pois mostra em imagens, histórias de pessoas sem casa, sem rumo, sem nada, numa sofrida luta pela vida.


Na foto acima, o objeto mais importante que Dowla foi capaz de trazer com
 ela é uma balança de madeira equilibrados no seu ombro, com o qual ela
levou seus seis filhos durante a viagem de 10 dias a partir de Gabanit ao
Sudão do Sul. Às vezes, as crianças estavam muito cansadas de
 caminhar, obrigando-a a levar dois de cada lado.


O objeto mais importante que Amuna foi capaz de trazer com ela foi a 
panela equilibrada no alto da cabeça, com o qual ela foi capaz de
 alimentar os seus filhos durante a viagem da família para 
a fronteira com o Sudão do Sul.

A coisa mais importante para a garota Maria, de 10 anos de idade,
 é um galão velho que ela segura orgulhosa nesta fotografia tirada no 
acampamento Jamam no condado de Maban, Sudão do Sul.

A coisa mais importante Yusuf foi capaz de trazer quando ele fugiu da Síria
 é o celular que ocupa nesta fotografia: “Com isso, eu sou capaz 
de ligar para o meu pai”.

A coisa mais importante que Magboola (foto acima) foi capaz de 
trazer com ela é uma panela. Não foi o maior pote que ela tinha, mas 
era pequeno o suficiente que ela pudesse viajar com ele, mas grande o 
suficiente para cozinhar para si e para suas três filhas.

As coisas mais importantes que Torjam foi capaz de trazer com ele foi as
garrafas de plástico que ele segura aqui. Um carregava água potável, a
 outra óleo de cozinha.

A coisa mais importante que Haja foi capaz de trazer com ela foi
 um xale, chamado de “taupe”, que o que ela usou para levar sua neta de
18 meses, Gaze Bal.

Maio, de 8 anos, posa para um retrato em Domiz campo de refugiados na 
região do Curdistão do Iraque. Ela e sua família chegaram em Domiz cerca 
de um mês antes da foto ser tirada, depois de ter fugido de sua casa, em Damasco, 
capital da Síria. A coisa mais importante que ela foi capaz de trazer com 
ela quando ela saiu de casa é o conjunto de pulseiras que ela usa nesta foto.

Noora, que não sabe sua idade, fica dentro de seu abrigo improvisado no 
campo de refugiados de Doro, Maban County, sul do Sudão. O objeto mais
 importante que ela foi capaz de trazer com ela é uma cesta de madeira 
que ele detém, pois permitiu-lhe levar o seu filho de um ano de idade.



Taiba Yusuf, de 15 anos, fugiu do Sudão apenas com a roupa que ela
 estava usando, não usava sapatos, não conseguiu comer nem uma garrafa
 de água. Ou seja, ela não tem nenhum objeto pois saiu abruptamente
e de mãos vazias.

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