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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quero ganhar o troféu promessas


Por Zé Bruno, via Facebook
Atenção seguidores do twitter, irmãos da Igreja e amigos do Facebook, vamos combinar uma coisa:
Eu faço de conta que não pedi nada a vocês, e vocês fazem de conta que não ouviram nada.
Vocês fazem de conta que foi iniciativa espontânea e acessam o site do Troféu Promessas.
Aí vocês votam tipo 50 ou 100 vezes cada um pra fazer de conta que foram muitas pessoas diferentes que votaram em mim.
O Comitê Organizador fica satisfeito porque fez de conta que seu Troféu mobilizou votos de milhões de pessoas, e todo mundo fica feliz!
Eu faço de conta que estou ansioso pelo resultado, mesmo sabendo que outros artistas fazem o mesmo.
Não se esqueçam, todos nós estamos fazendo de conta que nada disso está acontecendo.
Vocês podem, tipo assim, fazer de conta que estão preocupados com minha ansiedade, e até podem mobilizar uma campanha de oração por mim, e Deus…bom…não posso afirmar que Deus faz de conta que ouve…mas tudo bem vai…
Aí então eu recebo o Troféu de “faz de conta”, e tento fazer de conta que minha mediocridade nunca existiu.
Aliás posso concorrer com uma música americana, tipo versão em português, e receber o troféu no Brasil fazendo de conta que o compositor americano é tonto…bom…vá lá…americano é tudo tonto mesmo…
Vocês fazem de conta que ficaram espantados com a minha vitória, e fazem de conta que sou uma bênção.
Daí eu dou testemunho dizendo que Deus me honrou, fazendo de conta que eu nunca soube que tudo foi combinado, tipo Lula, e até deixo cair umas lágrimas de “faz de conta”
A Mídia Gospel faz de conta que sou um sucesso, e publica o fato, e eu faço de conta que acredito que sou incrível.
Quem sabe até um programa de auditório me convide pra mostrar o Troféu fazendo de conta que a gravadora não pagou jabá pra eu estar lá…já pensou!

Neymar é crucificado em capa de revista e gera polêmica


publicado originalmente no Estadão
SÃO PAULO - A revista Placar, da Editora Abril, divulgou nesta quarta-feira a capa de sua próxima edição. E o resultado está gerando muita polêmica. A publicação esportiva exibe uma fotomontagem do atacante Neymar, do Santos, na posição de Jesus Cristo, crucificado. Tudo para justificar a reportagem sobre a condenação ao atleta por sua fama de "cai-cai".
Revista nega que capa tenha relação com religião - Divulgação
Divulgação
Revista nega que capa tenha relação com religião
Em nota divulgada no site da revista, o diretor de redação Sérgio Xavier defende que o atacante se tornou um bode expiatório de "um esporte em que todos jogam sujo". A discussão que se formou em torno do assunto, principalmente nas redes sociais, no entanto, diz respeito, em maior grau, à comparação de Neymar com Cristo. A revista diz que apenas se valeu da imagem para ilustrar a repostagem, sem qualquer conotação religiosa.
"Agradecemos pelas críticas também. A gente compreende a confusão que as pessoas fazem, mas essa é uma interpretação equivocada do nosso trabalho", afirma o diretor de redação da Placar, Maurício Barros. "Vale dizer que a crucificação é um método histórico de execução pública. Pedimos desculpas a quem se sentiu ofendido".
A capa da revista, que será mantida, abre espaço para analisar o que os jornalistas observaram com a experiência da cobertura do futebol. "A gente percebeu que aumentaram as críticas a Neymar por simular faltas e pensamos como o jogador mais importante do Brasil, que recebe mais faltas também, é o mais marcado, e está sendo rotulado de mau exemplo. É uma inversão de valores", disse Barros, lembrando críticas ao atacante feitas pelo goleiro Rogério Ceni e pelos corintianos Tite e Paulo André.

Pescaria


Carlos Ruas, em Um Sábado Qualquer

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A renitência do bem

imagem: Google

Ricardo Gondim, no seu site
Permitamos, por um pouco, imaginar a vida em opostos. Contraponhamos alto e baixo, quente e frio, necessário e casual, áspero e macio. Desprezemos a média. Vamos nos ater a bem e mal, sem suas nuanças.
O mal é atabalhoado e o bem sabe esperar. Paciente. Sem afobação, entende que serralheiros, especialistas em forjar grilhões, um dia perderão seus lugares. E os poetas, artesãos da beleza, continuarão a falar de espadas fundidas em arados.
O mal é bruto e o bem, delicado. Frágil, carece de proteção; pede que humildes e mansos ousem defendê-lo. O bem é simples, depende de ambientes despretensiosos para sobreviver. Mantem-se com o olhar sobre o indefeso, importa-se com o exilado e procura entender as razões do proscrito.
O mal é irascível e tempestivo, mas o bem, íntimo. Suas origens estão ligadas às entranhas da alma, de onde brotam os afetos. O bem vem do âmago, da medula do espírito. Para sobreviver, não se apóia em estruturas poderosas. Discreto, não carece de luz, como as mariposas.
O mal se impõe e o bem corteja. Atrai por suas insinuações. Seduz, desde as mãos delicadas da fisioterapeuta que exercita o ancião, desde o rosto da assistente social que pesa a criança subnutrida, desde o esforço do voluntário que distribui cobertor para o desabrigado na enchente.
O mal é vago e o bem, concreto. Sua realidade, desce no conta gotas do sangue doado; pode ser atestada pelo empenho do médico estrangeiro quando escolhe viver na Faixa de Gaza; na disposição do rapaz que marcha pela paz, mesmo no frio que congela a ponta do nariz e nas bombas de gás que o fazem chorar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Igrejas brasileiras lançam mão de campanhas de marketing para atrair novos fiéis



Edson Xavier, para International Press - capturado no Pavablog
Com a redução no número de fiéis, são muitas as igrejas evangélicas brasileiras no Japão que há tempos tem lançado mão de campanhas de marketing para atrair novos fiéis. Ayra Tsuda, de apenas 18 anos, diz que também faz um movimento solitário para ver mais gente na igreja que ela participa. “Eu tento trazer minhas amigas, mas não é fácil porque são jovens né, então ainda querer curtir. Eu me cansei, vi que aquilo não era pra mim, não ia me levar a nada, então eu vim buscar um socorro”, revela.
Buscar um socorro nas pregações é o que motiva muitos dos que frequentam as igrejas. Existe até informalmente um rodízio de fiéis. A pessoa participa um tempo de uma congregação, não se adapta ou discorda da linha adotada pelo pastor e parte para uma outra. Em alguns casos chega a ser estabelecida uma velada concorrência entre as igrejas, sejam elas evangélicas ou católica.
“Nós aqui em Komaki temos uma estratégia, é tirar a igreja para fora, é levar um culto doméstico até onde as pessoas estão. Então nós temos várias células e lá nós vamos pregar o evangelho e convidamos as pessoas facilitando a elas o contato com a palavra de Deus”, explica o pastor Carlos Raymundo da igreja Missão Apoio. Carlos é pastor faz 14 anos e diz que as pessoas buscam a igreja pela primeira vez geralmente quando estão atravessando algum problema.
“Desde que gente é gente, só se procura a Deus quando há uma necessidade, então é um perfil assim de muita necessidade. E as pessoas tem procurado resolver essas três áreas, material, espiritual e física delas”, completa. Célia Satiko que mora em Chiryu diz que é católica não praticante e resolveu seguir o conselho de amigos e ver de perto o que se prega nas igrejas evangélicas. Ela admite que, foi rezar em busca de solução e conforto a problemas particulares.

A Res é Pública, mas a Cosa é Nostra

imagem: Google
Ed René Kivitz, no seu blog

A mistura entre religião e política é nitroglicerina pura. Quem mexe na coisa com displicência ou de maneira inadequada corre riscos de ver a mistura explodir causando danos não raras vezes irreparáveis. Pois essa nitroglicerina entrou de vez, e pela porta dos fundos, diga-se de passagem, no cenário eleitoral da cidade de São Paulo. O noticiário informa que José Serra, candidato do PSDB, recebeu o apoio da Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago. A Igreja Universal do Reino de Deus, com ligações estreitas com o PRB, apóia seu candidato, Celso Russomano. O mesmo fazem as Igrejas Assembleia de Deus (Ministério Santo Amaro) e a Igreja Renascer em Cristo. As igrejas Sara a Nossa Terra, setores dos carismáticos católicos e segmentos dos fiéis dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Mello apóiam o candidato do PMDB, Gabriel Chalita. Notícias de bastidores do mundo gospel divulgadas também pela imprensa paulistana revelam que a coordenação inter-religiosa da campanha de Fernando Haddad teria alinhavado acordo para apresentar o candidato do PT em estande na próxima edição da ExpoCristã, evento evangélico que promove outra mistura letal: religião e negócios.

Os apoios dos religiosos não ocupam apenas as páginas dos jornais e as mídias virtuais. Estão presentes também nos púlpitos das igrejas, notadamente aquelas caracterizadas por lideranças de pendor autoritário – não admitem questionamento e muito menos contestação – no modelo clericalista tipo “a igreja é minha”. Pastores, bispos e apóstolos “abençoam” publicamente seus respectivos candidatos, com direito a orações, discursos e defesas em nome da fé e de Deus. As fronteiras entre templos e praças públicas, púlpitos e palanques, fiéis e eleitorado, guias espirituais e cabos eleitorais foram absolutamente devas sadas. As comunidades de fé são transformadas em currais eleitorais e o antigo “voto de cabresto” foi substituído por algo mais sofisticado, o “voto de cajado”, numa referência ao abuso da autoridade pastoral sobre seus rebanhos.

Não faltam vozes condenando tais alianças entre igrejas e candidatos e partidos políticos. Mas, por que razão a prática é considerada inadmissível? O que existe de errado em uma igreja apoiar a eleição de um candidato com quem poderá contar caso ele seja realmente eleito? Por que razão o chamado “voto de cajado”, em que as lideranças religiosas manipulam seus rebanhos para a adesão massiva a um candidato é considerada inaceitável? Não basta dizer que “isso não é ético”. É preciso explicar porque.

O voto é um direito e uma responsabilidade do cidadão. Sindicatos, agremiações culturais, ONGs, clubes esportivos, associações da sociedade civil e empresas – embora se organizem para apoiar seus representantes – não votam. Igrejas também não votam. Não existe “voto coletivo”. Quem vota é o cidadão.

Os deveres cívicos não devem ser encarados como propriedade privada, mas como uma responsabilidade pública”. Esta é a opinião de Michael Sandel, autor do best seller Justiça, baseado em curso homônimo que atualmente ocupa a lista dos mais populares da Universidade de Harvard. “Terceirizar os deveres cívicos significa aviltá-los e tratá-los da maneira errada”, conclui.

Os que estão vivos e os mortos

imagem: Google
No fundo estamos condenados ao mistério. As pessoas dizem, eu gostaria de sobreviver além da minha materialidade... Eu não acredito que vá sobreviver, mas , pelo menos na memória dos outros, você sobrevive.

Vivi intensamente isso com a perda da Ruth. Olhando para trás, é claro que ela estava com um problema grave de saúde. Apesar disso fizemos uma viagem longa e fascinante à China. É como se o problema não existisse. A gente sabe que um dia vai morrer e no entanto vive como se fosse eterno.
Depois da morte de Ruth e, mais recentemente, de outros amigos, como Juarez Brandão Lopes e Paulo Renato, eu me habituei a conversar com os que morreram. Não estou delirando.. Os mortos queridos estão vivos dentro da gente. A memória que temos deles é real.
À medida que vamos ficando mais velhos, convivemos cada vez mais com a memória. Conversamos com os mortos. Por intermédio da Ruth, passei a lembrar mais dos outros que morreram, dos meus pais, meus avós. Os que morreram e nos foram queridos continuam a nos influenciar. O que não há mais é o contrário. Não podemos mais influenciá-los.
Eu não penso na morte. Sei que ela vem. Já senti a morte de perto. Não em mim. Senti a morte de perto nos meus. E procuro conviver com ela através da memória. Os que se foram continuam na minha memória e eu converso com eles. Minha mãe, meu pai, minha avó, minha mulher, meu irmão, meus amigos que se foram são meus referentes íntimos. Tudo isso constitui uma comunidade – posso usar a palavra – espiritual, que transcende o dia a dia.

Então, a morte existe, ela é parte da vida, é angustiante, não se sabe nunca quando ela vai ocorrer. Eu só peço que ela seja indolor. Não sei se será.
Ninguém sabe como e quando vai morrer. Pessoalmente, tenho mais medo do sofrimento que leva à morte do que da morte propriamente dita.
Se não é possível ter a pretensão utópica de sobreviver como pessoa física, é possível ter a aspiração de viver na memória, começando por conviver com a memória dos que se foram. Isso tem alguma materialidade? Nenhuma. Isso é científico? Não é. Mas é uma maneira de você acalmar sua angústia existencial.

Minha história: Catarinense de 20 anos leiloa virgindade pela internet


publicado originalmente na Folha de São Paulo
Para mim, não é prostituição. Quando alguém faz uma coisa
 uma vez na vida, não é considerado dessa profissão”, diz Catarina
A brasileira Catarina Migliorini, 20, está leiloando sua virgindade, por intermédio de uma produtora australiana. A "experiência" faz parte do documentário "Virgins Wanted", que conta a história de dois jovens antes e depois da primeira vez.

Os lances, feitos pela internet, já chegam a US$ 155 mil. Com o dinheiro, quer abrir uma ONG e investir num projeto de casas populares para famílias pobres de Santa Catarina, onde nasceu.

Leia abaixo o depoimento dela:

Estou nesse projeto há dois anos. Começou quando vi uma reportagem sobre um cineasta australiano que estava à procura de uma virgem.

Pensei: sou virgem, vou me inscrever. Foi por impulso que eu, menininha de 18 anos, resolvi me inscrever. Achei que não receberia resposta.

Pouquinho tempo depois recebi um e-mail do produtor pedindo para conversar comigo, via Skype. Depois disso, ele pediu um teste de cena, e gravamos. E assim foi.

Quando deu certo, fiquei feliz. Eu era de uma cidade pequena em Santa Catarina, e um cineasta australiano me escolheu! Pensei: vou seguir com isso e ver onde vai dar.

E aqui estou. Vim direto para a Indonésia, há um mês, gravar o documentário. Vai relatar a minha vida e a do Alex [Stepanov], dois virgens.

Nunca fizemos sexo e estamos a ponto de fazer com uma pessoa desconhecida.
Neste momento, estou em um hotel, em Bali. É como um reality show, mas sem filmagens o dia inteiro.

Uma das partes do documentário é um leilão, na internet, em que o prêmio é a minha virgindade. Não penso muito no valor.

Inri Cristo encontra Deus

Carlos Ruas, em "Um Sábado Qualquer"

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vereador que queria Parque Evangélico em Caruaru vai alterar proposta

Plenário da Câmara. (Foto: Vladimir Barreto/Secom CMC)
Jénerson Alves, para o Pavablog
Conforme o Pavablog noticiou, o vereador de Caruaru-PE Demóstenes Veras (PSD) havia emitido recentemente um requerimento para a construção de um parque evangélico na cidade conhecida como ‘Capital do Forró’. Entretanto, até mesmo as lideranças religiosas no município observaram a proposta de soslaio, entendendo que a administração pública não deve promover atos administrativos exclusivistas a determinados grupos sociais, mas deve adotar medidas que vislumbrem o bem coletivo.
Diante da polêmica causada pelo intento do parlamentar, Veras anunciou que vai ‘dar para trás’ da ideia. Em sessão ocorrida no último dia 20, ele destacou que, após o período eleitoral, vai apresentar novo requerimento. Desta feita, o documento apresentará o pedido de que a proposta inicial seja desconsiderada, mas que seja criado um parque ecumênico na cidade. “Infelizmente, tentaram diminuir a importância desse requerimento, e fui alertado a discutir um pouco mais sobre o assunto. Minha intenção foi atender à solicitação de um importante segmento da sociedade, e não alimentar aqui nenhum tipo de debate que venha a gerar discórdia ou polêmica”, justifica. Entretanto, os críticos ainda opinam que a nova proposta é inócua, argumentando que o termo ‘ecumênico’ refere-se a ‘universal’. Sendo assim, os três parques construídos no município já atendem a essa premissa.
Destarte, os evangélicos ainda são mote de discussões na Câmara de Vereadores de Caruaru. Um pouco depois da fatídica proposta de Demóstenes Veras, o edil Leonardo Chaves (PSD) apresentou proposta para criação do Dia do Pastor. Chaves é vereador há nada menos do que 36 anos. Todavia, na terça-feira 18, o vereador Manoel Alecrim (também do PSD) encaminhou um requerimento pedindo a criação de um Polo Evangélico durante o período das festas de São João. Alecrim é crente desde os 17 anos de idade, antes mesmo de entrar na vida política, mas a religião não é um tema recorrente em seus discursos. Assim como Demóstenes, Leonardo Chaves e Manoel Alecrim também são candidatos à reeleição para uma vaga na Casa Jornalista José Carlos Florêncio

/// Eleições para vereador, uma excelente oportunidade de retirar estas caricaturas do plenário!

Meu filho, você não merece nada

publicado originalmente na Época
Descrição: https://fbcdn-sphotos-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/551606_3408634660072_247971233_n.jpg
imagem Google

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O fim da linha para ministérios construídos com sangue inocente



Por Hermes C. Fernandes, no seu blog

Quem nunca foi tomado por um forte sentimento de culpa? Quem jamais desejou voltar no tempo para consertar as coisas? Mesmo Judas, o apóstolo traidor, sentiu-se profundamente arrependido do que fizera ao seu Mestre. Lembro-me quando me emprestaram um livro chamado “Eu, Judas”, onde o autor tentava redimir a figura do apóstolo traidor. Entre suas teorias, talvez a mais contundente era a que dizia que Judas fora movido por um propósito altruísta. Ele achava que se “cutucasse a onça com vara curta”, Jesus se levantaria, assumindo Seu papel messiânico, arregimentando Seu povo para uma tomada de poder. A traição seria apenas um empurrãozinho. Mas as coisas não aconteceram como planejadas.

Quando Judas ouviu de Jesus que os discípulos deveriam se armar para acompanhá-lo até o Getsêmane, ele imaginou que finalmente a revolução ocorreria. Porém, Jesusjogou um balde de d’água fria em seus planos quando não apenas reprovou a atitude violenta de Pedro ao desembainhar sua espada para defendê-lo, como também colocou no lugar a orelha decepada de um dos soldados do Sinédrio que vieram prendê-lo.

Amargurado com os rumos dos últimos acontecimentos, Judas dirigiu-se aos principais sacerdotes e anciãos para devolver-lhes o dinheiro que recebera para trair seu Senhor. Tudo deu errado! Jesus fora condenado, preso, e em mais algumas horas seria crucificado. A conclusão a que Judas chegara foi expressa na frase:“Pequei, traindo o sangue inocente”. Já que não dava pra voltar atrás, pelo menos o dinheiro que recebera deveria ser devolvido. Mas para sua surpresa, os sacerdotes recusaram recebê-lo de volta.  E olha que trinta moedas de prata eram uma quantia considerável.  Como os sacerdotes recusaram-se a recebê-la, Judas atirou-a para dentro do santuário e retirou-se já resolvido a suicidar-se.

Que destino deveriam tomar aquelas moedas?

Por mais sórdidos que fossem aqueles sacerdotes, ainda lhes restara certo senso de ética. Em conselho convocado de última hora, concluíram: “Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.”

Como alguém que foi capaz de subornar um dos apóstolos de Jesus para traí-lo, ainda seria capaz de posicionar-se eticamente? Por incrível que pareça, tal senso ético não tem sido facilmente encontrado em muitas lideranças cristãs. Ouvem-se rumores de líderes que aceitaram dinheiro do tráfico para financiar a construção de seus templos ou a aquisição de canais de TV. Soube do caso de uma igreja que apoiou a candidatura de um governador, e que após as eleições bem-sucedidas, veio cobrar-lhe uma secretaria, como havia sido prometido. O governador alegou que todas as secretarias já estavam ocupadas, e que só sobrara a Loteria do Estado (achando que certamente a igreja não aceitaria). Para a surpresa do governador (evangélico, diga-se de passagem), os dirigentes da igreja aceitaram de bom grado a direção do jogo no Estado.  Imagine: como uma igreja poderia pregar contra o jogo, se ela mesma é quem está à frente dele?

Isso sim é sintonia...



Carlos Ruas, em "Um Sábado Qualquer"

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Casal americano se declara culpado pela morte de filho por ‘cura divina’

Casal Bellew orou para Austin
se curasse, e ele morreu
Brandi Bellew (foto), 37, e Russel (foto), 40, se declararam ontem (18) culpados pela morte de seu filho Austin Sprout (na foto de baixo), 16, por tentar curá-lo com oração, em vez de levá-lo a um médico.

Eles assumiram formalmente ter cometido homicídio culposo (sem intenção de matar) como parte de um acordo com o Ministério Público e a Justiça para que não fossem presos.

Em contrapartida, o Tribunal de Justiça do Estado de Oregon (EUA) os condenou a cinco anos de liberdade condicional. Sem o acordo, a condenação poderia ser de até seis anos de prisão.

O casal é devoto da Igreja Assembleia Geral do Primogênito — é uma seita neopentecostal que não recomenda o uso dos recursos da medicina porque prega ser possível obter cura por meio da fé e oração. Ela tem mais de 100 pequenos templos em 20 Estados americanos.

Austin morreu em dezembro de 2011 em consequência da inflamação de um apêndice. O Ministério Público conseguiu provar que o adolescente seria salvo se tivesse recebido cuidados médicos, em vez dos divinos.

O primeiro marido de Brandi e pai de Austin é Brian Sprout. Ele morreu em 2007 de sepsemia por acreditar que a sua fé curaria uma lesão que tinha na perna. 

Refrigerante gera polêmica com anúncio evolucionista nos EUA

Anúncio lembra Teoria da Evolução
Foto: Divulgação


Anúncio lembra Teoria da Evolução
Publicado originalmente no Terra
A marca de refrigerantes Dr. Pepper gerou polêmica nos Estados Unidos com um anúncio que lembra a Teoria da Evolução, de Charles Darwin. Publicado na última quinta-feira no perfil oficial do Facebbok, a imagem que mostra um macaco, descobrindo uma lata de Dr. Pepper e evoluindo para um humano provocou comentários de “evolucionistas” e “criacionistas”.
Alguns cristãos acreditaram que o anúncio é ofensivo à teoria de que Deus criou o mundo e o homem, e até comentaram que vão parar de consumir o refrigerante. Cinco dias depois, a imagem polêmica já foi compartilhada 4 mil vezes diretamente da página da Dr. Pepper e tem 32 mil “curtir”.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Famílias Evangélicas tem menos despesas e investem em doações e missões – diz IBGE



O IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou resultado do POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) e foi constatado que as famílias evangélicas são as que mais comprometem a sua renda mensal em doações e missões. - Confira e comente…

Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou o resultado da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada entre 2008 e 2009. De acordo com o estudo, a religião interfere diretamente nas contas mensais de uma família. Os evangélicos foram apontados como os que mais gastam em doações e missões para a igreja.
Na pesquisa ficou comprovado que os crentes são mais mãos abertas que os demais, já que são os que mais gastam com doações e mesadas. Os espíritas, de acordo com o levantamento, são os que menos gastam no quesito religião.

Nas famílias de evangélicos de missão 20% do rendimento são para a igreja, seja em viagens ou doações. Os percentuais abaixam para evangélicos de origem pentecostal (19,2%) e outros evangélicos (13,3%). Os que seguem outra religião, os gastos com a fé representam apenas 7,6% para os espíritas, 9,2% para católicos e 9,5% para os sem religião.

A pesquisa reforça a importância da religião na vida dos brasileiros, que atualmente já somam em 42,3 milhões deevangélicos no país. Contra os 20% gastos no segmento religioso, o brasileiro gasta por mês 2,5% de seu rendimento com educação, 1,7% com plano de saúde e 1,6% com recreação e cultura. A despesa com aluguel atinge quase 13% do orçamento mensal. O transporte público representa 2,2% dos gastos mensais.

Durante Parada Gay do AM, líder LGBT critica políticos evangélicos


Bruna La Close anunciou que movimento LGBT terá candidato à vereador. Mais de 100 mil participa da 12ª Parada do Orgulho Gay do AM.



publicado originalmente no G1 Amazonas
Presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis (AAGLT),
Edílson Ribeiro da Rocha, a Bruna La Close' (Foto: Girlene Medeiros/G1 AM)

A presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis (AAGLT), Bruna La Close, criticou o posicionamento de políticos evangélicos frente a lésbicas, gays, bissexuais e travestis do Amazonas (LGBTs) e anunciou que o movimento contará com candidato que represente a categoria. As declarações ocorreram, na noite deste domingo (16), durante a 12ª Parada do Orgulho LGBT do Amazonas, na Avenida do Samba, situada ao lado do Sambódromo, Zona Centro-Oeste da capital.

“Esses políticos do Amazonas e do Brasil inteiro ficam se escondendo atrás de religiões evangélicas para dar voz ao preconceito e vetam os projetos que fazem valer nossos direitos. Já estamos trabalhando na política e, nas próximas eleições, teremos um candidato à vereador que nos represente”, afirmou, avaliando que não há grandes conflitos entre o grupo e outras denominações religiosas.

Segundo La Close, o movimento homossexual no Estado é forte e goza de certa liberdade, mas entraves, como o encontrado na política, afeta a igualdade dos adeptos perante os demais. “Antes, não se via um evento grande como esse em Manaus. É uma grande quebra de barreira”, disse, avaliando que, às 20h, a Parada do Orgulho LGBT já contava com 100 mil brincantes.

Religião e divórcio: Igrejas e líderes investem em aconselhamento de casais

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em 2009 o Brasil oficializou 26.464 divórcios, que aconteceram por muitos motivos como problemas pessoais, financeiros, violência e outros.

De olho nas crises conjugais e nos efeitos que elas trazem não só para o casal, mas também para os filhos, inúmeras igrejas estão investindo em programas especiais para aconselhamento de casal.


publicado no Diário de NordestinaEsses ministérios tentam inverter o crescimento do número de separações até mesmo entre evangélicos, pois pesquisas recentes informavam que nenhuma religião evita divórcios, apontando que em 2006 23,9% das mulheres evangélicas (pentecostais e tradicionais) estavam divorciadas ou separadas (dados do estudo do Núcleo de Estudos de População da Unicamp).

Apesar de a Bíblia ser contrária ao divórcio, vemos muitos cristãos e até mesmo pastores e cantores que já se divorciaram, comprovando essa pesquisa divulgada em 2010 que atesta que a fé não segura casamentos.

Para impedir que esses números continuem crescendo, principalmente entre os já convertidos, a Igreja Universal do Reino de Deus colocou na programação da IURDTV e também da Rede Record o programa Escola do Amor (The Love School) apresentando pelo bispo Renato Cardoso e por sua esposa Cristiane Cardoso. Eles falam sobre os problemas do dia a dia que podem atrapalhar a relação e como controlá-los e superá-los.

O pastor Josué Gonçalves direcionou seu ministério para os casais e apresenta o programa Família Debaixo da Graça que oferece mensagens para relacionamentos e também livros e ministrações específicas. A preocupação com os relacionamentos é tanta que o pastor está construindo uma Casa de Recuperação de Casamentos que vai abrigar casais que precisam de uma ajuda para permanecerem juntos e unidos.

Evangélicos lançam campanha nacional para garantir o voto consciente


Grupo lança campanha de conscientização entre os evangélicos pelo fim da manipulação do voto e em defesa da ética nas igrejas
imagem: Google
publicado originalmente no Diário de Pernambuco

A busca frenética pelo voto evangélico é uma marca das eleições em todo o Brasil, não importa qual seja o cargo disputado. Frequentemente os candidatos se aliam aos líderes religiosos para conquistar a simpatia dos evangélicos e, sem nenhum constrangimento, pedem votos dentro dos templos e durante os cultos. Algumas vezes de maneira nada republicana. Nas 100 maiores cidades mineiras, 271 pastores evangélicos disputam vagas nas câmaras municipais, contra apenas sete padres. Mas essa corrida não é sem motivo, afinal a população evangélica no Brasil representa, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42,3 milhões de pessoas.

Mas nem todos os que professam essa religião concordam com a prática, batizada de “voto de cajado”, referência ao voto de cabresto, tão comum nos tempos do coronelismo, no meio religioso. Por isso, um grupo que reúne cristãos ligados à defesa da cidadania, dos direitos sociais e da justiça resolveu se mobilizar e lançar no meio evangélico uma campanha nacional de conscientização.

“Queremos abrir um diálogo para repensar o modo de participação dos evangélicos na política”, afirma Caio Marçal, missionário da Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte, e secretário de mobilização do grupo, batizado de Rede Fale. “O pastor pode participar da formação política de suas ovelhas, mas deve evitar o processo de manipulação político-partidária. A intenção não é afastar o público cristão dessa temática, mas clarificar esse assunto para que a igreja possa participar da vida da cidade, inclusive a política, de forma qualificada e ética”, defende Caio.

No dia 22, a Rede Fale promove na capital mineira um debate sobre o tema na Comunidade Cristã Caverna de Adulão, para discutir os perigos da manipulação do voto nas igrejas e a postura dos cristão ante a política e as eleições. Eventos semelhantes vão ocorrer na mesma semana em São Paulo, Aracaju, Rio de Janeiro e Fortaleza.

Para Flávio Conrado, doutor em antropologia, o voto evangélico segue a lógica da identificação e do reconhecimento que um igual, no caso um irmão ou irmã na fé ou alguém teoricamente de confiança de seu pastor ou líder, estará atento para as problemáticas da comunidade religiosa. Mas, em muitos casos, segundo ele, os pastores e líderes se orientam por uma visão essencialmente pragmática da política, sem conteúdo ideológico. Para ele, a única maneira de romper isso é por meio da educação baseada em valores republicanos e democráticos, informação e discussão das propostas dos candidatos, além de maior maturidade política e integridade ética por parte dos membros e pastores das igrejas evangélicas. “É preciso avaliar melhor a indicação do pastor ou do líder evangélico. É preciso que o eleitor estude melhor a história dos candidatos, que analise suas propostas, que tenha uma visão mais global dos partidos, julgando não só pelo grau de empatia com o segmento evangélico, mas por critérios mais republicanos”, defende Conrado, estudioso da participação político-eleitoral dos evangélicos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dar dinheiro na igreja

imagem: Google

Dar dinheiro na igreja tem sido uma prática cada vez mais questionada. Certamente em virtude dos abusos de lideranças religiosas de caráter duvidoso, e a suspeita de que os recursos destinados à causa acabam no bolso dos apóstolos, bispos e pastores, não são poucas as pessoas que se sentem desestimuladas à contribuição financeira. Outras tantas se sentem enganadas, e algumas o foram de fato. Há ainda os que preferem fazer o bem sem a intermediação institucional. Mas o fato é que as igrejas e suas respectivas ações de solidariedade vivem das ofertas financeiras de seus frequentadores e fiéis. Entre as instituições que mais recebem doações, as igrejas ocupam de longe o primeiro lugar na lista de valores arrecadados. Por que, então, as pessoas contribuem financeiramente nas igrejas?

Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições financeiras como investimento. Contribuem na perspectiva da negociação: dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno.  Tentar fazer negócios com Deus é um contra-senso, pois quem negocia sua doação está preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja.

Há quem contribua por obrigação. É verdade que a Bíblia ensina que a contribuição financeira é um dever de todo cristão.  A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de tudo, pois crêem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas todos os recursos e riquezas que têm em mãos pertencem a deus e estão apenas sob seus cuidados.

Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam, “estou recebendo tanto de Deus, que devo retribuir contribuindo de alguma maneira”. Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm, ou apenas enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira.
Existem também os que contribuem em razão de seu compromisso com a causa, com a visão, acreditam em uma instituição e querem por seu dinheiro em algo significativo. Muito bom. Devem continuar fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no bolso, no fundo, não acredita. Mas essa motivação está ainda aquém do espírito cristão. Aliás, não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam.
Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não se identificar com o sofrimento alheio, não conseguem viver de modo indiferente ao sofrimento alheio, sentem as dores do próximo como se fossem dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão. Mas ainda não é suficiente.

Vereador propõe criação de Parque Evangélico em Caruaru


Foto: Vladimir Barreto/Secom CMC
Jénerson Alves, para o Pavablog
Ultimamente, a predominância de discursos na Câmara de Vereadores de Caruaru-PE tem sido as Eleições. Entretanto, ‘saindo’ um pouco desse parâmetro, um requerimento aprovado na última semana vem provocando polêmica na cidade. O vereador Demóstenes Veras (PSD) emitiu solicitação para que o Poder Executivo construísse um Parque Evangélico na cidade.
De acordo com o edil (foto)– que também é candidato à reeleição –, o pedido leva em consideração o crescente número desse grupo na cidade. “A importância desse requerimento está na necessidade que público evangélico encontra para realizar eventos específicos desse segmento religioso durante o ano todo. Para isso, avaliei que não se faz suficiente utilizar o espaço do Pátio de Eventos para realizar esses eventos, assim como não é adequado para desenvolver as diversas manifestações evangélicas”, explana Veras, em um blog local, acrescentando que é católico, mas reconhece a necessidade do segmento religioso ganhar um espaço específico.
Porém, a proposta tem sido vista de soslaio, inclusive por líderes religiosos do lugar. O pastor da Igreja Batista Remanah, Cícero Palmeira, que também é vice-presidente da Associação dos Ministros Evangélicos de Pernambuco (Ameape), opina que a construção de um parque temático cristão no município é “viável”. “Porém, o cuidado que deve-se ter é que esse espaço não seja exclusivista para um determinado grupo”, afirma. Palmeira ainda declara que tal tópico não faz parte da agenda da Associação.
Há até mesmo quem opine que esse tipo de construção vá de encontro à missão da Igreja, o qual é a proclamação do Evangelho, sinalizando o Reino de Deus entre os homens. “Esse parque ficaria reservado para esse público, onde que o verdadeiro Cristão tem que evangelizar para pessoa que ainda não conhecem a Palavra de Deus”, observa o web designe Maxuel Torres, 21, que é evangélico há nove anos.
No entanto, o vereador se diz atônito quanto ao fato de existirem críticas a essa ideia. “Eu estranho que existam pessoas reclamando sobre esse requerimento, pois eu apresentei essa ideia a 8 igrejas em Caruaru, e em todas a aprovação foi unânime, pois se trata da valorização desse segmento na cidade”, explicou.

Minha despedida do mundo “gospel”

Por Walter McAlister
publicado originalmente no seu blog
Em meu mais recente post publicado neste blog mencionei que a denominação que lidero, a Igreja Cristã Nova Vida, recebeu a notificação de uma entidade representativa de milhares de compositores de música “gospel” acerca de recolhimento de direitos autorais. O texto foi redigido com angústia e ao escrevê-lo abri inclusive uma exceção na minha decisão pessoal de nunca citar nominalmente pessoas ou grupos que considero estarem incorrendo em erro.  Houve repercussão. Desde então, muito foi dito sobre o assunto, por milhares de pessoas. Fui apontado como o pivô de uma polêmica nacional, o que me deixou mortificado. Saí da minha área de atuação, para onde pretendo voltar.

Todavia, há coisas que aprendi e que preciso esclarecer.

Como disse, nossa igreja recebeu uma carta de uma entidade representativa de compositores “gospel” (carta esta que postei na minha página do Facebook). Em reportagem na Internet vi que sua liderança negou que tenha sido uma notificação. Já fui informado que ela tem razão. Tecnicamente, a carta não foi uma notificação, até porque a referida instituição não tem respaldo legal para tanto.

Reconheço o meu erro. Mas a carta se intitula “Regularize sua Igreja”, cita decreto-lei e estipula o preço para que me regularize, o que me induziu a crer tratar-se de fato de um instrumento legal. A referida organização é representativa e, portanto, entende-se que, sem os seus afiliados, não teria a menor razão de nos contatar desta maneira e sequer de existir. Por lei, todos os afiliados são “solidários” às ações dos seus representantes. Sabendo disso, para mim ficou óbvio que isso seria uma expressão de todos. Fui procurado por muitos e me surpreendi positivamente ao descobrir, um por um, que os associados não tinham a menor intenção de pedir o que fosse.

Fiquei aliviado, mas, ao mesmo tempo, triste, pois vi que meu texto atingiu pessoas que nunca tiveram ciência dos atos de seus representantes. Por isso, peço desculpas a todos os que sofreram por isso. Agi por entender que os seus representantes os representam. Não imaginava que não fosse o caso.

Por outro lado descobri que nem todas as igrejas de nossa denominação agem conforme o desejo dos compositores de ter os seus nomes reconhecidos nas projeções com as letras das músicas a serem cantadas durante os cultos. Não imaginava isso. Mas certamente é algo que corrigiremos de imediato. Pois queremos fazer sim o que é correto. Creio que todas as igrejas deveriam fazer o mesmo.

Sou um autor. Entendo de direitos autorais, embora nunca tenha recebido um centavo pelos livros que escrevi. Mesmo sendo a Anno Domini a editora da denominação que lidero, nunca recebi pelos livros publicados por ela nem tenho participação nas finanças da editora. Sou um bispo assalariado. Os corinhos que compus são registrados, mas nunca embolsei um centavo pelo CD que gravei nem pelos direitos autorais – com a única exceção de um CD gravado pela cantora Wanda Sá e produzido por Roberto Menescal. Creio que recebi em torno de cem reais por isso.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Não se atreva!

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Carlos Ruas, em "Um Sábado Qualquer"

Lista, só se for de Schindler


por Juliana Dacoregio, no seu blog
Palestras motivacionais, livros de auto-ajuda, seminários de administração e até em preleções nas mais diversas igrejas há uma dica em comum: FAÇA LISTAS.
Faça listas do que você quer para o próximo ano. Faça listas do que você deseja alcançar para ser feliz. Faça listas do que realizar, sobre o que orar, dos compromissos a cumprir. A curto, médio e longo prazos: faça listas. “Coloque seus sonhos no papel e assim terá o foco necessário para realizá-los”. Exaltam as listas como o segredo do sucesso.
Quando eu ouvia esse “maravilhoso” conselho me sentia um lixo que nunca iria conseguir coisa alguma na vida, afinal NÃO SEI FAZER LISTAS. Não sei. Simplesmente tenho um bloqueio para listas. Listofobia, talvez (psiquiatras, eis a sugestão de uma patologia a ser estudada). Já tentei. Não adianta. Minha lista acaba perdendo toda a objetividade e vira um texto chato, detalhado, cheio de pormenores. Sou subjetiva demais para colocar no papel o que quero para o futuro em forma de itens. Além disso, basta eu pensar em começar a escrever uma das milagrosas listas que chega a me dar um comichão, ansiedade mesmo… Parece que estou selando o resto da minha vida, sei lá. Mal e mal consigo fazer a lista de filmes que quero assistir.
E então, lendo essa BÊNÇÃO chamada Chuck Pahlaniuk, me deparo com a definição perfeita sobre listas. Uma luz no túnel das baboseiras motivacionais. Nem posso dizer que tirou as palavras da minha boca porque eu nunca tinha pensado nisso dessa forma. É apenas um daqueles momentos iluminados, em que você lê algo e diz ISSO! É ISSO!, e tem vontade de levantar-se e aplaudir.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Prisões da Califórnia ganham institutos bíblicos após doação milionária

O fotógrafo Damian Dovarganes acompanhou as aulas e um culto de adoração em um seminário montado dentro do Centro de Reabilitação da Califórnia na cidade de Norco. O projeto piloto no estado, que tem a participação de voluntários, está sendo expandido.


Publicado no G1, capturado no Pavablog
título original: Prisões da Califórnia ganham seminários após doação milionária
O fotógrafo Damian Dovarganes acompanhou as aulas e um culto de adoração em um seminário montado dentro do Centro de Reabilitação da Califórnia na cidade de Norco. O projeto piloto no estado, que tem a participação de voluntários, está sendo expandido.
Batizado de Instituto do Ministério Urbano (Tumi, na sigla em inglês), o projeto que teve início no presídio de Norco está sendo expandido para 18 prisões da Califórnia após receber a doação de US$ 2,1 milhões de um empresário do ramo imobiliário.
O grupo Prison Fellowship (Sociedade da Prisão), responsável pelo projeto, treina voluntários em um rigoroso programa de 3 anos dentro do presídio. A 1ª turma, com 10 seminaristas, completou o curso em 2011. Outros 14 devem concluir o seminário em 2013.

Carta a um universitário cristão

imagem: Google

Por  Alderi Souza de Matos, no site Monergismo
Caro irmão em Cristo,

Você tem o privilégio de freqüentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você. Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas, com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a idéias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Alguns de seus valores e crenças parecem agora menos convincentes e você se sente pouco à vontade para expressá-los. Para ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto, ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque o ajuda a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por isso recomendou-lhes: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a si mesmos" (2 Co 13.5). As dúvidas mal resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no sentido de estarem "sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" (1 Pe 3.15).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa. Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios universitários. A idéia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários que são controlados por professores materialistas de diversos naipes agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações. Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica. 

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