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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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segunda-feira, 31 de março de 2014

O que aprendi vivendo dez anos sem televisão


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 Publicado por Paulo Brabo [via Pavablog]
Acordei sobres­sal­tado esta madrugada e me me dei conta: em abril de 2014 completo dez anos sem aparelho de tv em casa. Para que a trans­pa­rên­cia seja completa, devo explicar que moro sozinho e, claro, tenho acesso à internet (trabalho pela internet) – mas o fato não muda: fora um seriado ou outro assis­ti­dos no com­pu­ta­dor (Lost! Community! The Walking Dead!), são dez anos morando no Brasil sem assistir televisão, aberta ou fechada. Nenhuma novela, nenhum programa de entre­vis­tas, nenhum noti­ciá­rio, nenhuma propaganda.
Essa abs­ti­nên­cia, embora fácil, me forneceu uma pers­pec­tiva do país que a sua dose diária de televisão pode ter roubado de você. O que aprendi em dez anos sem televisão?

1
A televisão ocupa os últimos espaços sociais da vida

É hoje lugar comum maldizer tablets e smart­fo­nes, porque efetuam a proeza de separar em mundos estanques tanto fami­li­a­res dentro de uma casa quanto amigos ao redor de uma mesa do bar. Sou o primeiro a concordar com essa avaliação e com outras mais pes­si­mis­tas, mas o problema só é acentuado pela sobre­vi­vên­cia da televisão.
O televisor (alguém ainda usa essa palavra? Tele-visor) nunca foi conhecido por unir famílias e incitar a con­ver­sa­ção, mas durante muito tempo era um só e podia ser desligado – “vão brincar lá fora, que o smartfone ainda não foi inventado e tenho de conversar com o seu pai”,
Pela minha avaliação, hoje cada aposento da casa tem o seu aparelho de tv, até mesmo espaços sagrados como o quarto de dormir e a cozinha – meu Deus, a cozinha. E o costume é deixá-las ligadas sempre, algumas vezes todas ao mesmo tempo; algumas vezes com o volume baixo, como se adi­an­tasse alguma coisa. E estão ligadas também em muitos bares e res­tau­ran­tes, emu­de­cendo amigos e até casais.
Vamos combinar que os smart­fo­nes são coisa de Satanás, mas mesmo quando estão todos des­li­ga­dos o espaço social permanece ino­cu­pá­vel pela oni­pre­sença da tela azul. Pelo menos um par de olhos, nor­mal­mente todos, per­ma­ne­cem dis­traí­dos pela serei­a­zi­nha. Acredite, eu conheço a tentação, do contrário não teria concluído que não posso viver com ela.

2
A morte do bra­si­leiro cordial

Salvo engano, você ouviu da tese de Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil(1936), de que a con­tri­bui­ção bra­si­leira para a civi­li­za­ção foi o homem cordial. Outros povos conhecem distância entre as esferas privada e pública, e sabem que nessa última é preciso ser impessoal e duro. Para o bra­si­leiro todo rela­ci­o­na­mento é pessoal, por isso a cor­di­a­li­dade é um modo de vida – daí o medo de ofender, a capa­ci­dade de tole­rân­cia, o desejo de inti­mi­dade, o horror a hie­rar­quias, a hesitação em acreditar que alguém pode ser melhor do que alguém.
Por séculos o regime nacional de cor­di­a­li­dade favoreceu, mesmo que pelo via rasa da con­des­cen­dên­cia, as minorias e os menos pri­vi­le­gi­a­dos. Isso, claro, foi antes: ao longo da última década o bra­si­leiro cordial deixou de ser o ideal nacional. Em par­ti­cu­lar, e a despeito de uma brutal desi­gual­dade na dis­tri­bui­ção de renda, foram os mais ricos que perderam contato com a arte da cordialidade.
A agres­si­vi­dade, meu amigo, agora é aberta, bem como as agressões. Tento manter-me a salvo dos noti­ciá­rios, mas a evidência é tão numerosa que vaza: agora índio tem é que morrer, pobre tem é que morrer, gay tem é que morrer, preto tem é que morrer, sem-terra tem é que morrer. Para ouvir a voz neo­na­zista da elite bra­si­leira, basta não dizer nada.

3
Você é espe­tá­culo maior do que a sua tv

E estou falando de você, caro e anônimo leitor. Às vezes penso que o nosso apego à televisão é mais revelador do que o apego a com­pu­ta­do­res e smart­fo­nes. Um smartfone, por maldito que seja, pode servir de fer­ra­menta de contato com outras pessoas e com o que cos­tu­má­va­mos chamar de realidade. A televisão é hoje basicamente ruído de fundo, e está ligada para que você não tenha de ponderar o que gostaria de fazer se ela não estivesse ali.

terça-feira, 25 de março de 2014

Edir Macedo afirma que



Faltam poucos meses para a inauguração do Templo de Salomão, um megatemplo construído pela Igreja Universal do Reino de Deus com capacidade para receber 10.000 pessoas. O prédio localizado no bairro do Brás, em São Paulo, já chama a atenção de quem passa pela Avenida Celso Garcia por conta de sua grandiosidade.

O líder da igreja, o bispo Edir Macedo, escreveu nesta segunda-feira (17) em seu blog que o lugar será o “Templo do Deus Vivo” por ter sido construído com sacrifício do povo de Deus. No pequeno texto Macedo cita que o terceiro Templo foi construído por Herodes e administrado por Caifás, homens perversos, mas mesmo assim Jesus honrou aquela Casa de Oração com a Sua presença.

“Ora, se o Templo construído e dirigido por homens cruéis foi honrado com a presença física do Senhor Jesus, imagine a honra que Ele dispensará ao Templo com a presença do Seu Espírito, naquele Lugar construído com o sacrifício do Seu povo!”, escreveu.

Macedo tem convicção de que o Templo de Salomão será dirigido pelo Espírito Santo e será uma Casa de Oração para todos os povos (Isaías 56.7; Mateus 21.13); Casa do Sacrifício (2 Crônicas 7.12); Morada de Justiça (Jeremias 31.23) e Santuário do Senhor (I Crônicas 22.19).

Cansada de justificar o fato de estar solteira, americana fotografa “álbum de família” com marido e filha de plástico

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Publicado no Brasil Post [via Pavablog]
Quantas vezes você já ouviu de alguma tia nas festas de família: “Você é uma garota encantadora. Por que não está casada?”. Irritante, não? Pois foi exatamente por estar cansada de ouvir sempre este mesmo comentário que a fotógrafa americana Suzanne Heintz lançou o projeto“Life Once Removed”.
Suzanne decidiu comprar um marido e uma filha de plástico para criar situações “tipicamente” familiares e fotografá-las a fim de criar um falso álbum de família. A iniciativa foi tomada depois que a mãe dela disse: “Susy, não existe ninguém perfeito lá fora. Você só precisa escolher alguém, e sossegar”. Ela logo respondeu: “Mãe! Não é simples como sair e comprar uma família! Eu não posso fazer isso acontecer!”. Ou seria? Foi aí que ela encontrou um jeito todo particular de confrontar a pressão social sofrida pelas mulheres de “certa idade”.
“Eu pensei que era hora de tornar essa bobagem pública, porque essa noção de insuficiência não é apenas sobre mim, nem exclusivamente sobre as mulheres em relação ao casamento. É sobre qualquer pessoa cuja vida não parece ser do jeito que ‘deveria’”, escreveu ela na descrição do projeto.
As fotos começaram a ser feitas na própria casa de Suzy. Depois o projeto ganhou as ruas e até pontos turísticos de Paris. No fim, virou um vídeo divertidíssimo…
“Eu tenho o direito de decidir como a minha família deve parecer.”
É isso, Suzy!
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10 hábitos de casais felizes

Um site americano fez uma pesquisa para divulgar porque os casais felizes são tão felizes. Surgiu uma lista de 10 hábitos, que são consideravelmente gostosos de se cumprir. A maior parte consiste em comunicação: quando o outro precisa se manter acessível a você.
Quando eu completei 4 anos de namoro com meu marido (há cerca de 5 anos), fiz um presente que continha um versinho na capa, contendo palavras que falavam basicamente isto: “Quero passar minha velhice com você”. Acredito que viver a velhice com alguém não basta se não for uma velhice boa!
Acho que esta lista vai ajudar a dar uma força. Vamos lá…
1. Vá para a cama ao mesmo tempo
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Lembre-se do início de seu relacionamento, quando você não podia esperar para ir para a cama com o outro para fazer amor. Casais felizes resistem à tentação de ir para a cama em momentos diferentes. Eles vão para a cama ao mesmo tempo, mesmo que um dos parceiros acorde depois para fazer alguma coisa, enquanto seu parceiro dorme.
2 . Cultive interesses comuns
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Após a paixão se acalmar, é comum perceber que existem poucos interesses em comum. Mas não minimize a importância das atividades que vocês podem fazer juntos. Se os interesses comuns não estão presentes, o casal deve encontrá-los. Mas não se esqueça de cultivar interesses próprios. Isso irá te tornar mais interessante para o seu companheiro(a) e ao mesmo tempo impedir que ele(a) fique muito dependente de você.
3 . Ande de mãos dadas ou lado a lado
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Ao invés um se arrastar atrás dos outros, casais felizes caminham confortavelmente lado a lado ou de mãos dadas. Eles sabem que é mais importante estar com o seu parceiro do que observar as coisas ao longo do caminho. Dê as mãos, nem que seja para chegar até o carro ou ir até a esquina.
4 . Adotem um padrão de confiança e perdão
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Se casais felizes têm um desentendimento e, se eles não podem resolvê-lo, um padrão de confiança e de perdão é adotado em vez de desconfiar e ser relutante um com o outro.
5 . Valorize mais o que o seu parceiro faz certo do que aquilo que ele ou ela faz errado
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Se incomodar com coisas que seu parceiro(a) faz errado é fácil. Agora, encontrar e evidenciar o que ele(a) faz de certo, é mais difícil, mesmo sendo algo importante e que melhora a relação. Trabalhe o positivo. Casais felizes acentuam sempre o positivo.
6 . Abracem-se, logo que vocês se encontrarem depois do trabalho
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Nossa pele tem uma memória de “bom toque” (amado), “mal toque” (abusado) e “não toque” (negligenciado). Casais que dizer olá com um abraço, mantém sua pele banhada pelo “bom toque”, que podem inserir seu espírito contra o anonimato no mundo.
7 . Diga “eu te amo” e “Tenha um bom dia” todas as manhãs, ou melhor, não se esqueça de dizer Eu te amo hoje!
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Falar palavras doces é uma ótima maneira de amenizar aborrecimentos ao longo do dia, como engarrafamentos, longas filas, prazos apertados no trabalho. Dizer eu te amo e receber eu te amo todos os dias é uma forma deliciosa de lidar mais suavemente com o mundo.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Pais dizem que livros didáticos fazem apologia ao diabo em Taubaté, SP

Palavras e mensagens transmitidas em quatro obras são criticadas.
Câmara chamou secretária da Educação para ‘prestar esclarecimentos’.
Publicado no G1 [via Livros e Pessoas]
O conteúdo de livros didáticos comprados para uso nas escolas da rede municipal de Taubaté (SP), por 33 mil alunos a partir de seis anos, preocupa os pais. Quatro obras apresentam conteúdo considerado pelas mães impróprio para as crianças – uma delas, o ‘ABC Doido’ supostamente faria apologia ao diabo. O caso será investigado pela Câmara.
No livro, a letra T é associada ao tridente e, na página estão figuras do diálogo que ensina que a letra T não é a da cruz. Em outros exemplares, as mães dizem que o problema está nas palavras escolhidas para compor os textos e nas mensagens passadas pelas obras como em ‘Terríveis Romanos’, que ensina um passo a passo de como analisar as tripas de animais para ser um vidente.
Um trecho diz ‘é provável que sua mãe não ache graça em você estripando um animal dentro de casa. Se for o caso, vá a um criadouro e compre um coelho inteiro para fazer a leitura’.
“Eu li o livro que chegou para ela [filha] e vi que tinham umas palavras muito fortes”, contou uma mãe. “É como se estivesse induzindo ele [aluno] a fazer algo. Eu estou ensinando ele o certo, para forjar o caráter dele para ele ser um homem de bem e, na escola, ele aprendendo outra coisa”,  disse a auxiliar de limpeza Claudia David, mãe de outro aluno.
Trecho mostra figura e menção polêmica em livro da rede de ensino. (Foto: Reprodução/Vanguarda)
Trecho mostra figura e menção polêmica em livro
da rede de ensino. (Foto: Reprodução/Vanguarda)
Na última sessão da Câmara, os vereadores decidiram convocar a secretária de Educação, Edna Chamon, para prestar esclarecimentos. Ela será ouvida na próxima segunda-feira (17), mas adiantou que as obras fazem parte de um programa de leitura aprovado pela equipe técnica da prefeitura e que as leituras são contextualizadas e discutidas em sala de aula.
Ela destacou que todos os livros que compõe os kits distribuídos aos alunos são referência e alguns, como o ‘ABC Doido’, premiados. Na avaliação da secretária, as leituras são adequadas e continuarão no cronograma da rede municipal. “São materiais técnicos, dentro de uma proposta técnica, títulos inclusive comercializados em mais de 40 países”, defendeu.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Bozo cheirava até o nariz sangrar


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Publicado no F5
“Alô criançada, o Bozo chegou / Trazendo alegria pra você e o vovô…”
Quem não se lembra da clássica música de abertura de um dos programas infantis mais vistos da TV brasileira nos anos 80? O palhaço Bozo, criado pelo americano Alan W. Livingston, em 1946, fez sucesso em mais de 40 países, em especial no Brasil, onde foi ao ar pelo SBT de 1982 a 1992.
Arlindo Barreto calça sapato do palhaço Bozo
Arlindo Barreto calça sapato do palhaço Bozo
Por aqui, o personagem foi interpretado por cinco atores diferentes. A seção “Saiu no NP” traz hoje a louca história de vida de um desses intérpretes. Arlindo Barreto, um dos mais aclamados no papel, atingiu o auge da fama como Bozo, mas também conheceu o gosto amargo de chegar ao fundo do poço…
A trajetória de Barreto, que envolve dinheiro, drogas, mulheres e redenção através da religião, será em breve contada no filme “Vida de Palhaço”, que está em pré-produção e marca a estreia de Daniel Rezende (montador de “Robocop”, “A Árvore da Vida” e “Cidade de Deus”) como diretor, além de ter o ator Wagner Moura como protagonista.
Mas, muito antes de tudo isso, em 24 de novembro de 1998, o “Notícias Populares” já revelava em sua capa o lado triste do “palhaço mais famoso do mundo”. A manchete daquele dia estampava em letras garrafais: “Bozo era movido a cocaína na TV”.
O jornal trazia depoimento dado por Arlindo Barreto à repórter Keila Jimenez, durante sua ordenação como pastor da Igreja Batista da Vila Primavera (zona leste de SP) no dia 21 do mesmo mês.
Na ocasião, Arlindo Barreto abriu o jogo e contou que a cocaína era o “segredo” para manter toda aquela alegria, mesmo com oito horas de gravações diárias. “Eu tinha um pique incrível. O calor infernal dos estúdios, aquela roupa, a gritaria das crianças, tudo aquilo era desgastante, e, mesmo assim, eu ficava com a corda toda.”
Fora a rotina desgastante, o ator citou outros fatores que o levaram ao vício. “Eu tinha 30 anos na época e já gostava de beber. Para contrabalançar o efeito da bebida, que me deixava devagar, eu comecei a cheirar cocaína. Para piorar, minha mãe (a atriz Márcia de Windsor) morreu. Quando percebi, estava completamente dependente da droga.”

quarta-feira, 12 de março de 2014

Evangélico fervoroso e reservado: o irmão Fred dentro da igreja

GloboEsporte.com acompanha culto frequentado por centroavante do Fluminense
Igreja que Fred frequenta tem cadeiras acolchoadas, telão e câmeras para filmar o culto (Foto: Hector Werlang)
Igreja que Fred frequenta tem cadeiras acolchoadas, telão e câmeras para filmar o culto (Foto: Hector Werlang)
Hector Werlang, no globo esporte
Fred não é pontual, prefere ser precavido. Chega com antecedência de 24 minutos. Veste-se de forma discreta: sapatos, calça e camiseta polo pretas. A bíblia, carregada pela mão esquerda, chama atenção só para quem é de fora. Afinal, foge à regra da imagem do centroavante do Fluminense e da Seleção que rodou o país através de um Vídeo na internet, onde aparece beijando uma desconhecida no meio de uma avenida em Belo Horizonte, no ano passado. A presença na Igreja, no entanto, diz muito sobre a nova fase do jogador, embora não seja capaz de fazê-lo notado ao entrar na sede da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul (Ceizs), no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Ele caminha sem ser abordado com pedidos de fotos ou autógrafos. Gritos femininos? Choros desesperados por atenção? Apelo de pais por um agrado aos filhos? Nada. O que é comum em treinos e jogos, seja do Tricolor ou do Brasil, inexistem na igreja. Por cerca de 100 metros até sentar na sexta fileira de cadeiras acolchoadas, mantém o olhar ao palco. Lá acontece o culto que passou a frequentar rotineiramente em janeiro. A cargo do pastor Marco A. Peixoto, o tema abordado na ocasião foi “o Rio de Janeiros sob trevas”. Especificamente: os efeitos, no entender dele, negativos do Carnaval.
Passar praticamente despercebido não impede que um homem se aproxime de Fred. Não é fã. Sim, um irmão de culto. Os dois conversam. O atleta desliga o celular. E rumam à primeira fila. Ficam perto do palco que, antes da pregação, é tomado por uma banda de música gospel. O camisa 9 canta. Sabe as letras de cor. Se mexe como quem quisesse dar uns passinhos – algo feito por todos os cerca de 5 mil presentes. Ele está pronto para o que está por vir.
O GloboEsporte.com acompanhou a reunião da Ceizs na última segunda-feira. E, a seguir, relata como é Fred dentro da igreja. A partir das 19h30m, ele se revelou ainda um evangélico fervoroso. Irmão que canta, presta atenção à pregação, reza e praticamente fecha a igreja, já que só foi embora após conversar com dois pastores em particular por quase 50 minutos, quando o local já estava vazio.
fred ou, simplesmente, irmão
Fred apareceu no treino do Flu nas Laranjeiras usando uma camiseta da igreja (Foto: Reprodução)
Fred apareceu no treino do Flu nas Laranjeiras usando uma camiseta da igreja (Foto: Reprodução)
Entrar na sede da Ceizs dá a impressão de se estar em uma enorme sala de cinema – antes de virar igreja, o prédio de número 72 na Praia do Flamengo era um local de exibição de filmes. O ambiente é amplo. Tem banheiros, masculino e feminino (este geralmente com filas), bebedores, ar-condicionado central, circuito interno de TV. Tudo controlado por funcionários e seguranças. Há, ao lado, um estacionamento, onde Fred deixou a sua caminhonete BMW após treinar nas Laranjeiras.
O “aparato de show” causa inveja. São duas câmeras, uma posicionada naquela grua que a torcida se acostumou a ver atrás dos gols nas transmissões de jogos, e um ensurdecedor sistema de som: bateria, guitarra e demais equipamentos musicais. Sem falar na iluminação e de um telão dignos de casas de espetáculo.
- Ele andou meio sumido nos últimos tempos, mas desde janeiro passou a frequentar de novo. Sempre vem sozinho. Senta na primeira fila. É um irmão exemplar: vem com bíblia em mãos, canta e faz as orações – diz uma frequentadora do local.
Se as pessoas não o abordam, ao menos falam dele. Antes de o culto começar, foi possível perceber que Fred era assunto. Um grupo de jovens, ao falar de uma pelada disputada entre eles, logo lembrou do centroavante.
- Será que ele vem hoje (segunda-feira)?
- Claro, é nosso amigo. Vai aparecer, pode apostar. Ele se converteu e deixou Jesus entrar na sua vida – apostou um deles.

“Jesus” retira o grande coração de um homem

Publicado no Não Salvonaopodesedrauzio
Jesus não conhece limites. A fé não conhece limites.
Parece legítimo esse vídeo, não sei…
Olha….. já falei no post que nossamédica espiritual ai retira a veia aorta do cara e vou repetir aqui:EU NÃO ENTENDO NADA DE MEDICINA, MAS TEM ALGO ERRADO NESSE VÍDEO. Só achando assim, de leve…
Eu até entendo que seja realmente possível retirar o coração do peito de um homem sem uma gota de sangue usando apenas as mãos, mas esse coração tá muuuuito grande… ou esse cara infartou 50 vezes ou estão usando um coração de boi…
Só acho. Mas ainda sim parece legítimo.
Pra Jesus nada é impossível e essa irmã tá provando isso a cada dia. É veia, é coração… tira tudo pra tirar o seu dinheiro. Não perca a próxima cirurgia: Jesus retira o cérebro de uma pessoa.

Funkeiro ataca Edir Macedo no “Cidade Alerta”

Funkeiro ataca bispo Edir Macedo em programa da Record: “Pastor marginal”Funkeiro ataca bispo Macedo em programa da Record: "Pastor marginal"
A participação do funkeiro MC Jefinho Faraó como convidado especial em homenagem ao Dia da Mulher no programa “Cidade Alerta” do Espírito Santo na última sexta-feira (7) causou um enorme desconforto na Record.

Enquanto fazia sua apresentação cantando vários sucessos de sua autoria, o funkeiro decidiu atacar o dono da emissora, bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus.

O âncora do noticiário, Ricardo Martins, disse durante vários momentos que estava com “dor de barriga” e deixou o programa enquanto Jefinho se apresentava.

No momento em que Martins deixou o estúdio o funkeiro cantou no “Cidade Alerta” um funk com rimas pesadas contra o líder da Igreja Universal.

“Oooo Pastor Marginal, da Igreja… foi quem pegou nosso dinheiro, pega ele e dá um pau”, cantou. E seguiu: “Lembro dele no Maracanã, à toa ele sorria, ele ficou rico da noite para o dia”.

Na versão original da música, Jefinho fala claramente citando a Igreja Universal e o bispo Edir Macedo. Segundo a colunista Keila Jimenez, da Folha de São Paulo, o incidente pode acarretar em demissões.

Assista:

“Fiz muitas coisas que não agradaram a Deus”, diz Perlla

Durante entrevista cedida em meio ao lançamento de seu primeiro CD gospel, no Rio de Janeiro, Perlla falou de preconceito com artistas que se tornam evangélicos e das escolhas que considera terem sido erradas durante sua trajetória na indústria musical.

Em entrevista cedida durante o lançamento de seu primeiro CD gospel, Minha Vida Mudou, no Rio de Janeiro, Perlla (24) falou sobre sua carreira antes de se tornar uma cantora evangélica. Ela destacou que se considerava infeliz e que já fez escolhas erradas. “Fiz muitas coisas que não agradaram a Deus, mas hoje eu posso contar que não fui feliz com essa experiência. Existia uma promessa para a minha vida, mas eu retardei o cumprimento dela com as decisões erradas que tomei”.

Ela justificou que parte deste descontentamento pode ter sido a falta de estrutura no começo de sua carreira: “Eu era apenas uma adolescente de 16 anos quando comecei a fazer sucesso e a ganhar muito dinheiro. Chegava a fazer até quatro shows em uma noite. Imagine como ficou a minha cabeça com tantas oportunidades? Tenho certeza de que muitos jovens compreenderão que muitas vezes somos seduzidos para trilhar o caminho contrário ao que Cristo estabeleceu para nós”.

Perlla também conversou sobre o preconceito que existe com relação aos artistas que se tornam evangélicos e ainda ressaltou que um dia vão entender sua escolha: “A verdade é que existe muito preconceito com o artista que se converte, deixa a música secular e passa a gravar no gospel. As pessoas dizem: 'vamos orar para resgatar as almas perdidas', mas quando a pessoa se converte, elas

Vereador do RS pede exoneração de assessora por ela não crer em Deus

Presidente da Câmara já descartou chance de exoneração de jornalista. Entidade ingressou no MP com representação por perseguição religiosa.


Jornalista se diz chocada e avalia que pedido fere constituição
(Foto: Divulgação/ Câmara Antônio Prado)


Responsável pela assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Antônio Prado, Serra do Rio Grande do Sul, a jornalista Renata Helena Ghiggi é pivô de um polêmica que repercute entre os moradores do município já gerou uma representação no Ministério Público Estadual sob a alegação de crime de perseguição religiosa. No mês passado, o vereador Alex Dotti (PMDB) defendeu a demissão da servidora por ela ser ateia e apoiar publicamente a opção em redes sociais.
Vereador acredita que divulgar ateísmo 'é errado'
(Foto: Divulgação/ Câmara Antônio Prado)

O pedido foi feito pelo vereador Alex Dotti na primeira sessão do ano, no dia 4 de fevereiro. “Eu peço a exoneração da assessora de imprensa, e a troca urgente, porque a Câmara de Vereadores e a cidade de Antônio Prado é uma cidade de fé. É isso que eu penso e eu acredito que quem não acredita em Deus pode não acreditar, mas não deve divulgar", afirmou o vereador na ocasião. O discurso foi transcrito e publicado pela Casa.

O presidente da Câmara de Antônio Prado, Valdicir Viali (PTB), já anunciou que a possibilidade de exoneração está descartada. Marcada para a noite desta terça-feira (11) uma sessão na Casa deve voltar a abordar o assunto. O MP ainda não se manifestou sobre a representação da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos no Rio Grande do Sul (Atea-RS) contra o vereador.

Dotti diz que decidiu se pronunciar depois que a população teria ficado indignada com a assessora de imprensa, que tirou o crucifixo do plenário durante uma atividade com crianças. Depois, em janeiro, um post em uma rede social, no qual ela criticava um programa de TV que atribuía a Deus a sobrevivência de pessoas em um acidente motivou comentários agressivos do vereador.

“Na rede social eu pedi para que ela não postasse contra Deus. Ela pode pensar da maneira que ela quiser, do jeito que ela quiser. Entretanto, Antonio Prado é uma cidade de fé, a Câmara de Vereadores é de fé. Não houve atitude de preconceito”, declarou Dotti.

Renata diz ter ficado “chocada” com a manifestação e afirmou que a defesa do ateísmo é um assunto pessoal. “Quando aconteceu, fiquei chocada, pois não esperava que ele fosse levantar isso numa sessão. O debate com o vereador começou em uma postagem no meu perfil no Facebook. Coloquei um questionamento pois eu gosto de falar sobre religião. Ele entrou na discussão, nos comentários da postagem, e ela passou a ficar de baixo nível. Aí começou a história”, detalhou.

terça-feira, 11 de março de 2014

Tribunal islâmico chicoteia nigerianos por serem gays

Religiosos usam lei islâmica para
perseguir os homossexuais
 
Em cumprimento à sentença de um tribunal de justiça islâmica do norte da Nigéria, quatro homens na faixa de 22 anos a 28 foram chicoteados por cometerem o “crime” da homossexualidade.

Deitado na sala de sessão do tribunal, cada um deles levou 15 lombadas. A informação é de Doroth Aken'Ova, de uma entidade que defende os direitos sexuais.

O escrivão Abdul Mohammed disse que a sentença foi pronunciada no dia 23 de janeiro.

Durante o julgamento, uma multidão invadiu o tribunal pedindo condenação dos homossexuais. Até a semana passada, a sentença foi mantida sob sigilo para a imprensa.

Cada um dos condenados vai ter de pagar a multa equivalente a US$ 125 (R$ 294). Quem não tiver o dinheiro terá de ficará preso por um ano.

Pesou na decisão dos juízes religiosos a acusação de que os rapazes frequentavam um clube gay. 

Somente no norte da Nigéria existem tribunais islâmicos, além dos seculares, porque a maioria da população da região é composta por muçulmanos. 


Distimia

vela-apagandoMarília César, no Pavablog
Prefiro os caídos aos altivos
Prefiro os machucados
Os feridos de guerra
Quero os pecadores
Quero os pessimistas
Os que nada sabem
E não pertencem a lugar nenhum
Que peregrinam, atônitos e sedentos,
Nesta terra devastada
Prefiro os inseguros
Os calados – os que não interpretam nem julgam
Prefiro os que sofrem aos que festejam
Ter os dois pés fincados
Na realidade dos fatos
Quero hospitais, velórios

“Mostramos Jesus de calça jeans e não de fraldas”, diz diretor de ópera rock

Em meio às criticas de religiosos, "Jesus Cristo Superstar" estreia nestas sexta-feira (14), no Teatro Tomie Ohtake (foto: Divulgação)Em meio às criticas de religiosos, “Jesus Cristo Superstar” estreia nestas sexta-feira (14), no Teatro Tomie Ohtake (foto: Divulgação)
Publicado no UOL
A versão brasileira do espetáculo “Jesus Cristo Superstar” estreia no próximo dia 14 de março em meio a polêmicas com religiosos, quarenta e três anos após o lançamento da obra original nos EUA com letras de Tim Rice e música de Andrew Lloyd.
A Associação Devotos de Fátima recentemente publicou em seu site oficial uma petição endereçada à Ministra da Cultura Marta Suplicy para impedir a estreia do espetáculo no Teatro Tomie Ohtake, sob a alegação de que “não se pode promover com o dinheiro dos contribuintes atentados contra a fé dos brasileiros sob pretexto de promover a cultura”. A petição já conta com mais de 32 mil assinaturas e busca chegar ao número de 50 mil. Com produção da gigante do entretenimento nacional T4F, “Jesus Cristo Superstar” teve captação de recursos via Lei Rouanet.
Com Igor Rickli no papel do protagonista, Negra Li como Maria Madalena e Alírio Netto como Judas Iscariotes, a clássica peça de ópera-rock aborda a última semana de vida de Jesus Cristo na Terra – da chegada a Jerusalém ao momento de sua crucificação. “É uma obra com aspecto transgressor e jovem, e a expressão de rebeldia é universal e atemporal”, disse o diretor Jorge Takla, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda (10).
Takla ainda afirmou não se chocar com as críticas. “O Brasil é um Estado laico. Eu, por exemplo, sou católico praticante e uma peça como esta não abala a minha fé. Por ser uma obra de arte, é natural que ela gere polêmica. As pessoas podem se incomodar e achar o que quiserem. Mas vamos continuar trabalhando”, argumentou.
Quando questionado se a foto de divulgação do espetáculo não mostra Jesus de uma forma mais sexual - com Rickli usando apenas a coroa de espinhos e uma calça jeans -, o diretor rebateu. “Nós respeitamos a imagem que nos foi passada pela própria Igreja. É Jesus sem camisa. E na original ele ainda usa uma fraldinha e nós colocamos uma calça jeans”, disse, referindo-se ao pano utilizado para cobrir a região do quadril de Jesus durante sua crucificação.
“Senti abordagens diferentes. Tem pessoas que gostam e existem as que não gostam”, comentou Rickli. “Isso de estar sem camisa é tabu. Cada um tem a sua versão para Jesus e nesse trabalho foquei nesse personagem que transmite amor às pessoas. Sempre fui muito espiritual, então a pesquisa não foi difícil, mas precisei reforçar os estudos de canto. O teatro musical permite que o artista consiga expandir seu trabalho”

Você é um filho da “geração que dançou”? – Uma análise

Prometiam uma “Nova Unção”. Há cerca de 20 anos o campo religioso evangélico brasileiro estava praticamente estático. O costumeiro declínio numérico das igrejas históricas e ocrescimento quantitativo das igrejas neopentecostais, ambos inevitavelmente demonstrado nas estatísticas.
Era inicio dos anos 2000 e os movimentos do tabuleiro evangélico dos próximos anos já pareciam definidos: Caio Fabio, fundador da AEVB (Associação Evangélica Brasileira) havia se retirado do Brasil. Durante muito tempo ele foi o opositor ideológico da IURD (1977). A Associação foi soerguida para criar polaridade às organizações neopentecostais, que ganhavam poder político e econômico e inseriam a Teologia da Prosperidade nas igrejas brasileiras. No entanto, Caio foi acusado de envolvimento com o “Dossiê Cayman”, além de cometer o “pecado abominável número 1″ dos evangélicos, o pecado moral de um relacionamento extra conjugal. Foi execrado pela opinião pública evangélista. A AEVB se fragmentou. Isto aconteceu em 1998.
No início dos anos 2000, na mesma Igreja Batista que catapultou o cisma na Convenção Batista Brasileira (CBB) (nascendo a Convenção Batista Nacional – 1965), emergiu uma “nova unção” para o Brasil. Márcio Valadão, pastor da Igreja Batista Lagoinha, havia enviado seus filhos para uma temporada no instituto Christ For The Nation, Ana e André foram treinados teologicamente como avivalistas e no movimento da “Chuva Serodia”. O movimento carismático Later Rain afirmava que a geração contemporânea seria uma “geração escolhida”, portanto receberia uma “chuva fora do tempo”. Chuva de bençãos, de prosperidade e do avivamento.
Aos que viveram o protestantismo nos anos de 1990, só o advento do grupo Vencedores Por Cristo havia provocado tamanha onda transformadora cultural, sobretudo na área musical. O VPC rompeu barreiras musicais, inserindo o rock e ritmos brasileiros no protestantismo evangélico e apresentou às igrejas brasileiras um louvor congregacional destoante dos hinos do séc XVI-XIX até então padrão na maioria dos cultos evangélicos. Mas isso foi nos anos 70. Como o retorno de Ana Paula Valadão ao Brasil, a cantora e filha do pastor principal da Igreja da Lagoinha passa a liderar os momentos musicais junto à uma das bandas que conduziam adoração nos cultos da Igreja Batista da Lagoinha. Conforme seu relato, tem uma visão: durante um banho, envolta à água e as espumas do chuveiro, antevê, em sua profecia particular, que  o Brasil seria banhado por uma onda de despertamento espiritual. Este evento fundante alavanca a gravação do primeiro CD da banda, que até então era simplesmente um grupo que entre outros que ministravam os momentos litúrgicos nos cultos da IBL.  Produzido e masterizado no exterior por Randy Adams, o CD explodiu em vendas. A escolha de Adams foi certeira e trouxe um padrão sonoro e de masterização de alta qualidade dificilmente encontrada nas produções evangélicas nacionais. A compra dos direitos da canção “Shout to the Lord“, composta por Darlene Zschech, líder do ministério cristão australiano “HillSong” impulsionou a fama do grupo. “Shout to the Lord” era um sucesso garantido e o grupo “Diante do Trono”, já em seu primeira investida fonográfica, alcança destaque nacional.
Liderado por Ana, o grupo “Diante do Trono”, vendeu mais de 10 milhões de CDs e, concomitante à atuação fonográfica, impulsionou diversas novas linhas teológicas e eclesiologias pelo Brasil. Este ministério evangélico não só foi o maior catalisador musical do movimento gospel durante os anos 2000 como protagonizou uma segunda onda cultural na música cristã evangélica brasileira. Os protestantes históricos, urbanos e pós modernos, não vivenciavam outros horizontes litúrgicos por décadas. Agora seria diferente. As igrejas pentecostais e históricas estavam culturalmente estáticas, sem grandes alterações morfológicas e gramaticais e, apesar de certas tentativas para alterar o desenho das igrejas protestantes como a “Igreja com propósito”, “Rede Ministerial”, estes sistemas eclesiásticos soavam, para a maioria do grande público, gerenciais e americanizadas demais – tais fiéis históricos tinham um novo paradigma – a “nova unção”, operando principalmente através da música gospel e o sistema de igreja em células, que disciplinava os membro das igrejas à “ganhar, consolidar, treinar e enviar”.
Na carona do DT veio o G12 – sistema de células – criado 10 anos antes, em Bogotá. No inicio da década passada foi uma enxurrada de pastores históricos e pentecostais aderindo ao sistema, nem sempre com respeito à suas denominações e membresias. Os crentes tradicionais ficaram confusos. O que estaria acontecendo quase que “do dia pra noite”?
Em dez anos o deslocamento cultural foi efetivado – os antigos grupos musical das igrejas locais protestantes realizaram uma repaginação estética e estrutural/teológica. Igrejas perdiam membros e o solo se moveu de maneira sem precedentes, uma verdadeira hemorragia e circulação dos membros, em direção às igrejas “avivadas”. Ouvi-se sobre “a igreja onde as pessoas caem no chão, em êxtase” (fenômeno “reciclado” dos anos de 1960. Porém o fenômeno, que em um período anterior, era experimentado em esfera privada, discretamente, a partir de sua versão contemporânea, era exposto midiaticamente pelos famosos artistas gospeis durante suas apresentações, virou “hit”). Em um Brasil pós ditadura militar e com o amadurecimento do neoliberalismo, cuja transversalidade influenciava outros setores estruturantes para além da economia, os sujeitos agora podiam operar suas próprias escolhas. A liberdade religiosa possibilitou o intenso trânsito das saberes do sagrado – sair de suas denominações familiares para outras (ou até, migrar para outras religiões não herdadas), mais modernas e conveniente, não era mais considerado como tabu ou afronta à religião dos pais.
Nesta onda surgiram novos grupos, novas teologias, novas “moveres”. Toneladas de novas bandas e pastores midiáticos. Também neste movimento o líder de adoração foi elevado ao status de um pastor. Considerados “levitas” que podiam “ministrar” ou seja, antecediam casa canção com uma pequena pregação. Antes o estreitamento com as escrituras era condicionado ao Pastor protestante (Para o pós moderno a experiência proporcionado pela arte e pelos sons pode ser mais interessante que ouvir um sermão explicativo da bíblia ou frequentar um classe de catequização – a catarse emocional como elemento de transcendência, que era comum ao pentecostal desde o início do século XX, penetrava o culto do protestante histórico, em uma espécie de “pentecostalização tardia”, o êxtase tornava-se também régua na mensuração da espiritualidade do protestante comum/histórico). A experiência emocional cúltica definitivamente tornou-se sobrepujante à reflexão racional.  O que os crentes assistiam no DVD ou no show gospel precisava ser repetido em suas igrejas locais e nem sempre a cultura eclesiástica  local suportava tamanha e rápidas mudanças de paradigmas. Hoje praticamente todas as denominações não católicas, tem em seus repertórios, ao menos rabiscos desta Cultura Gospel, tornando-se quase dominante à todos os viéses evangélicos.
Dificilmente alguém, sendo evangélico nos anos 2000, não ter ouvido sobre os grupos musicais Filhos do Homem, Casa de Davi, Santa Geração, Vineyard, David Quilan, Ludmila Ferber e muitos outros. Nesta mesma época muitos acessaram novos arsenais espirituais para eu cardápio: Vigílias no Monte, “mantras gospel”, unção com óleo, cânticos espontâneos, shofares (uma espécie de “berrante”), batalha espiritual, demônios territoriais, etc; anteriormente esses elementos eram observadas em redutos específicos, a partir desta virada, popularizaram-se e, em muitos casos, tornaram-se fundamentais na experiência comunitária do culto cristão. Falava-se em uma “judaização do cristianismo brasileiro”.

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