Jefferson extraiu 'diamantes' da Bíbliapara ter sua versão da história de Jesus |
Em uma noite de inverno de 1804, Thomas Jefferson (na ilustração), o terceiro presidente dos Estados Unidos, de 1801-1809, pediu a um funcionário da Casa Branca que trouxesse dois exemplares da Bíblia e a retalhou com uma lâmina, tirando da história de Jesus o que lhe agradava. Ao conjunto, ele deu o nome de "A Filosofia de Jesus de Nazaré”.
Mais tarde ele escreveu uma carta ao seu amigo John Adams dizendo que tinha montado uma versão só com os “diamantes” da Bíblia, para distingui-los do monturo (dunghill)
Em português, monturo significa grande quantidade de lixo, monte de objetos desnecessários, lixão de difícil acesso.
A palavra inglesa dunghill quer dizer, entre outras coisas, estrume, monte de esterco, excremento de animais.
Jefferson usou “diamante” como metáfora por se tratar de pedra rara.
Ele foi o principal autor da Declaração da Independência (1776) e também um dos mais influentes fundadores dos Estados Unidos.
Jefferson perdeu a sua montagem de “diamantes” da Bíblia, mas em 1820, aposentado da política, aos 77 anos, ele criou nova versão do Novo Testamento, em quatro idiomas. Usou seis exemplares da Bíblia — dois em inglês, dois em francês e dois em latim e em grego.
Nesta versão, Jefferson deixou de fora os milagres, como Jesus andando sobre as águas, ressuscitando Lázaro e multiplicando pães e peixes. Ele também não fez recortes sobre alusões ao nascimento virginal e à sugestão de que Jesus é Deus.
Jefferson deu à colagem o nome de “A vida e moral de Jesus de Nazaré”. Ela termina com o sepultamento de Jesus na sexta-feira, não com a ressurreição, no domingo de Páscoa.
Encadernada, essa colagem está Museu Smithsonian, de História Americana, juntamente com duas Bíblias das quais Jefferson extraiu os “diamantes”.
Thomas Jefferson foi de família que frequentava a Igreja Anglicana. Estudou em escolas que seguiam essa orientação religiosa, desde o ensino fundamental à faculdade.
Ele compareceu a cultos durante toda a vida, mas tinha uma visão crítica da religião, principalmente do cristianismo, como demonstram as suas versões da Bíblia.
Intelectual brilhante, ele preferiria tirar suas próprias conclusões, mesmo contrariando o dogmatismo religioso. Dizia que todos deviam fazer o mesmo.
Em 1787, ele disse ao seu sobrinho Peter Carr que indagasse com arrojo mesmo sobre a existência de um deus. “Porque, se houver um, ele deve homenagear mais a razão que o medo de quem tem os olhos vendados”.
Thomas Jefferson se considerava um “cristão verdadeiro”. Mas na campanha eleitoral à Presidência de 1800, ele foi retratado pelos aliados de John Adams, seu adversário, como “inimigo de Deus” que, se eleito, “lançaria a Bíblia em uma fogueira”.
Mesmo assim Jefferson foi eleito, sendo o único presidente dos Estados Unidos de dois mandatos que não teve sequer um projeto de lei rejeitado.
Nos atuais dias, Jefferson provavelmente não seria eleito por causa do fortalecimento do fundamentalismo cristão.
fonte: Paulopes
Mais tarde ele escreveu uma carta ao seu amigo John Adams dizendo que tinha montado uma versão só com os “diamantes” da Bíblia, para distingui-los do monturo (dunghill)
Em português, monturo significa grande quantidade de lixo, monte de objetos desnecessários, lixão de difícil acesso.
A palavra inglesa dunghill quer dizer, entre outras coisas, estrume, monte de esterco, excremento de animais.
Jefferson usou “diamante” como metáfora por se tratar de pedra rara.
Ele foi o principal autor da Declaração da Independência (1776) e também um dos mais influentes fundadores dos Estados Unidos.
Jefferson perdeu a sua montagem de “diamantes” da Bíblia, mas em 1820, aposentado da política, aos 77 anos, ele criou nova versão do Novo Testamento, em quatro idiomas. Usou seis exemplares da Bíblia — dois em inglês, dois em francês e dois em latim e em grego.
Nesta versão, Jefferson deixou de fora os milagres, como Jesus andando sobre as águas, ressuscitando Lázaro e multiplicando pães e peixes. Ele também não fez recortes sobre alusões ao nascimento virginal e à sugestão de que Jesus é Deus.
Jefferson deu à colagem o nome de “A vida e moral de Jesus de Nazaré”. Ela termina com o sepultamento de Jesus na sexta-feira, não com a ressurreição, no domingo de Páscoa.
Encadernada, essa colagem está Museu Smithsonian, de História Americana, juntamente com duas Bíblias das quais Jefferson extraiu os “diamantes”.
Thomas Jefferson foi de família que frequentava a Igreja Anglicana. Estudou em escolas que seguiam essa orientação religiosa, desde o ensino fundamental à faculdade.
Ele compareceu a cultos durante toda a vida, mas tinha uma visão crítica da religião, principalmente do cristianismo, como demonstram as suas versões da Bíblia.
Intelectual brilhante, ele preferiria tirar suas próprias conclusões, mesmo contrariando o dogmatismo religioso. Dizia que todos deviam fazer o mesmo.
Uma das Bíblias das quais Jefferson extraiu 'diamantes' |
Thomas Jefferson se considerava um “cristão verdadeiro”. Mas na campanha eleitoral à Presidência de 1800, ele foi retratado pelos aliados de John Adams, seu adversário, como “inimigo de Deus” que, se eleito, “lançaria a Bíblia em uma fogueira”.
Mesmo assim Jefferson foi eleito, sendo o único presidente dos Estados Unidos de dois mandatos que não teve sequer um projeto de lei rejeitado.
Nos atuais dias, Jefferson provavelmente não seria eleito por causa do fortalecimento do fundamentalismo cristão.
fonte: Paulopes
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