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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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sábado, 31 de maio de 2014

Sem perdão não existe amanhã


Ed René Kivitz no Facebook

A família é o lugar dos maiores amores e dos maiores ódios. Compreensível: quem mais tem capacidade de amar, mais tem capacidade de ferir. A mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege, e quando agride, causa dores na alma, pois toca o ponto mais profundo de nossas estruturas afetivas. Isso vale não apenas para a família nuclear: pais e filhos, mas também para as relações de amizade e parceria conjugal, por exemplo.

Nos anos de experiência pastoral observei que poucos sofrimentos se comparam às dores próprias de relacionamentos afetivos feridos pela maldade e crueldade consciente ou inconsciente. Os males causados pelas pessoas que amamos e acreditamos que também nos amam são quase insuperáveis. O sofrimento resultado das fatalidades, como doenças fatais e acidentes naturais, são acolhidos como vindos de forças cegas, aleatórias e inevitáveis. Às vezes encaradas como vindas de Deus. Mas a traição do cônjuge, a opressão dos pais, a ingratidão dos filhos, a rixa entre irmãos, nos chegam dos lugares menos esperados: a peçonha mortal está justamente no ninho onde deveríamos nos sentir protegidos.

Poucas são minhas conclusões, mas enxerguei pelo menos três aspectos dessa infeliz realidade das dores do amar e ser amado. Primeiro, percebo que a consciência da mágoa e do ressentimento nos chega inesperada, de súbito, como que vindo pronta, completa, de algum lugar, mas quando chega nos permite enxergar uma longa história de conflitos, mal entendidos, agressões veladas, palavras e comentários infelizes, atos e atitudes danosos, que foram minando a alegria da convivência, criando ambientes de estranhamento e tensões e promovendo distâncias abissais. Quando nos percebemos longe das pessoas que amamos é que nos damos conta dos passos necessários para que a trilha do estranhamento fosse percorrida: um passo de cada vez, muitos deles pequenos e que na ocasião foram considerados irrelevantes, mas somados explicam as feridas profundas dos corações.

Outro aspecto das dores do amar e ser amado está no paradoxo das razões de cada uma das partes. Acostumados a pensar em termos da lógica cartesiana: 1 + 1 = 2 e B vem depois de A e antes de C, nos esquecemos que a vida não se encaixa no padrão “se–então” do mundo das ciências exatas. Pessoas não são máquinas, emoções e sentimentos não são números, relacionamentos não são engrenagens. Imaginar que as relações afetivas podem ser enquadradas na simplicidade dos conceitos certo e errado, verdade e mentira, preto e branco é uma ingenuidade. A vida é zona cinzenta, pessoas podem estar certas e erradas ao mesmo tempo, cada uma com sua razão, e a verdade de um pode ser a mentira do outro. Os sábios ensinam que “todo ponto de vista é a vista de um ponto”, e considerando que cada pessoa tem seu ponto, as cores de cada vista serão sempre ou quase sempre diferentes. Isso me leva ao terceiro aspecto.

Justamente porque as feridas dos corações resultam de uma longa história, lida de

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Justiça da Índia terá de decidir se guru milionário está morto ou meditando

  • Shri Ashutosh Maharaj
    Shri Ashutosh Maharaj
Depois de um desentendimento entre seguidores de um líder espiritual indiano e sua família, a Justiça da Índia foi acionada e terá de decidir se ele está vivo ou morto. Os devotos de Shri Ashutosh Maharaj acreditam que o guru está passando por um estado profundo de meditação, mas os parentes do religioso dizem que ele, na verdade, está morto desde janeiro.
Certos de que, aos 70 anos de idade, Maharaj está vivenciando o Samadhi, quando se alcança um nível de profunda meditação, seus seguidores resolveram congelar seu corpo até que o mestre desperte, em Punjab (400 km de Nova Déli), e se negam a entregar seu corpo para a cerimônia de cremação, de acordo com o jornal britânico "The Telegraph".
Médicos já declararam a morte clínica do guru, fundador da ordem religiosa Divya Jyoti Jagrati Sansthan, após uma suposta parada cardíaca, informação que é negada por seus discípulos, que inclusive publicam em seu site oficial que Maharaj "está meditando desde 29 de janeiro de 2014".
Embora a polícia também já tenha confirmado a morte, a Alta Corte de Punjab não aceitou a constatação, e o governo local decidiu que a disputa se trata de um assunto espiritual.
Restou à mulher e ao filho de Maharaj pedir à Justiça que investigue a morte e ordene à devolução do corpo à família.
Dilip Jha, 40, filho do líder espiritual, acredita que os interesses dos devotos de seu pai são muito mais mundanos do que se imagina. Para Jha, os seguidores de Maharaj mantêm seu corpo para poder controlar suas finanças; os bens imobiliários do guru têm valor estimado em cerca de R$ 370 milhões.

30 dicas para você ser bem sucedido na vida

Foto: Thinkstock
Yahoo Finanças - Foto: Thinkstock
InfoMoney, no Yahoo Finanças

O que é preciso para ser bem sucedido na vida? Não há uma resposta simples, mas experiências mostram que existem práticas que podem maximizar as chances de ter uma vida feliz, produtiva e bem sucedida.
O site Business Insider listou 30 dicas que podem te ajudar ter sucesso na vida. Confira:
1- As pessoas não se importam com o que você pensa: a maioria das pessoas não vai notar que você comprou um carro novo ou recebeu uma promoção, e você não deve basear a sua felicidade nessas situações. Por outro lado, se ou outros estão te enchendo de atenção, não deixe que os “paparicos” subam à sua cabeça.
2- As pessoas que gostam de verdade de você não estão interessadas nas suas posses: quando você está cercado de pessoas que realmente gostam de você, não é preciso se preocupar se você tem as melhores coisas, pois elas estão interessadas somente em você e no seu bem-estar.
3- Organizar a sua vida em torno de dinheiro não vai te fazer feliz:
faça o que você gosta e não o que oferece o maior salário, pois você não estará satisfeito com as suas realizações.
4- Dívida não é um fardo da vida adulta: se você está fazendo um investimento para estudar e ter uma carreira, então é importante que você gerencie uma dívida. Porém não se pode considerar uma dívida como um rito de passagem para a idade adulta, já que ela pode representar um perigoso desequilíbrio de suas finanças.
5- A arte de falar bem representa poder: quando você sabe falar bem, a ponto de mudar a opinião de alguém ou impor confiança em alguém, então você está com o poder em suas mãos.
6- Você só pode controlar a si mesmo: apesar de ser importante ajudar os outros quando possível, ou necessário, vale lembrar que você só pode controlar a si mesmo.
7- Prepare-se para o inesperado: faça tudo o que puder para entender como as coisas funcionam. Mas esteja ciente de que nenhum conhecimento pode evitar que algo inesperado aconteça na sua vida; tenha sempre um plano B.
8- Não deixe que os outros te definam: apesar de os seres humanos serem criados para viver em comunidades, não deixe que outras pessoas ou ideologias digam quem você é.
9- Faça mais que o exigido: para se tornar um sucesso, você precisa superar concorrentes e mostrar sua força de vontade e bom trabalho, por isso, busque sempre melhorar e ir além de exigido. Vale lembrar que se você já está no topo, a competição continua, mas dessa vez é contra você mesmo.
10- O autoconhecimento é valioso: se você consegue observar e aceitar a forma como as outras pessoas te veem, você será capaz de trabalhar e conviver melhor com outras pessoas.
11- Preconceitos afetam tudo que fazemos: a sua visão de mundo influencia tudo que você faz. Se você conhece os seus preconceitos, você pode minimizá-los e fazer o que é certo para a cada situação.
12- Viver no presente é estar focado: aceite que o passado não pode ser mudado, e aproveitar ao máximo o momento que você está vivendo, pois o futuro é apenas o resultado dos seus esforços.
13- Conviva com as diferenças: cercar-se de pessoas que pensam como você pode limitar a sua criatividade, mas se você procurar novas perspectivas, você cresce mais rápido e aprender mais.
14- Viaje mais: fazer uma viagem não vai apenas te expor a outros estilos de vida, como também vai levar o seu cérebro para fora do piloto automático e permitir que você volte ao trabalho revigorado.
15- Corra riscos até alcançar o que você quer: se você ainda não encontrou um trabalho pelo qual você se apaixone, não tenha medo de correr riscos e largar tudo para ir atrás do seu sonho.
16- Cuide da sua saúde: você não pode se concentrar somente em sua carreira, é preciso também estar atento ao estado de saúde.
17- Sua reputação deve ser protegida: proteja sua reputação, pois ela é tudo o que você tem. Seja honesto, confiável e amável, e outros irão notar.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Malafaia e C.S. Lewis


        

por Ricardo Alexandre, no seu blog

No Facebook, sou alertado pelo Livan Chiroma a respeito do programa de Silas Malafaiado último sábado, 20 de abril. Entre bravatas, “desafios a toda a nação” autopropagandas, televendas de todo tipo, aplausos da plateia para qualquer espirro mais “ungido”, e vários malafaias sendo vendidos em diversos ramos do entretenimento gospel, há o que parece ser um encontro de líderes da Associação Vitória em Cristo. Alguns trechos do sermão:
“Hoje eu levo minha família toda (a hotéis quatro estrelas) e não tô nem aí. Não tô roubando. Não tô nem aí pra você, ô mané, que tá me assistindo (…) Eu não vou deixar de usufruir do lugar vitória porque eu sei o preço que eu paguei e que eu tenho pago”. “Aqui tem três mil pessoas que o hotel e a pensão completa é bancada pelo meu ministério. Quer falar, fale”. “Você quer saber o valor do meu anel? Quatro mil dólares. Com meu dinheiro”. “Tá vendo o Mercedes e500, blindado na Alemanha? Foi um parceiro meu que me deu de presente de aniversário”.
Longe de mim confrontar o célebre comunicador gospel, até porque os que assim o fazem são definidos por ele como “ímpios travestidos de crente”, e não quero essa pecha. Só faria um parêntese para recomendar esse estudo do pastor americano Mark Driscoll a respeito de mordomia cristã. O conceito de “mordomia”, basicamente, defende que o que temos não é nosso – é de Deus, que nos incumbiu de administrar, não para o nosso usufruto, mas de acordo com os interesses do reino dele.
Mas longe de mim dizer que o Malafaia está completamente fora de 2 mil anos de teologia cristã.
Malafaia dispensa opiniões, e seus seguidores parecem ser imunes a elas. Assim, para não desperdiçar meu tempo nem o seu, o que queria é contar uma história a respeito de Clives Staples Lewis (1898/1963) que me veio à mente assistindo aquele espetáculo religioso-televisivo. Lewis, como se sabe, é considerado o maior pensador cristão do século 20, professor da universidade de Oxford, colega de JRR Tolkien, autor da sagaCrônicas de Nárnia e de um dos maiores best-sellers de todos os tempos, Cristianismo Puro e Simples.
No livro póstumo Letters to american Lady, de 1967, há uma troca de cartas entre Lewis e uma mulher americana a quem o escritor tentava ajudar financeiramente. Depois de muito insistir, e depois de conseguir achar meios tributários de enviar o dinheiro, finalmente, a mulher aceitou a ajuda, dizendo: “Bem, eu vou aceitar então, e muito obrigada. Não me admira que Deus tenha te abençoado tanto lhe dando tanto dinheiro.”

Grupo de religiosos assusta seguranças na chegada da seleção da Austrália


Rafael, ao centro, faz parte do grupo de evangélicos que foi recepcionar a seleção
australiana em Vitória O Globo / Kleber Amorim
Kleber Amorim, no O Globo

VITÓRIA – Em tempos de protestos no Brasil, uma cena inusitada marcou o desembarque da seleção australiana em Vitória, na noite desta quarta-feira. Entre os cerca de 200 torcedores que foram ao aeroporto Eurico Salles, estava um grupo de 20 evangélicos que carregava uma faixa, em inglês, saudando a primeira delegação estrangeira a chegar no país para a disputa da Copa do Mundo.

Os religiosos chegaram a provocar um princípio de alvoroço nas forças de segurança que estavam de prontidão, quando se aproximavam do aeroporto.

- Viemos fazer uma recepção de boas-vindas, dizer que os queremos no Brasil. E também queremos chamar atenção para o movimento que fazemos de evangelização - disse Felipe de Souza Ramos, de 19 anos, um dos integrantes do grupo.

Estreia no dia 13

Na Copa do Mundo, a Austrália está no grupo B, e a estreia será no dia 13 de junho, contra o Chile, na Arena Pantanal. Os outros jogos na primeira fase serão contra Holanda, no Beira-Rio, dia 18, e Espanha, na Arena da Baixada, dia 23.

Time de azarões

Antes do desembarque em Vitória, a delegação australiana fez uma escala em Curitiba, onde o meia Tommy Oar falou sobre as pretensões da seleção no Mundial:

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Jesus e os pecadores, a Igreja e as pessoas (i)morais

Ed René Kivitz, no Facebook
Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Levi levantou-se e o seguiu.
Durante uma refeição na casa de Levi, muitos publicanos e “pecadores” estavam comendo com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos que o seguiam.
Quando os mestres da lei que eram fariseus o viram comendo com “pecadores” e publicanos, perguntaram aos discípulos de Jesus: “Por que ele come com publicanos e ‘pecadores’? ”
Ouvindo isso, Jesus lhes disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores”.
[Marcos 2.14-17]
Fariseus, escribas, publicanos e pecadores. Os fariseus, nome que significa “separados”, eram o mais ortodoxo e rigoroso segmento do judaísmo dos dias de Jesus. Eles se consideravam “o verdadeiro Israel”. Os escribas, também chamados doutores da Lei, eram estudiosos e mestres da Torah, o texto sagrado dos judeus. À época os judeus eram colônia romana e pagavam impostos exorbitantes a Roma. Os publicanos eram os coletores de impostos nas províncias e colônias romanas. Além de serem considerados traidores de Israel, eram repudiados pelos fariseus e mestres da Lei, pois não apenas faziam o serviço sujo para Roma, como também estavam envolvidos em corrupção, cobrando impostos abusivos em benefício próprio.
Jesus estava à mesa com os pecadores e publicanos. O que surpreende, entretanto, não é que Jesus esteja à vontade na companhia de gente mal falada, mas que pessoas de reputação duvidosa e moral escandalosa se sintam perfeitamente à vontade na mesa de Jesus. Há razões para este aparente paradoxo.
Jesus não usava sua autoridade para se distinguir, mas para seduzir. O biógrafo de Jesus, Marcos, parece desenvolver sua narrativa de modo a nos conduzir propositadamente a essa cena. Apresenta Jesus ensinando com uma autoridade jamais vista anteriormente, e contrapondo seu ensino ao modelo dos religiosos escribas e fariseus. Admiradas, as pessoas se perguntavam a respeito de Jesus: o que é isso? Um novo ensino? De onde vem essa autoridade?” (Marcos 1.22,27). Os mestres de Israel formavam uma casta iniciada na Torah, e por isso se julgavam acima do povo simples, com quem falavam assentados “na cadeira de Moisés”. Jesus se misturava entre as gentes, e enquanto falava compartilhava os mistérios do reino de Deus a quem estivesse de coração aberto. Geralmente os pecadores estavam mais prontos a ouvir, pois não se sentiam intimidados nem menosprezados por Jesus. Sim, Jesus revela mistérios espirituais aos simples.
Jesus não usava seu poder para destruir, mas para promover libertação. Os demônios devem temer a Jesus. Os seres humanos, não. Diante de Jesus os espíritos maus davam passos para trás, em tom suplicante para que não fossem destruídos (Marcos 1.23-26). Jesus não ameaça os seres humanos com seu poder espiritual. Não é um feiticeiro gerando medo, adulação indevida e subserviência. Diferentemente dos neofariseus, Jesus coloca os homens em pé, os ensina a andar com suas próprias pernas e os conduz à autonomia responsável e reverente a Deus. Sim, Jesus expulsa demônios e liberta seres humanos.
Jesus não usa sua pureza para segregar, mas para abraçar os excluídos. O leproso que de Jesus se aproxima sabe que pode ser purificado. Na tradição de Israel, o leproso era impuro, e todo aquele que com ele tivesse contato se tornaria igualmente impuro. Mas Jesus, ao tocar o leproso, purifica o leproso. Com o seu toque, em vez de ser maculado pela lepra, transfere sua pureza ao leproso (Marcos 1.40-42). Sim, Jesus abraça os impuros.
Jesus não usava seu crédito para condenar, mas para oferecer perdão. O paralítico que lhe é apresentado tem seus pecados perdoados (Marcos 2.5-7). Os religiosos, partindo do princípio que perdoar pecados é prerrogativa divina, expressam sua contrariedade. Jesus poderia lhes estender a mão: “Muito prazer, Deus em carne e osso”. Sabedor de seu direito e do débito dos homens, Jesus estende a mão como oferta de aproximação, pacificação e reconciliação. O olhar de Jesus não é condenatório. Sua voz não é acusadora. Seu tom não é moralista. Sua mensagem não é de juízo, mas de salvação. Não vem para promover “o dia da vingança de Deus”, mas para anunciar “o ano da graça do Senhor”. Sim, Jesus perdoa pecados.

Convulsão Calvinista



No ano de 2009 conheci a favela. Um menino pobre de apenas quinze anos de idade, que não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, havia sido morto com um tiro na testa desferido por um policial do BOPE numa operação na favela Mandela, na Zona Norte do Rio.
Decidi, naquele dia, fazer um protesto dentro da comunidade pobre, numa região que, devido ao histórico de violência, chamava-se Faixa de Gaza. Terror dos policiais cariocas. Conseguimos levar toda a imprensa para lá, procurando dar voz ao pobre e combater o abuso de poder. Não tardou que, após chegarmos ao local, viesse a notícia de que estávamos autorizados a entrar na favela. Naquele dia passei pela minha segunda conversão.

Ao colocar os pés naquela aberração social, infestada de esgoto e ratazana, repleta de crianças vivendo em estado de miséria aviltante, sem mencionar aquilo sobre o que só poderei falar daqui a 20 anos, minha teologia convulsionou. Lá estava eu, -pastor de uma igreja presbiteriana, plantada por mim na década de 90, num bairro de classe média alta do Rio de Janeiro, herdeiro consciente de uma tradição teológica do cristianismo chamada calvinismo, à qual abraçara apaixonadamente na minha juventude-, num mundo novo e perturbador.

Cumpriu-se a profecia. A cabeça pensa a partir de onde pisamos. Perguntas emergiram à minha mente.

1. O que o meu calvinismo tem a dizer sobre essa realidade? Quê leitura fazer sobre a miséria desse povo? Como chegou aqui? O que se pode fazer para livrá-lo dessa condição? Como manter meu antigo modelo ministerial, inspirado na vida de pregadores que até hoje amo, caracterizado pela dedicação à preparação de sermões, aconselhamento pastoral, pregação?

2. Como posso manter-me atrelado a um modelo de ministério pastoral que me impede de viver a vida que o próprio Cristo viveu, que é apresentado na Bíblia, andando? Andando! Estando presente sempre onde mais havia demanda de compaixão. Em busca de gente que gemia de dor sem ser ouvida.

3. Pode-se conceber à luz das Escrituras igreja que não se sinta chamada para cuidar dos miseráveis da terra, para os quais Cristo dedicou quase a totalidade da sua vida? É concebível igreja que não tenha chamado para o pobre?

4. Como resumir o exercício do amor à evangelização e à filantropia nas ocasiões em que a ação política é imprescindível para livrar vidas humanas do seu estado de petição? Qual igreja pode trazer saneamento básico para essa favela? Como evitar que crianças levem tiro na cabeça em tiroteio entre policiais e traficantes? Como reformar esse mar de barracos? Como cuidar das suas doenças respiratórias e de pele? Como manter esses jovens na maior parte do tempo em escolas que os encantem? Deus, existe, portanto, o amor político?

5. O evangelho tem que ser proclamado por um igreja santa. Certo! Mas, o que é ser santo? Pode o santo tomar conhecimento desse cenário de horror na sua cidade e permanecer indiferente? Milhões não ouvem cristãos adúlteros, mentirosos, mercenários. Sabemos disso! Mas, o que falar daqueles que se escandalizam com a omissão da igreja face a tamanha desgraça social?

terça-feira, 27 de maio de 2014

Antes de morrer, pai grava vídeo emocionante de despedida para filha de 7 meses


publicado no Razões para Acreditar

Essa é uma daquelas histórias que nos fazem repensar na vida e em nossas atitudes. , a gravar uma mensagem de adeus para sua filha Austin, de 7 meses.
Nick Magnotti, 27 anos, de Washington, EUA, já vinha lutando contra um câncer no apêndice há quase 3 anos, e as sessões de quimioterapia já não estavam mais melhorando seu quadro clínico e sua cirurgia de remoção do câncer não havia saído como o previsto. Durante esse momento dramático, Nick e sua esposa resolveram encarar tudo de uma forma mais forte e corajosa e resolveram ter um filho, que 9 meses depois nasceu com o lindo nome da menina Austin.
Seu câncer continuou agindo internamente, então Nick resolveu parar com a quimioterapia, pois a doença estava espalhando-se mais rápido que a cura, e decidiu aproveitar todos os momentos possíveis com sua família: “cada dia que posso passar com ela, é a maior de todas as bênçãos”, diz Nick.
Nick se sente abençoado, pois ele pôde deixar um vídeo de despedida para sua filha e conseguiu aproveitar intensamente de forma intensa, verdadeira, plena e com muito amor. Vale a pena assistir(ative a legenda em português):

despedida despedida2 despedida3 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Boneco desbocado de Ratinho vira pastor e critica Macedo e Santiago

Eduardo Mascarenhas manipula Xaropinho em culto da
Igreja Evangélica Missão Vida em Cristo

Por PAULO PACHECO, no Notícias da TV

O rato Xaropinho, personagem desbocado do Programa do Ratinho, virou pastor. Seu manipulador, Eduardo Mascarenhas, pastor da Igreja Evangélica Missão Vida em Cristo há quatro meses, leva o boneco aos cultos, mas não para orar ou ler a Bíblia, e sim para tirar sarro dos fiéis. A liderança religiosa faz parte da nova rotina do artista, que pretende, aos poucos, deixar o mascote da atração do SBT, por problemas de saúde e para se dedicar à igreja.

"Eu não descaracterizo o Xaropinho. Na igreja, ele continua doido, brincalhão, falando abobrinha. Não quero ficar podando meu humor por causa do puritanismo. Quando não estou fazendo humor, sou pastor Eduardo. Não vou deixar de fazer piada, mas sem falar nenhum palavrão cabeludo", diz Mascarenhas, que pede permissão a Ratinho, dono de Xaropinho, para manipular o personagem nos cultos.

A ideia de levar Xaropinho à igreja surgiu após Mascarenhas perceber que os frequentadores dos cultos não fazem outra atividade cultural senão ir à igreja: "Quando anuncio o Xaropinho, claro, sempre atrai um ou outro curioso para a igreja, mas levo porque a Igreja é muito séria, sisuda, carrancuda. Pensei nas famílias que não podiam pagar para irem ao cinema, ao teatro".

O artista, hoje pastor, faz questão de se manifestar contrário às grandes igrejas, como a Mundial, de Valdemiro Santiago, e a Universal, de Edir Macedo. Para Mascarenhas, essas igrejas são "caça-níqueis" e visam apenas o dinheiro.

"Sou contra essas igrejas caça-níqueis que surgem a todo instante. Os caras não fazem nada útil, só fazem igreja para encher de gente, tomar grana [dos fiéis] e comprar emissoras de TV", critica o pastor, que se sustenta com o salário do SBT e arrecada dinheiro na igreja para seu projeto social, o Instituto Xaropinho.

Na igreja, Mascarenhas manipula Xaropinho como ventríloquo. O rato já aparece gritando e xingando. Chama os fiéis de "feios" e diz que os pastores se parecem com o pugilista Adílson Maguila ou o apresentador José Luiz Datena:

Xaropinho - Beleza, Brasil, vai começar o Programa do Ratinho!

Mascarenhas - Está louco, Xaropinho? Você está na igreja!

Xaropinho - Meu Deus, que povo estranho... aquele é o Maguila ou o Datena?

Mascarenhas - Não, ele é o pastor.

Xaropinho - Pastor é para pastar?

Mascarenhas - Não, é para pastorear!

Xaropinho - Pastorear o quê?

Mascarenhas - As ovelhas. Todo esse povo são as ovelhas!

Xaropinho - Nossa, tem cada ovelha feia! Sabia que ovelha faz cocô redondinho?

Mascarenhas - Você está louco! Aqui é a casa de Deus!

Xaropinho - Deus está me ouvindo? Estou ferrado!

O pastor Eduardo Mascarenhas manipula o boneco Xaropinho durante culto (Arquivo pessoal)

Se atualmente Xaropinho é aceito na igreja, a situação era bem diferente quando Eduardo Mascarenhas começou a manipular o personagem, há mais de 15 anos. "Fui muito perseguido nas igrejas por ser o Xaropinho. Teve igreja que barrou a minha entrada por causa do Programa do Ratinho, já fui xingado. Hoje, não tenho problema com isso", relembra o artista.

A rejeição que sofreu na igreja fez Eduardo Mascarenhas entrar em depressão e quase largar tudo, porém foi impedido pelo apresentador Carlos Massa: "Já pedi a conta cinco vezes no mesmo dia, mas o Ratinho não deixou. Ele percebeu que eu não estava normal. Eu estava meio deprimido, tive uma crise de pânico".

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eleitores americanos preferem candidato mulherengo a ateu

Para americanos, candidato mulherengo
à Casa Branca é menos grave que ser ateu
Apesar de constituírem uma sociedade com características moralistas, colocando em desvantagem nas eleições candidatos com vida amorosa maculada, por exemplo, ainda assim os norte-americanos preferem ter um presidente mulherengo a um ateu. É o que revelou sondagem feita pelo Centro de Pesquisa Pew entre 23 e 27 de abril de 2014.

Dos 1.501 adultos entrevistados em todos os 50 estados americanos e no Distrito de Columbia, 35% afirmaram ser menos provável que votem em 2016 em um candidato à Presidência que tivesse tido um caso extraconjugal. 

Já em relação a um suposto candidato descrente, 53% declararam não ter intenção de apoiá-lo. Apenas 5% demonstraram mais propensão em votar em um ateu.

A sondagem mostrou, assim, que, para a grande maioria dos eleitores norte-americanos, em uma lista de 16 características, o ateísmo é a mais negativa que um pretendente à Casa Branca pode apresentar. 

Ser usuário de drogas, ter traído a mulher ou não ter nenhuma experiência legislativa é menos grave.

Para os eleitores, a melhor credencial de um candidato é ter prestado o serviço militar. Essa mesma tendência foi verificada em pesquisas que antecederam as eleições de 2008 e 2012.


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Deputado propõe lei contra “nova ordem satânica”


Missionário José Olímpio diz que Parlamento tem de se antecipar ao “fim do mundo” e proibir a implantação de chips em seres humanos, equiparados por ele à “marca da besta”. Projeto foi apresentado na última quarta-feira

Beto Oliveira/Ag. Câmara
Missionário José Olímpio: "grupo de pessoas busca monitorar e rastrear cada ser humano, a fim de que uma satânica nova ordem mundial seja implantada"
publicado no Congresso em Foco

Uma proposta apresentada nesta semana na Câmara por um deputado paulista pretende impedir a implantação de uma “satânica Nova Ordem Mundial”. Este é o argumento utilizado pelo Missionário José Olímpio (PP-SP), da Igreja Mundial do Poder de Deus, para justificar a necessidade de se proibir a implantação de chips em seres humanos no Brasil. Na justificativa de seu projeto, protocolado na Casa na última quarta-feira (14), o missionário compara a implantação de dispositivos eletrônicos e eletromagnéticos à “marca da besta” e diz que o Congresso tem de se antecipar ao “fim dos tempos” e impedir que esse tipo de tecnologia seja incorporado aos brasileiros.
“Tendo em conta que o fim dos tempos se aproxima, é preciso que o Parlamento brasileiro se antecipe aos futuros acontecimentos e resguarde, desde logo, a liberdade constitucional de locomoção dos cidadãos”, escreveu o religioso na argumentação da proposta. “Urge que se proíba a implantação em seres humanos de chips ou quaisquer outros dispositivos móveis que permitam o rastreamento dos cidadãos e facilitem que sejam as pessoas alvo fácil de perseguição e toda sorte de atentados”, acrescentou.
O deputado afirma que “rastreadores pessoais” estão sendo desenvolvidos no Brasil sob a alegação de que a tecnologia vai permitir a rápida localização de pessoas em poder de sequestradores. Mas o objetivo não é este, segundo ele. “O povo brasileiro não deve se iludir com tais artifícios, que escondem uma verdade nua e cruel: há um grupo de pessoas que busca monitorar e rastrear cada passo de cada ser humano, a fim de que uma satânica Nova Ordem Mundial seja implantada”.
Ainda na justificativa, Olímpio cita trecho da Bíblia sobre a “marca da besta”, espécie de selo para seguidores do anticristo e referência, na visão dele, ao fim dos tempos:
“A Bíblia Sagrada, no livro de Apocalipse, capítulo 13, versículos 16 e 17, diz o seguinte: ‘16 – E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, 17 – Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome’”.
Perseguição
O Missionário José Olímpio afirma que “chips, fios ópticos e outros produtos similares na camada subcutânea ou superficial da pele, derme e epiderme, cartilagem, órgãos internos, músculos, ossos, cabelos ou tatuagem” podem facilitar que as pessoas se tornem alvos de perseguição e atentados, a partir do rastreamento via satélite, GPS, telefonia, rádio ou antenas.Pela proposta, fica proibido o implante em seres humanos, independentemente da idade, de identificação para substituir RG, CPF ou código de barras. O projeto prevê responsabilização administrativa, cível e penal para quem descumprir o estabelecido, caso a proposta vire lei.
Advogado e empresário, o Missionário José Olímpio, de 57 anos, é o primeiro representante na Câmara da Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada e liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, que rivaliza com a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo. Antes de chegar à Casa, em 2011, Olímpio foi vereador em São Paulo com apoio da Universal. Ele é pai do vereador paulistano José Olímpio Júnior (PSD).

Milagre, uma tentação

imagem: google
O deserto se alonga. Desde o alto da duna, Jesus percebe que naquele areal não há como saciar a fome. Nenhuma árvore, nenhum animal a ser abatido, nenhum rio com peixe para pescar. De repente, uma voz mansa, delicada, sugere: …és filho de Deus, transforma essas pedras em pãesO teu dedo estendido pode servir de varinha mágica; tua palavra pronunciada tem mais poder que uma pedra filosofal.
A sugestão de transformar pedra em pão não cumpriria um desejo, saciaria uma necessidade desesperada. O milagre não seria espetáculo – na solidão do deserto não há espectador para deslumbrar-se com o recurso mágico.
Jesus rejeita a sugestão. Não só de pão vivem as pessoas… Ele não aceita enfrentar os percalços da vida com solução milagreira. Já de início reconhece que não existe dignidade no pão sem suor. Não é ético buscar resolver-se, pontualmente, enquanto outros não dispõem do recurso de apelar a uma divindade onipotente e ganhar seu favor. Ao preferir a possibilidade de morrer de fome, Jesus estabelece as bases de sua missão. Dali para frente, ninguém deve supor que ele veio limpar o caminho de homens e mulheres das dificuldades. A existência não será aplainada com intervenções sobrenaturais.
O pão físico deve vir do trabalho – Do suor do teu rosto comerás o teu pão. E a solução para o desafio de suprir a todos com alimento depende de uma sociedade justa e solidária, jamais da eficiência de uma religião.
Jesus de Nazaré buscou mostrar que o filho do homem  – referindo-se não só a si, mas a todos nós – não deve recorrer a uma divindade para enfrentar a existência. O cristo que oferece atalho é, na verdade, uma contrafação, um Anticristo. Vida isenta de dificuldade, e que se resolve com prodígios esporádicos, não passa de delírio religioso. No mundo vocês terão problemas, mas vejam como eu encarei os meus problemas e os venci, e tenham bom ânimo [João 16.33].
Jesus abriu mão dos privilégios. Qualquer prerrogativa divina, qualquer superioridade inerente ao seu nascimento, esvaziou-se na negação de transformar pedra em pão. A mesma atitude deve se reproduzir nos discípulos. A única prerrogativa cristã a ser ambicionada consiste no poder de sentir a miséria do pobre e ser solidário a ele. A sensibilidade de dizer não à violência, que galardoa poucos e despreza muitos, combina com a sentença: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
O único pão vindo do céu é o que sacia de transcendência, de beleza e de sentido. Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer.  [João 6.49-50].

terça-feira, 13 de maio de 2014

A fé move montanhas: as mais belas igrejas e monastérios esculpidos na rocha

Publicado no Brasil Post, (via Pavablog)
Muito embora grande parte das igrejas mais impressionantes do mundo apresentem tetos elevados e torres altas, às vezes você precisa percorrer os subterrâneos para encontrar verdadeiras preciosidades arquitetônicas. Jesus chamou o apóstolo Pedro e disse, “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”, mas estas igrejas são construídas (literalmente) dentro da rocha.
Mosteiros da caverna e igrejas subterrâneas existem desde o início da igreja, muitas vezes como uma forma de buscar socorro espiritual em um lugar remoto e solitário. Escavadas nas rochas, ou posicionadas dentro de cavernas, elas têm um aspecto bruto que muitas vezes contrasta com catedrais urbanas e seus vitrais.
Conheça aqui uma lista delas:
Uma visão geral da Igreja Ortodoxa Sérvia subterrânea em 5 de maio de 2009, na região de Coober Pedy, na Austrália. (Foto: Quinn Rooney / Getty Images)
Uma visão geral da Igreja Ortodoxa Sérvia subterrânea em 5 de maio de 2009, na região de Coober Pedy, na Austrália. (Foto: Quinn Rooney / Getty Images)
Vista panorâmica da pequena capela construída em caverna, na região oeste do Syros, Cyclades, na Grécia. (V. paravas / Getty)
Vista panorâmica da pequena capela construída em caverna, na região oeste do Syros, Cyclades, na Grécia. (V. paravas / Getty)
O eremitério de Santo Antônio e sua capela subterrânea, localizado na parte inferior das gargantas Galamus. O desfiladeiro é a fronteira entre o Aude e Pyrénées-Orientales, Languedoc-Roussillon, França, Europa (P. Eoche / Getty)
O eremitério de Santo Antônio e sua capela subterrânea, localizado na parte inferior das gargantas Galamus. O desfiladeiro é a fronteira entre o Aude e Pyrénées-Orientales, Languedoc-Roussillon, França, Europa (P. Eoche / Getty)
Igreja subterrânea de São Pedro, Hatay, Turquia
Igreja subterrânea de São Pedro, Hatay, Turquia

Templo de Salomão: insulto a Deus, monumento à ignorância




Por Hermes C. Fernandes, no Cristianismo Subversivo

O Templo de Salomão, nova sede mundial da Igreja Universal, será inaugurado no dia 31 de julho, com a presença de diversas autoridades políticas, dentre elas, a presidente Dilma Rousseff.

Erguido no bairro do Brás em São Paulo, o maior templo da Igreja Universal do Reino de Deus terpa capacidade  para mais de dez mil pessoas sentadas,numa área de 70 mil m2, o equivalente a 16 campos de futebol, e com um custo estimado de mais de 400 milhões de reais, a construção consumirá 28 mil m³ de concreto e duas mil toneladas de aço, o bastante para construir duas vezes o Palácio do Planalto que é a sede do gabinete presidencial localizado na cidade de Brasília.

O Templo de Salomão, como tem sido chamado, pretende ser a réplica do templo construído pelo monarca israelita e contará com 126 metros de comprimento, 104 metros de largura, 55 metros de altura com dois subsolos, que corresponde a de um prédio de 18 andares, quase duas vezes a altura da estátua do Cristo Redentor.  Uma Arca da Aliança de efeito tridimensional será colocada no meio do altar.

A construção entrou em controvérsia com Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e pela Receita Federal por causa de 40.000 metros quadrados de pedras vindas da antiga capital do reino de Davi, Hebrom, em Israel. O Estado cobrou um total de 1,8 milhão de reais de ICMS e 615 mil reais em outros impostos, entre eles o IPI. Segundo a IURD, são rochas sagradas. De clara coloração, e é trazido a sua semelhança com as do Muro das Lamentações, lugar sagrado por judeus em Jerusalém. As pedras colocados terão um acabamento lapidado, menos rústico e poroso. Sua importação custou cerca de 10 milhões de reais, e revestirão as colunas e a fachada do lado externo do templo, o corredor central e o altar no interior do novo templo também serão revestidos. A função é deixar que as pessoas toquem nessas pedras durante suas orações, igual o que acontece no Muro das Lamentações. Edir Macedo teria dito durante um culto que quem tocasse nestas pedras, seria como se tocasse no próprio Deus. 

Algumas organizações judaicas do mundo classificaram a obra como "blasfêmia". A atriz israelense Yael Bartana fez uma paráfrase em 2013 ao Templo de Salomão no filme Inferno, onde ele sofre um incêndio. 



Em resposta às várias críticas que têm recebido, principalmente de judeus e outros segmentos cristãos, a Igreja Universal publicou nota divulgada no blog de Edir Macedo.

Quero aproveitar o ensejo para expor o que penso após cada uma das respostas oferecidas pela denominação.

Veja uma lista com algumas das principais questões a respeito da obra:

1 – A obra não trará benefícios para o povo.

"Pelo contrário. O Templo se tornará um ponto turístico e, consequentemente, atrairá investimentos que beneficiarão a população. Mas o maior benefício já está sendo alcançado: avivar a fé de quem se envolve com a construção."

Que o templo tem potencial turístico, não há dúvida. Porém, infelizmente poderá se tornar numa espécie de Meca para os seguidores da IURD e de igrejas que vivem à sombra de seus ensinamentos. Já não basta o santuário nacional de Aparecida? Por que incentivar as pessoas a cultuar espaços físicos, se Jesus mesmo declarou que o Pai procura quem O adore em Espírito e em verdade, sem importar-se se no monte ou no templo em Jerusalém? Acreditar que uma peregrinação a um local sagrado é capaz de avivar a nossa fé é, no mínimo, um retrocesso à superstição barata que alimenta a indústria religiosa. O dinheiro gasto nessa obra faraônica poderia ser investido em pesquisas científicas, por exemplo. Imagine uma igreja evangélica que financiasse pesquisas para a cura do câncer ou da aids! Quantos não seriam beneficiados? 

2 – Muitas outras coisas precisam ser construídas no Brasil, por que um investimento tão alto?

"O Templo não está sendo construído com dinheiro público, logo, não compete com nenhuma obra que deveria ser feita pelo Governo. O investimento é alto porque a Universal crê que tudo o que é feito para Deus deve ser o melhor."

Apesar de não ser com dinheiro público, é com dinheiro isento de impostos. Portanto, indiretamente, é subsidiada pelo governo. Dizer que o templo de Salomão é "feito para Deus" revela total desconhecimento da vontade de Deus. De acordo com Jesus, o que é feito para Deus é o que se faz ao pobre, ao faminto, ao necessitado, ao desalojado. No último dia, quando formos julgados, ouviremos de Seus lábios: O que fizeste a um dos pequeninos, foi a mim que fizeste. 

3 – Milhões passam fome, não era melhor gastar com eles?

"Ao ver Judas usar esse argumento para criticar a alta oferta de uma mulher, Jesus o repreendeu, dizendo: "... os pobres, sempre os tendes convosco..." (Marcos14:7) Não construir o Templo não acabará com a pobreza. Milhares de pessoas já estão sendo ajudadas com os empregos gerados, mas o principal são as vidas que serão, de fato, tiradas de todo tipo de pobreza pelo trabalho no Templo após sua inauguração."

Difícil acreditar que milhares de vidas serão tiradas de todo tipo de pobreza pelo trabalho que será realizado no templo após sua inauguração. A menos que ele se torne num centro distribuidor de renda, e não captador de recursos. Quanto àquela mulher, sua oferta não foi entregue no templo em Jerusalém, mas derramada em Jesus, preparando-o para o sepultamento. E ao dizer "os pobres, sempre os tendes convosco", Jesus não estava dizendo que não deveriam se importar com eles; pelo contrário, o que não lhes faltaria seria oportunidade de estender as mãos aos necessitados deste mundo. O que fizemos a eles, estamos fazendo a Ele. Pelo menos, foi o que Ele garantiu em Mateus 25. Alguém ousa contestá-lO?

4 – A Universal quer construir o Terceiro Templo.

"Desde o início está claro que o projeto é uma réplica do Templo de Salomão, e não o Terceiro Templo. A réplica é baseada no original, com adaptações para a nossa época e local, sem intenção de tirar de Israel a legitimidade da construção do Terceiro Templo. Para que se cumpram as Escrituras, o Templo será reconstruído em Jerusalém, onde hoje está a mesquita de Omar."

Dilma prestigiará a inauguração do templo de Edir Macedo, aliado político

Macedo: julgamento marcado
Macedo: aliança com Dilma selada em templo milionário 

Título original: Com a benção de Macedo
Dilma Rousseff confirmou sua presença na inauguração do Templo de Salomão, a milionária obra de Edir Macedo que será inaugurada em 31 de julho em São Paulo.
A aproximação com a Igreja Universal é, por enquanto, o único ativo de Dilma com os evangélicos para a campanha eleitoral. Desde 2010, o PT tem dificuldade de lidar com o segmento.
A propósito, o templo, construído “com base nas orientações bíblicas” num terreno de 70 000 metros quadrados, é uma réplica do Templo de Salomão, erguido e destruído duas vezes em Jerusalém, cinco séculos antes do nascimento de Jesus.
Até o fim do ano passado, com 72% da obra concluída, a Universal já havia gasto 413 milhões de reais com o templo.
Por Lauro Jardim

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