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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Justiça nega pedido para tirar do ar TV que só transmite religião


Rede 21 vende 22 horas por dia
para evangélicos

A Justiça Federal negou ao MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo pedido urgente (liminar) para a retirada do ar da Rede 21, do Grupo Band, por transmitir 22 horas por dia de programa religioso, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Pela regulamentação do setor de telecomunicação, rádio e TV podem vender no máximo 25% de sua programação.

Como a decisão é provisória, agora a Justiça vai examinar o mérito do pedido.

O MPF tomou iniciativa semelhante em relação à CNT. A Justiça ainda não se manifestou sobre essa segunda ação civil pública.

Para o MPF-SP, as emissoras que estão extrapolando “os limites da concessão do serviço de radiofusão” agem contra o “interesse nacional” porque deveriam dedicar sua programação à cultura e à educação.

Assim, segundo o órgão, essas emissoras incorrerem na prática de “enriquecimento sem causa”.

As emissoras alegam que não transgridem a lei porque os programas religiosos não são anúncios.

Trata-se de uma argumentação difícil de sustentar porque somente em 2014 as igrejas injetaram nas emissoras pelo menos R$ 1 bilhão, de acordo com estimativa do site “Notícias da TV”. Só a Globo e o SBT não fazem esse tipo de negócio.

A TV Band, a principal emissora do grupo da família Saad, fatura por mês R$ 8,5 milhões com a venda de uma hora na faixa nobre ao pastor R.R. Soares, chefe da Igreja Internacional da Graça de Deus.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Em novo reality, pastor tem oito minutos para converter prostitutas


O pastor Greg Reese em rua do condado de Orange (Califórnia, EUA)
 antes de se encontrar com prostituta
por Daniel Castro, no nTV

Um novo reality show promete dar o que falar. Em 8 Minutes (8 Minutos, título provisório), o pastor norte-americano Greg Reese, de 44 anos, promete tirar prostitutas das ruas de uma cidade da Califórnia e transformá-las em fiéis protestantes. Sua missão será registrada pelas câmeras do produtor Tom Formam, criador de Extreme Makeover: Home Edition, que a exibirá no canal pago A&E.

Ex-policial, Reese já tem experiência no assunto. Uma reportagem sobre seu trabalho, publicada no ano passado pelo jornal Los Angeles Times, inspirou a criação do reality show. "Nós lemos aquilo e pensamos: alguém tem que colocar uma câmera nisso", disse Forman ao site Entertainment Weekly. "É a coisa mais incrível que eu já ouvi."

Durante 20 anos, Reese atuou na região do condado de Orange, vizinha a Los Angeles. Ele trabalhava no setor de vícios da polícia local e lidava com o mundo da prostituição diariamente, prendendo homens e atendendo ocorrências de ataques a garotas de programa.

Atualmente, em seu trabalho na igreja batista, Reese telefona para prostitutas se passando por cliente e marca um encontro. No local, ele logo entrega uma camisinha com um telefone e diz que não está ali para transar. O pastor explica a situação e espera uma reação.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

4 razões para abandonar as redes sociais

foto: flickr.com/todojuanjo/
foto: flickr.com/todojuanjo/
Carol Castro, no Ciência Maluca (via Pavablog)
Tudo começa com uma curiosidade. Seus amigos estão lá e não param de comentar sobre a novarede social do momento. Você entra, fuça e gosta. Instala no celular o aplicativo para não perder as novidades do seu feed de notícias. A todo instante, vai lá conferir quem curtiu seu post, suas fotos, seus comentários. Pronto: você está viciado.
E vai ficar mais viciado em redes sociais do que em cigarro. Foi o que mostrou um estudo de pesquisadores da Universidade de Chicago. Durante uma semana, 205 voluntários relatavam, a cada meia hora, quais eram os desejos mais fortes que sentiam naquele momento. Eles até resistiam aos impulsos consumistas e sexuais, mas não se aguentavam quando o assunto era checar o Facebook. A vontade de fuçar nas redes sociais era maior do que a de fazer qualquer outra coisa. Até fumar.
Aí você não se reprime e fuça mesmo. Não apenas confere as novidades alheias, como também posta um montão de fotos bacanas. E nessa corre o risco de perder amigos. Pois é. É que sempre vai ter alguém para sentir ciúmes – seus amigos que ficaram de fora ou o seu amor. E seu nível de intimidade com essas pessoas até cai.
Pelo menos foi o que disseram as 500 pessoas que participaram de uma pesquisa britânica. Eles contaram aos cientistas com que frequência alguns amigos lotavam o feed deles com fotos,como se sentiam, qual era o nível de intimidade com aquela pessoa. A maioria se afastava dos colegas que se exibiam muito nas redes sociais. Exceto, claro quando eram amigos muito próximos ou parentes.
Bem, se não bastava perder a simpatia de alguns conhecidos, você ainda corre o risco de engordar. E ficar pobre. A pesquisa da vez vem lá das universidades Columbia e de Pitsburgo. Eles convidaram 541 pessoas para uma brincadeira. Parte tinha acesso às redes sociais, enquanto os outros não. Depois de um tempo de espera, eles deveriam escolher entre um biscoito dechocolate e uma barra de cereal. Quem havia fuçado no Facebook costumava preferir a primeira opção. Esse grupo também se mostrava mais disposto a seguir impulsos consumistas e torrar todo o dinheiro desenfreadamente.
É um efeito colateral do seu bom relacionamento com os amigos que sobraram. “Quando as pessoas usam o Facebook elas ficam mais felizes com elas mesmas”, explica Andrew Stephen, co-autor do estudo. “E pessoas que se sentem bem tendem a se controlar menos. Eles se dão permissão para extrapolar em algumas coisas”, conclui.

Thomas Jefferson retalhou a Bíblia para ter versão sem lixo


Jefferson extraiu 'diamantes' da Bíbliapara
ter sua versão da história de Jesus
Em uma noite de inverno de 1804, Thomas Jefferson (na ilustração), o terceiro presidente dos Estados Unidos, de 1801-1809, pediu a um funcionário da Casa Branca que trouxesse dois exemplares da Bíblia e a retalhou com uma lâmina, tirando da história de Jesus o que lhe agradava. Ao conjunto, ele deu o nome de "A Filosofia de Jesus de Nazaré”.

Mais tarde ele escreveu uma carta ao seu amigo John Adams dizendo que tinha montado uma versão só com os “diamantes” da Bíblia, para distingui-los do monturo (dunghill)

Em português, monturo significa grande quantidade de lixo, monte de objetos desnecessários, lixão de difícil acesso.

A palavra inglesa dunghill quer dizer, entre outras coisas, estrume, monte de esterco, excremento de animais.

Jefferson usou “diamante” como metáfora por se tratar de pedra rara.

Ele foi o principal autor da Declaração da Independência (1776) e também um dos mais influentes fundadores dos Estados Unidos.

Jefferson perdeu a sua montagem de “diamantes” da Bíblia, mas em 1820, aposentado da política, aos 77 anos, ele criou nova versão do Novo Testamento, em quatro idiomas. Usou seis exemplares da Bíblia — dois em inglês, dois em francês e dois em latim e em grego.

Nesta versão, Jefferson deixou de fora os milagres, como Jesus andando sobre as águas, ressuscitando Lázaro e multiplicando pães e peixes. Ele também não fez recortes sobre alusões ao nascimento virginal e à sugestão de que Jesus é Deus.

Jefferson deu à colagem o nome de “A vida e moral de Jesus de Nazaré”. Ela termina com o sepultamento de Jesus na sexta-feira, não com a ressurreição, no domingo de Páscoa.

Encadernada, essa colagem está Museu Smithsonian, de História Americana, juntamente com duas Bíblias das quais Jefferson extraiu os “diamantes”.

Thomas Jefferson foi de família que frequentava a Igreja Anglicana. Estudou em escolas que seguiam essa orientação religiosa, desde o ensino fundamental à faculdade.

Ele compareceu a cultos durante toda a vida, mas tinha uma visão crítica da religião, principalmente do cristianismo, como demonstram as suas versões da Bíblia.

Intelectual brilhante, ele preferiria tirar suas próprias conclusões, mesmo contrariando o dogmatismo religioso. Dizia que todos deviam fazer o mesmo.

Uma das Bíblias das quais Jefferson extraiu 'diamantes'
Em 1787, ele disse ao seu sobrinho Peter Carr que indagasse com arrojo mesmo sobre a existência de um deus. “Porque, se houver um, ele deve homenagear mais a razão que o medo de quem tem os olhos vendados”.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Congresso reúne opositores da teoria da evolução; biólogos criticam 'novo criacionismo'

por Reinaldo José Lopes, na Folha de S.Paulo

O químico Marcos Eberlin, 55, tem um currículo muito parecido com o de outros pesquisadores de alto nível do país. Com centenas de artigos publicados em revistas especializadas, ele é membro da Academia Brasileira de Ciências e professor titular da Unicamp, chefiando um laboratório especializado em espectrometria de massa (grosso modo, uma técnica que permite "pesar" moléculas).

Para consternação de vários de seus colegas, porém, Eberlin também é um dos organizadores do 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente, que começa em 14 de novembro, em Campinas, reunindo os principais adversários da teoria da evolução entre cientistas do Brasil.

Os defensores da TDI (Teoria do Design Inteligente) apresentam uma versão atual de argumentos que chegaram a seduzir o próprio Charles Darwin (1809-1882) antes que o naturalista formulasse a ideia de seleção natural e se tornasse fundador da biologia evolutiva.

Eles defendem que seres vivos são complexos demais para terem surgido a partir de matéria não viva, pela ação de leis naturais.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress 

Essa complexidade seria, na verdade, sinal de um design, ou "projeto", embutido nos seres vivos por algum tipo de inteligência avançada.

"Cientificamente, eu sei quais são os meus limites, sei que nunca será possível demonstrar que inteligência seria essa", diz Eberlin.

"Tem gente que vai dizer que é o Deus bíblico, tem gente que vai dizer que são os ETs, ou que é uma força que permeia o Universo. Mas mostrar que houve essa ação inteligente é uma proposta científica válida", afirma o pesquisador.

A grande maioria da comunidade científica discorda, porém –em especial os biólogos, principais responsáveis por estudar a trajetória da vida na Terra. Nos EUA, onde surgiu, a TDI é vista como uma tentativa de misturar ciência com convicções religiosas. Por lá, de fato, os defensores mais importantes da tese costumam ser cristãos conservadores.

"No nosso caso, não vejo esse viés. Tem agnóstico, tem espírita, tem católico e, lógico, tem evangélico também", afirma Eberlin, que é batista.

QUESTÃO DE QUÍMICA

Entre as dezenas de membros do comitê científico do congresso, há desde biólogos até historiadores, mas os químicos, tal como o professor da Unicamp, predominam. Dois dos membros mais destacados do comitê, Kelson de Oliveira, da Universidade Federal do Amazonas, e Brenno da Silveira Neto, da Universidade de Brasília, também cursaram teologia (ambos são presbiterianos).

Segundo Oliveira, a forte presença de químicos entre adeptos da TDI é motivada, em parte, pelos modelos sobre a origem da vida na Terra, que "podem ser facilmente entendidos por um químico". "Isso nos permite ver falhas que muitas vezes escapam a integrantes de outras áreas", diz o pesquisador.

Mais especificamente, eles dizem que a probabilidade de reações químicas naturais levarem à formação de células primitivas seria praticamente nula. Para Eberlim, a complexidade bioquímica das células atuais, com mecanismos de correção de DNA, é indício de design inteligente.

Para Brenno da Silveira Neto, o congresso será um foro de debate científico sobre o tema. "Acho errado que grupos religiosos se tornem adeptos da TDI só porque ela valida sua visão de fé."

O congresso deve ser palco da criação da Sociedade Brasileira do Design Inteligente e da divulgação de um manifesto sobre o ensino da evolução e da TDI nas escolas públicas. Eberlin, porém, diz que a ideia não é pressionar o Ministério da Educação.

"O que a gente quer é que a teoria da evolução seja ensinada de maneira certa e na idade certa. É um absurdo usar nas escolas revistinha da Turma da Mônica mostrando o macaquinho virando homem para crianças pequenas", diz o químico.

"Queremos que o professor não esqueça de informar aos alunos que há outra teoria que quer entrar na briga. E que não se ensine nada sobre TDI, pois ainda não se sabe bem o que falar. Deixe apenas os alunos cientes de sua existência."


O professor de química da Unicamp Marcos Eberlin, adepto da tese
do design inteligente (TDI) - 
Davi Ribeiro/Folhapress 

SEM SENTIDO

A tentativa de dar verniz científico e educacional à Teoria do Design Inteligente costuma esbarrar na semelhança entre a tese e o tradicional criacionismo –a crença numa divindade que teria criado diretamente os seres vivos como são hoje, em geral idêntica ao Deus da Bíblia.

Foi essa a conclusão do juiz americano John Jones ao decidir contra a secretaria de educação de Dover, na Pensilvânia, que defendia que a TDI fosse ensinada ao lado teoria da evolução nas escolas públicas. Jones concluiu que um currículo escolar assim violaria a separação entre religião e Estado estabelecida na Constituição dos EUA.

No Brasil, em 2004, o Estado do Rio de Janeiro, governado por Rosinha Matheus, chegou a propor a inclusão do criacionismo no ensino público, embora não tenha havido alteração nas aulas.

A maioria dos biólogos, porém, diz não ver sentido na TDI, mesmo quando se analisam os dados do DNA com técnicas modernas.

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