Google+

"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

Compartilhe

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cid Moreira: ‘Você começa a ler a Bíblia e as coisas vão acontecendo’


“Estou na minha fase derradeira e gloriosa”, diz Cid Moreira
(foto: Alexandre Campbell - 21.ago.1998/Folhapress)
(foto: Alexandre Campbell – 21.ago.1998/Folhapress)
Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo (via Pavablog)
Cid Moreira, que apresentou o “Jornal Nacional” durante 27 anos, entre 1969 e 1996, diz que segue em sua “fase bíblica”. Ele falou com a Folha na noite de entrega do Prêmio Comunique-se, na terça-feira.
*
Folha – O que o senhor tem feito ultimamente? Tem trabalhado em projeto pessoal?
Cid Moreira - Olha, a minha vida é de fases. Tive fase do rádio, fase de cinema, fase de TV, e agora estou na fase bíblica. Estou divulgando a Bíblia. Tenho conseguido resultados maravilhosos. Por exemplo, a Bíblia que eu gravei, com trilha de cinema, efeitos, personagens, vamos dizer assim, o cego vê as imagens. A intenção é que as pessoas vejam. Essa Bíblia foi incluída num aplicativo que tem acesso de mais de cem milhões de pessoas no mundo.
Em várias línguas?
Não. Em português é a minha gravação. E é gratuito [o aplicativo], claro.
O senhor é muito religioso?
Não era, mas agora eu sou.
O que mudou?
Milagre da Bíblia. Você começa a ler a Bíblia, trabalhar com a Bíblia, e as coisas vão acontecendo.
Quando começou a ler?
No início da década de 1990, quando gravei salmos. A Globo me ajudou muito. Gravei vários clipes, trechos da Bíblia, enfim Começou a fase que vai ser a minha fase derradeira e gloriosa. Estou completando no final do mês 70 anos de carreira.
O que mais gostou de fazer?
O que estou fazendo agora.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Em quem vou votar pra presidente?



Nunca na história desse país se viveu um momento tão crítico diante de uma nação dominada pelo engano de “um prato de comida na mesa”

Depois de tudo que assisti ontem (23.09.14) e da declaração da PresidentE Dilma Russef nas nações Unidas, ainda estou pasmo, acordei pasmo, vou passar o dia pasmo porque de alguma forma, o desabafo do israelita quanto ao nanismo diplomático do Brasil se mostra agora, um ato “profético” que se concretiza oficialmente nas palavras da PresidentE diante do plenário das Nações Unidas.
Aconselhar o diálogo com o grupo do “estado islâmico” é uma atitude tão esdrúxula e tão ignorante que não leva em consideração que de tudo já se foi tentado e que esse grupo não pretende dialogar com ninguém, que seu diálogo é degolar pessoas, crucificar cristãos em praças públicas, enterrar mulheres vivas ou faze-las de escravas sexuais para seus “soldados”. Que seu diálogo é um genocídio premeditado e que sua luta, não tem sequer uma fundamentação racional senão dominar o mundo com este tipo de desgoverno totalitário, teocrático e déspota.
    Com essa atitude, Dilma Russef entra definitivamente para o time de Hugo Chaves e de Mahmoud Ahamadinejad, desce a estatura da peronista Cristina Kirchner e envergonha a nação brasileira com sua atitude murista de ocasião. Ela destoou até do ditador Sírio Bashar al-Assad, que claro, com seus interesses apoiou as ações de combate, mas destoou também de Ban Ki-moon secretário geral da ONU, que apoiou a ação e apenas pediu que fossem minimizadas as baixas civis.
    Vergonha, Vergonha, Vergonha de minha representante, vou dizer a todos através de todos os meios, vou pedir desculpas e dizer aos cristãos de todo mundo que essa não é a posição do Brasil e que com muita esperança esse tipo de governo se encerrará no Brasil a partir de 5 de Outubro
Por isso venho a Público, depois dessa “gota d’água” dizer que...

1.     Lamento quem o Brasil tenha chegado a esta situação, em que muitos estão votando, pelo menos uma classe mais esclarecida, não necessariamente em um candidato, mas em tirar o PT do poder.
2.     A decepção das tradicionais “esquerdas” do tempo ditatorial é muito grande, quando todos estavam “unidos” em torno de um projeto: acabar com a ditadura, mas que depois, ao que parece, “cada cá”, como dizia minha vovó, quis formar a sua própria ditaturazinha. A esponja ideológica que foi o MDB e depois o PMDB se tornou a grande prostituta, compõe com todos de acordo com seus interesses. E esse é um dos “canceres” da nação, aliado ao desvio ou o que me parece mais lógico, revelação das intenções do PT e seus “paladinos da justiça”.
3.     A Social Democracia, que parecia ser na origem, uma boa opção de centro esquerda em busca do equilíbrio, nunca saiu de cima do muro e se perde, como bem disse Luciano Pires, não sabe se comunicar com o povo, não tem a “manha” de um Lula e seus marqueteiros. Me impressiona a incompetência deles nessa área. E por fim, se couber julgamentos, escolhe um candidato dado às “noitadas” para não dizer outra coisa, para comandar uma nação. Mas até aí, fazer o quê? O iluminado graças a Deus EX presidente Lula é um adepto da cana destilada de marca maior, houve um governador em PE que se dizia que depois das 16h não atendia mais por conta do seu “sagrado” Whisky... isso não pode ser mais parâmetro!!
4.     Os demais candidatos não são dignos nem de uma análise, meu tempo é valioso demais para isso... meu Deus escutar aquela Gaúcha no debate me lembrou que a revolução farroupilha deveria ter sido bem sucedida...
5.    Surge Marina Silva e aqui me defronto com a “exclusividade dos inclusivos” os “libertários” e “democratas” que proclamam a liberdade mas execram quem se coloca em seu caminho, que não admitem “largar o osso” e que entram em uma disputa suja, mentirosa contra essa senhora, lançando calunias que me lembram o que Collor e sua equipe fizeram com Lula naquela primeira eleição, a arma é a mesma.
Nunca fiz e não faço campanha política, sou um Bispo da Igreja, pastor por vocação e profeta por ofício. Represento a fé que mais positivamente influenciou a humanidade desde que se tem conhecimento, o credo que lutou contra a escravidão, libertou nações, criou instrumentos dentro de seus monastérios que influenciaram revolução industrial, fez da Bíblia o livro que moldou a alma da civilização ocidental pelos seus princípios em prol da dignidade humana, enquanto no oriente muitos monges estavam meditando para esvaziar as suas mentes os monges cristãos estavam enchendo suas mentes de ideias que libertassem o povo. Esse é o meu credo, essa é a minha fé. Nunca usei minha posição de pessoa pública para ser cabo eleitoral de ninguém, não defendo qualquer candidato publicamente, no entanto, como líder cristão que sou, me coloco em denúncia de tudo que entendo ser corrupto, injusto e ameaçador da liberdade entre outras coisas. Tenho falado publicamente do atual governo, como falei de tantos outros (vide meu blog), porque entendo que eles traíram a confiança da nação e estão levando o Brasil para um Caos, mas, como disse não sou Cabo eleitoral, sequer revelo meu voto. Nesse sentido, sou profeta, teologicamente e historicamente, os profetas estavam ao lado do Rei nas decisões sábias e contra eles nas decisões sem sabedoria e que implicariam em prejuízo para a nação.
Não sou cabo eleitoral de Marina Silva, mas pelas circunstancias de minha atividade, tive a oportunidade, no início desse ano, de recebe-la em meu gabinete, conversar sobre vários assuntos e em seguida a entrevistei em uma conferência de líderes diante de mais de 500 pessoas durante 40 minutos. O tema não era política e sim, liderança diante das adversidades da vida. Li a Biografia de Marina e de fato me impressionou a sua história de vida.
O que posso dizer é que a campanha petista consegue fazer dela uma pessoa diferente do que ela é, a campanha petista é mentirosa isso posso garantir, é sanguinolenta pois se veem, pela primeira vez ameaçados de perder o poder. Antes de subir nas pesquisas Marina era tratada pelo PT como a boa moça que se desviou...
Alguém, recentemente colocou uma frase que me motivou a sair em defesa dessa senhora chamada Marina Silva. A frase mostra a percepção pessoal de alguém que respeito, mas que, democraticamente posso comentar pelo menos, sabendo que também sou respeitado.
A frase que menciono é essa:
Marina é uma carola, fundamentalista, preconceituosa, sem bancada e apoio parlamentar sem experiência e dominada por evangélicos como Malafaia. Um retrocesso para as conquistas que o Brasil alcançou.            
O que tenho a dizer sobre essa frase de alguém que já decidiu pelo voto nulo? Me permita:
Marina é uma carola, fundamentalista _ O fundamentalismo cristão é uma expressão que hoje se usa de forma deturpada. No início do século 20, com a chegada da teologia liberal, da alta crítica cristã e os escritos de Charles Darwin foi publicado um livro de muitos autores chamado “Os Fundamentos” que tratava de colocar claramente os fundamentos da fé cristã. Mas hoje se tem como fundamentalismo uma generalização sinônimo de intolerância e pelo que percebi em Marina Silva, nunca a enquadraria nesse rótulo pejorativo.
Essa expressão, me permita, está revelando sim preconceito. Por que carola? porque ela usa um pitó? um lenço, um vestuário diferente? Por que ela confessa uma fé? O Dalai Lama viaja o mundo com suas roupas exóticas para nossos costumes, fala de paz e justiça, tem seus fundamentos firmes na sua fé budista e se você perguntar a ele sobre a sua fé, o que ninguém faz, provavelmente se defrontará com alguém que não abre mão de seus fundamentos. Nesse sentido eu sou também carola e sei que não sou nem um pouco, porque carola é uma expressão preconceituosa para caracterizar aquelas senhoras católicas romanas, beatas, assíduas à igrejas e intolerantes fechadas em suas rezas e liturgias. Nesse sentido, posso dizer que Marina Silva não é nem carola, nem fundamentalista. Mas que como eu e como cristãos verdadeiros e mesmo como Dalai lama, não abre mão de seus fundamentos.
PreconceituosaPreconceito é algo que caminha numa linha tênue entre preconceito e ter um conceito. Seter um conceito é ser preconceituoso(a) Qualquer um é preconceituoso por não concordar com algo que o outro concorda. O preconceito, é uma ideia preconcebida de algo que não se conhece. É ai que entra o pré... o antes de saber. Por que Marina é preconceituosa? Porque ela tem um conceito formado por suas convicções, que se baseiam em um credo? Ela seria preconceituosa se não admitisse os direitos de quem quer que seja e isso, até onde sei, não aconteceu, pelo menos até onde eu saiba. Eu tenho dito que como cristão, eu tenho um conceito de mundo e, claro, procuro viver de acordo com ele e isso me leva a tomar posições bem definidas em relação aos aspectos sociais e morais da vida. O que faço baseia-se em meu conceito de mundo, respeitando quem pensa diferente, mas garantindo o meu direito de ter um conceito sem ser chamado de preconceituoso. Quem me chama de preconceituoso por isso, ai sim, manifesta preconceito. Não vi em Marina elementos que possam me levar a chama-la de preconceituosa. Como disse, pelo menos até aqui.
sem bancada e apoio parlamentar _ Sem bancada e apoio parlamentar por que? Porque as bancadas estão todas comprometidas com seus projetos de poder, se for por ter bancada, teríamos que votar mesmo em Dilma, e em seu congresso prostituto que levou o Brasil a ter 40 ministérios, quase um para cada partido da chamada base aliada do congresso. Acho que Marina Silva, em sendo eleita, em mantendo suas posições, encontrará sim dificuldades pois enfrentará o PT na oposição, que é outro partido, que voltará às origens do ser contra por ser contra, que não assinou a constituição e que foi contra o plano real por exemplo etc.
sem experiência_ é algo relativo, sua experiência como ministra e parlamentar não são consideradas. não há um curso para presidente, mas há uma história que dá lastro à vida de quem pleiteia e isso em  Marina Silva ninguém pode negar.

O respeitado cineasta Fernando Meireles no prefácio de sua biografia colocou-a como alguém voltada para o amanhã, alguém que enxerga a possibilidade de um outro futuro para o Brasil, mas principalmente para o mundo...


Culto vira comício e igreja faz até “pesquisa eleitoral”


samuel


Publicado no Terra

Já passa das 17h45, e o Culto da Família começa em mais um domingo na Assembleia de Deus do Brás – Ministério Madureira (ADBrás), na zona leste de São Paulo. Do lado de fora, muita gente ainda chegando: homens, mulheres, idosos, crianças. Depois de subir as escadas, já dentro do templo, uma funcionária faz um sinal com a mão e diz: “Posso fazer uma pesquisa com você? Em quem você vai votar?”, pergunta, exibindo um formulário onde o fiel pode indicar suas escolhas para senador, deputado federal e deputado estadual. “É só para a gente saber como está o desempenho do pastor aqui da casa”, explica a mulher à reportagem.

O candidato a quem ela se refere é o pastor Cezinha (Cezar Freire), que concorre a uma vaga de deputado estadual pelo DEM. Dentro da igreja, os cerca de 5 mil assentos vão ficando ocupados. Nas cadeiras vazias, junto aos envelopes de “dízimo” e “oferta”, os fiéis encontram uma espécie de cartão-postal do presidente da ADBrás, pastor Samuel Ferreira, sorridente ao lado de sua mulher, pastora Keila Ferreira. No verso, uma mensagem sobre “um momento muito importante, as eleições”: “O Cezar hoje é projeto de Deus e de nossa comunidade e precisamos dele na Assembleia Legislativa de São Paulo”, diz o texto, que continua com uma mensagem de “vote”, seguida do nome e do número do candidato.

Além de Cezinha, o santinho pede votos para o deputado federal Jorge Tadeu, também do DEM, que concorre à reeleição. “Apresento-lhe também nosso irmão Jorge Tadeu, para deputado federal. Com ele em Brasília teremos a certeza da defesa e luta pelos nossos ideais”. E então o fiel é informado sobre o número do candidato na urna, não sem antes receber uma nova mensagem do pastor Ferreira: “Peço a você que nos ajude agora com seu voto e sua influência junto aos seus familiares, amigos e conhecidos para conseguirmos mais votos” (veja reprodução do cartão no final da matéria).

A legislação eleitoral proíbe “a veiculação de propaganda de qualquer natureza” em “bens de uso comum” (estádios de futebol, bares, restaurantes, cinemas e igrejas, por exemplo), e o desrespeito à lei pode gerar multa de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Para especialistas em direito eleitoral, o material assinado pelo pastor Ferreira configura propaganda irregular.

“O pastor não pode colocar a igreja a serviço da campanha eleitoral de ninguém. Quem está sujeito à multa, neste caso, é o pastor. Se ficar comprovado que os candidatos tinham conhecimento, todos devem pagar”, diz o advogado Arthur Rollo. “Além disso, vão para o inferno”, brinca.

Quanto à pesquisa de intenção de voto, o advogado Guilherme Gonçalves afirma que, como se trata de um “levantamento informal”, não há problema do ponto de vista legal. Já o advogado Arthur Rollo sustenta que a enquete é “uma forma de tutelar o voto do fiel”. “Não é o tipo de conduta saudável à democracia. É como se fizesse lavagem cerebral e quisesse ver se a lavagem cerebral está surtindo efeito”, afirma.

Comício velado
Por volta das 19h, o pastor Samuel Ferreira, que conduz o Culto da Família, diz aos fiéis que quer apresentar “um cara muito simpático, de uma família tradicional, filho de um desembargador do Tribunal de Justiça, que ajuda a igreja em momentos de dificuldade”, e então convida Guilherme Sartori para se juntar a ele. O jovem se levanta de uma cadeira no próprio palco, onde estava sentado com a noiva e a mãe, e ouve com atenção tudo de bom que o pastor tem a dizer a respeito dele e de sua família.

Feito o discurso, o pastor pede para que os presentes agradeçam e orem pela família do desembargador e convida os fiéis a repetirem “Família Sartori”. Depois, conclama o rebanho a gritar em uníssono: “Guilherme Sartori”. Obedientes, os fiéis repetem o nome de Guilherme várias vezes, com os braços erguidos.

“Quem é esse rapaz?”, pergunta a reportagem para uma fiel que repetia o nome de Sartori. “Não sei direito. Filho de juiz, né?” Em um acesso rápido ao Google, a explicação: Guilherme Sartori é candidato a deputado federal pelo PTB.

Em nenhum momento o pastor Ferreira ou o próprio Sartori contaram aos fiéis que quem estava ali era um candidato. Depois de ser apresentado pelo pastor, Sartori afirma, em discurso, que se coloca à disposição da igreja e dos fiéis porque “quando a gente está na Justiça a gente ajuda a família brasileira”


Dias depois, em entrevista por telefone, Sartori disse que ver os fiéis repetindo seu nome não lhe causa constrangimento algum. “Constrangimento por quê? Ele (pastor) é meu amigo, fui apresentado como amigo. Sou uma pessoa boa, que quer ajudar as pessoas, ajudar o País. Não tem constrangimento nenhum”, declara. “Não pedi voto, não fiz panfletagem. Isso é antiético, não se pode fazer isso (na igreja)”, continua, para então admitir o objetivo eleitoreiro da visita. “Como eu sou jovem, tenho que ir (ao culto) para fazer o meu nome ser conhecido. A gente é muito ético. Fica difícil concorrer com esses candidatos que têm muito dinheiro”, encerra Sartori.

Para o advogado Guilherme Gonçalves, o episódio em que o pastor convida os fiéis a repetirem o nome do candidato em uma espécie de mensagem subliminar pode ser interpretado como propaganda eleitoral irregular. “É uma estratégia para fixar o nome do candidato, é uma forma de propaganda”, diz o advogado. Já Arthur Rollo entende que “não é vedado, mas antiético”. “É um fato atípico, porque não tem material. Mas é claro que fazem isso com o objetivo de conseguir votos. Então não configura ilícito do ponto de vista eleitoral, mas, do ponto de vista ético, é absolutamente condenável. E do ponto de vista religioso também”, conclui.

Bancada evangélica
O voto evangélico é cobiçado. De acordo com o último Censo, divulgado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42,3 milhões de brasileiros se dizem evangélicos, o que representa 22,2% da população. O percentual de adeptos às religiões evangélicas foi, por sinal, o que mais cresceu: de 15,4% em 2000, para 22,2% em 2010. Em contrapartida, o percentual de católicos caiu de 73,6% para 64,6%.

Ao mesmo tempo em que cresce o número de evangélicos, cresce também o número de representantes dessa parcela do eleitorado no Congresso Nacional. No pleito de 2010, a bancada evangélica passou de 47 para 74 parlamentares (71 deputados e 3 senadores), segundo dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Para a próxima legislatura, a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara espera chegar a, no mínimo, 90 deputados, de acordo com estimativa do deputado João Campos (PSDB-GO), vice-presidente da Frente. Campos, que concorre à reeleição, é pastor da Assembleia de Deus – Ministério Vila Nova, de Goiânia, e autor do projeto que ficou conhecido como “cura gay”. Também são fiéis da Assembleia de Deus o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e os presidenciáveis pastor Everaldo (PSC) e Marina Silva (PSB), além do pastor Silas Malafaia.

Para o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o fundamentalismo da bancada evangélica é algo que cresce na medida em que crescem as divergências culturais na sociedade. “Quanto mais essa população se sente à margem do debate político e cultural, maior é a tendência da bancada em se fechar em questões fundamentalistas, o que dificulta o diálogo”, afirma.

Outro lado
Procurados, a Assembleia de Deus e o candidato pastor Cezinha não respoderam à reportagem. Já a assessoria de Jorge Tadeu informou que o deputado “desconhece qualquer prática de propaganda eleitoral irregular em sua campanha”, mas que “tomará as providências cabíveis” caso encontre alguma irregularidade.
igrejapropagandajpeg

Porque todo evangélico deve conhecer a mitologia africana

Igreja do Paissandu, no centro de SP.

Talita Ribeiro, especial para o Pavablog

Nasci em um lar evangélico, meu nome, Talita, é bíblico, me batizei aos 13 anos, porém, tive idas e vindas na religião, ainda que Deus tenha sido sempre presente na minha vida, o que me faz muito grata. Não é de se estranhar, então, que eu tenha entrado em uma igreja católica pela primeira vez aos 8 anos, após insistir muito com a minha mãe. Não era nenhuma data especial, eu havia acabado de sair do meu pediatra e estava a caminho do ponto do ônibus para voltar para casa.

Aquela construção, no meio do Largo do Paissandu, em São Paulo, chamava a minha atenção há algum tempo, porém, me dava medo quase na mesma medida que despertava curiosidade, isso porque estava cheia de “santos”, que, para muitas pessoas com as quais eu convivia, eram representações de demônios.

Ao pisar dentro da igreja sozinha, demorei para conseguir olhar as paredes com aquelas imagens, mas, passo a passo, fui a desvendando, até chegar ao púlpito. Lembro que não voltei correndo para a praça, mas foi quase isso, pois estava receosa que algo ruim acontecesse, afinal, aquele era um lugar proibido até então.

Mais de 10 anos depois, fui ao Santuário de Fátima, em Portugal, para fazer uma matéria sobre um dos principais destinos religiosos do mundo. Católico, dedicado e inspirado em uma santa.

No ônibus, senhoras já rezavam com seus terços em mãos, carregavam fotos de conhecidos, velas, entre outras lembranças de milagres, realizados ou pedidos para Fátima. Se aos 8 anos eu não tivesse entrado na igreja do Paissandu e saído “ilesa”, talvez não conseguisse me emocionar tanto com a fé de quem crê no que eu não creio, mas respeito.

No Santuário, ao observar devotos de joelhos, percorrendo uma imensidão branca até a basílica, meus olhos ficaram cheios de lágrimas. É tocante ver como os outros se relacionam com o sagrado e se entregam àquilo que acreditam. Escrevi a reportagem com base no que vi, mas também naquilo que ouvi, de mente e coração abertos, de quem foi curada de um câncer com a ajuda de sua fé, que é tão bonita e válida quanto a minha.

Através de um livro, especificamente o primeiro da trilogia Deuses de Dois Mundos, de PJ Pereira, fui apresentada à mitologia africana e, não se assustem, à história dos orixás, que servem como base para religiões como o candomblé e a umbanda.

O Livro do Silêncio mistura o misticismo africano com uma ficção atual, sobre um jornalista que, sem querer, entra em contato com esse mundo mágico e vai, aos poucos, descobrindo os orixás. Alguns, confesso, já me eram familiares, por serem repreendidos em cultos, principalmente neopentecostais, como Exu e Xangô. Outros eu conhecia das músicas de Maria Bethânia e cantores da MPB, como Oxum e Iansã. Porém, nunca havia parado para ler sobre eles, talvez pelo mesmo medo infantil que eu tinha dos santos.

Após devorar o livro, fiquei pensando no quanto nos distanciamos dos outros e da nossa própria cultura, como brasileiros e filhos-netos-bisnetos de africanos, por puro preconceito. O quanto é absurdo ainda demonizar a mitologia africana, mas utilizar a mitologia greco-romana em nossas pregações, em nosso dia a dia.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

‘Não me sinto segura para voltar à escola. Colegas dizem que mereci agressão’







Casos de meninas agredidas por serem “bonitas demais” se espalham. Aluna de Sorocaba teme mais violênciapor Marina Cohen
originalmente publicado em O Globo

RIO - “Quero ver quem vai te querer, quero ver você ser bonita agora”. Com essas palavras, uma menina de 16 anos deu início a uma série de agressões físicas a Júlia Apocalipse, de 13 anos, dentro da Escola Estadual Hélio Del Cístia, em Sorocaba (SP), na semana passada. Assim como ela, outras duas adolescentes foram recentemente atacadas nos arredores de escolas, em São Paulo e Santa Catarina, em atos que, segundo testemunhas, foram motivados pela “inveja” da beleza das vítimas. Em comum ainda aos casos, a exposição nas redes sociais — “palco” de discussões prévias entre as envolvidas e da publicação de vídeos dos espancamentos —, no que especialistas classificam como um novo tipo de espetacularização da humilhação.

Júlia perdeu dois dentes e ficou com hematomas no rosto depois do episódio, no último dia 9. O inchaço na boca ainda a incomoda, e ela tem dificuldade para comer. Por conta do trauma, não quer voltar para a escola. Aluna do sétimo ano, corre o risco de ser reprovada por faltas.

— Não me sinto segura para voltar. Tenho recebido nas redes sociais mensagens de colegas que acham que eu mereci a agressão. Sei que nada mudou lá dentro e que, se alguém se aproximar de novo, não vou ter socorro — afirma.

Ela conta que, dias antes do embate, recebeu uma ameaça no celular pelo aplicativo WhatsApp. A agressora, que só a conhecia por redes sociais, avisara que a atacaria na saída da escola.

— Ela já chegou falando que eu era muito metida e que não gostava de mim. Pediu para eu ajoelhar e pedir desculpas. Eu me recusei. Foi aí que veio o primeiro soco — lembra Júlia, que correu para a escola, onde a agressão continuou. — Apanhei mais na escola do que na rua. Lá dentro, nenhum inspetor interferiu. Só recebi ajuda quando já estava desmaiada.

A menina atribui à “inveja” dos selfies que posta no Facebook a ira da agressora:

— Tirar fotos era meu passatempo, mas agora tenho vergonha do meu rosto e medo de despertar raiva nas pessoas.

A garota que a espancou alega que defendia uma amiga chamada de “macaca” pela adolescente. Júlia nega.

Num caso parecido em Florianópolis, além de dar socos e chutes em uma estudante de 13 anos, duas jovens cortaram o cabelo dela em frente à Escola Estadual Padre Anchieta, no bairro de Agronômica, no fim do mês passado. O vídeo da agressão circulou pelas redes sociais. Enquanto uma adolescente segurava o cabelo da vítima, outra fazia os cortes. É possível ouvir as agressoras xingando a vítima de “vagabunda”. O pai da menina, Alcerir Weirich, pediu que o nome da filha não fosse publicado. Ele diz que o ataque foi por ciúmes:

— Dizem que o namorado da menina que bateu nela arrasta asa para a minha filha. Foi uma vingança mesmo. Ela tem um cabelo lindo, e elas queriam deixá-la feia e colocar na internet para todo mundo ver.

As agressoras não estudam na mesma escola da vítima e a emboscaram no portão de saída. Com hematomas no rosto, ela só voltou a estudar 20 dias depois.

— Preciso levá-la e buscá-la todos os dias. Ela ficou traumatizada — lamenta o pai, que aguarda uma audiência marcada para novembro para que o caso seja resolvido judicialmente.


Já a agressão a Ágatha Luana Roque, em abril, deixou sequelas neurológicas. A menina de 16 anos sofreu traumatismo craniano e, segundo sua mãe, “pisca sem parar, por conta da pancada forte”. Ela também teve os cabelos cortados. O espancamento, a cargo de duas outras garotas, ocorreu dentro da sala de aula na Escola Estadual Castelo Branco, no bairro Vila Cláudia, em Limeira (SP). Depois de quase um mês em casa para se recuperar das lesões, ela voltou às aulas, desta vez em outra escola, onde ainda sofre com o bullying dos colegas.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Bianca Toledo, seu novo casamento e o divórcio a luz da Bíblia



Mais de um milhão de pessoas curtiram a fanpage de Bianca Toledo, hoje autora de dois livros que relatam os milagres que viveu após coma e falência múltipla de órgãos, além dos que ela chama de “Milagres Invisíveis”, que inclusive é o título do seu segundo livro.

Mas a fama de Bianca Toledo tem despertado também curiosidade, já que em seu primeiro livro um personagem que deveria ser um dos principais, parece meio apagado, seu ex-marido, Renato Pimentel, que ainda era esposo na época dos problemas de saúde da escritora.

Movidos pela curiosidade, centenas de pessoas que acompanham a história de Bianca começaram a procurar mais informações sobre Renato Pimentel e a tentar entender o motivo de ele não fazer parte do livro com veemência, além do questionamento que surgiu depois da leitura do segundo livro, no qual Bianca fala sobre o divórcio: como um homem abandona uma mulher de Deus num estado de saúde tão delicado?

Os curiosos encontraram Renato Pimental no facebook e descobriram que ele estava ressentido por ter sido apagado de fatos tão importantes na história do milagre e por ter sido apontado como o culpado da tragédia do divórcio.

Em sua página no facebook, Pimentel costuma postar lamentações sobre o que ele chama de mentiras da sua ex-esposa e pede retratação pública, alegando que não abandonou Bianca. Alguns acusam Pimentel de viver em função de acusador de Bianca.

Muitos internautas comentam, julgam e até discutem a relação do ex-casal, já que Toledo casou com o pastor Felipe Heiderich há poucos meses e muitas outras mulheres estão vendo a história de Bianca como um modelo a ser seguido quando seus casamentos estiverem naufragando. Apesar de Bianca ter postado em sua página que é contra o divórcio, ela se divorciou, então muitos acreditam que o poder de Deus pode ser limitado quando a questão é casamento, porque Deus ressuscitou Bianca Toledo, mas não poderia ressuscitar seu casamento, portanto, ela teve que desistir.

Outro fato intrigante é que o pastor Felipe, atual esposo de Bianca, conta seu testemunho de oração e espera em Deus por uma esposa. Então todos questionam: o pastor orava e Deus preparava para ele uma mulher que estava casada enquanto ele orava?

Bianca afirma ter sido infeliz durante o tempo que passou casada, disse, em uma carta enviada a alguns membros de sua página, que Pimentel é perigoso e sociopata, mas em seu testemunho relata que queria ter um filho e lutou por isso durante todo o casamento. Como alguém está infeliz, separando e voltando com um marido perigoso e quer a todo custo ter um filho com ele?

Enfim, são muitos os questionamentos e a página de Renato Pimentel tem virado um cenário de discussões. Na página de Bianca os questionamentos não permanecem, são excluídos imediatamente. Na pagina de Bianca, é possivel ver pessoas inconformadas com o recasamento, e também muitas que acreditam que casar de novo para ser feliz não tem problema à luz da Bíblia.
Apesar de ser esta uma questão pessoal, ela é relevante para nós, justamente por tratar de algo tão importante como o divorcio. É licito, à luz da Biblia, divorciar-se por qualquer motivo? Nos dias de Jesus, alguns homens fizeram a mesma pergunta. A resposta do mestre foi enfatica:

"Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe". Perguntaram eles: "Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora" Jesus respondeu: "Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio. Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério".
Mateus 19:3-9, NVI

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Igreja sem rabo preso



“A política é a arte de obter dinheiro dos ricos e votos dos pobres, com o fim de proteger uns dos outros.” Noel Clarasó, escritor espanhol

Hermes Fernandes, no seu blog

Definitivamente, não há posição mais confortável do que a proporcionada pela isenção. Não ter rabo preso com ninguém, nem tampouco estar comprometido ideologicamente, me oferece as condições necessárias para poder avaliar cada candidatura e suas respectivas propostas sem paixões desmedidas. Comprometi-me com a minha consciência de que não usarei minha influência e liderança para induzir quem quer que seja a votar nesta ou naquela candidatura. Por mais que me sinta atraído por uma ou outra, não sairei em sua defesa. Mas não posso fazer vista grossa com os argumentos usados por alguns líderes para convencer os membros de sua igreja a apoiar seus candidatos.

Um dos mais usados é o que usa o exemplo de José de Arimatéia, membro do Sinédrio, que intercedeu junto a Pilatos para que liberasse o corpo de Jesus para ser sepultado. Não fosse sua intervenção, o corpo de Jesus teria tido destino semelhante aos dos outros crucificados: apodreceria na cruz até ser comido por urubus. De igual modo, a igreja, Corpo Místico de Cristo, necessitaria de quem representasse seus interesses nas esferas de poder.

Primeiro, não somos um corpo inanimado, um cadáver, como era, então, o corpo de Jesus. Não precisamos de quem nos carregue, nem mesmo de quem nos proteja. Estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo, muito acima de qualquer autoridade, seja terrena ou espiritual (Ef.2:6). A posição de Advogado da igreja já está devidamente ocupada. Quem defende nossa causa é Cristo!

Ademais, a igreja não carece de quem a enterre, lançando uma pá de cal sobre a sua credibilidade e relevância.

Segundo, precisamos de quem defenda o direito do pobre, dos excluídos, dos desfavorecidos deste sistema iníquo, e não de quem faça lobby em favor dos interesses eclesiásticos.

Leia atentamente:
"Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do direito de todos os desamparados. Abre a tua boca; julga retamente, e faze justiça aos pobres e aos necessitados."
Provérbios 31:8-9


O sucesso da igreja no cumprimento de sua missão não depende da intervenção ou ajuda do Estado. Pelo contrário, ela geralmente prospera mais onde o Estado lhe faz oposição. Veja o exemplo da China, onde a igreja mantém-se na clandestinidade, reunindo-se em salas subterrâneas. Em nenhum outro lugar ela tem crescido tanto.

Quando Paulo se viu perante as autoridades do seu tempo, ele não fez lobby pela igreja, mas deu testemunho da verdade do Evangelho. “Nada podemos contra a verdade, senão em favor da verdade” (2 Co.13:8), dizia ele. Era em defesa do evangelho, e não da igreja, que o apóstolo militava (Fp.1:17).

Que Deus levante em nossos dias líderes e cristãos comprometidos com o Reino e com a causa dos necessitados, mesmo quando isso representar qualquer prejuízo às instituições a que chamamos de igrejas.

Não se trata de adotar uma postura apolítica, e sim de não se comprometer com qualquer partido ou ideologia. Que jamais saiamos em defesa deste ou daquele regime. Fomos chamados por Deus para pregar o Seu Reino e a Sua Justiça.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Prova no Rio compara nazistas a judeus e professor é desligado

'Quem será pior? Nazistas ou Judeus?', dizia enunciado de questão. Direção de escola afastou professor e enviou circular de retratação.


Questão de geografia fez comparação entre judeus
e nazistas (Foto: Reprodução/FIERJ)

Uma questão de uma prova de geografia do Colégio Andrews, na Zona Sul do Rio, despertou a revolta de alguns pais que consideraram o enunciado racista. Na prova, que foi distribuída aos alunos do 8º ano nesta quarta-feira (10), o tema era uma comparação sobre nazistas e judeus.

“Conforme é sabido, os judeus foram perseguidos por Hitler durante o nazismo. Atualmente um determinado povo é tido como vítima dos israelenses, tendo que viver em assentamentos controlados por Israel. Chegaram invadindo terras e assassinando... Quem será pior? Nazistas ou Judeus?”, dizia a questão.

De acordo com o diretor do Colégio Andews, Pedro Flexa Ribeiro, o professor que elaborou a prova foi afastado da escola e a direção já está em contato com a Federação Israelita do Rio (FIERJ) para manifestar a retratação que o episódio merece.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Jovem faz selfie pró-gay com Silas Malafaia em avião e vira sucesso na web



  • Reprodução/Instagram/muriellefacure
    A jovem contou em seu perfil no Instagram que o pastor implicou com o registro e a chamou de "estúpida"
    A jovem contou em seu perfil no Instagram que o pastor implicou com o registro e a chamou de "estúpida"
publicado no BOL Notícias

Uma foto que mostra o pastor Silas Malafaia ao fundo de uma mensagem de apoio à causa LGBT viralizou na internet e ganhou status de "selfie do ano". A imagem, com uma plaquinha com os dizeres "Abra sua mente, gay também é gente" - refrão de uma música do grupo Mamonas Assassinas –, foi feita por Murielle Facure, dentro de um avião, na sexta-feira (5).  A foto foi compartilhada milhares de vezes nas redes sociais. Malafaia ficou conhecido por suas declarações de cunho homofóbicos "Fui tirar um selfie e olha quem tava atrás, Ops! (Gente que quer poder casar)", escreveu Murielle na publicação.

O registro da jovem rendeu elogios de internautas, que parabenizaram Murielle "por ter levado uma mensagem de tolerância a Malafaia", cujas opiniões sobre os direitos LGBT têm causado polêmica na internet.

A jovem contou em seu perfil no Instagram que o pastor implicou com o registro e a chamou de "estúpida". Na foto, Malafaia aparece ao lado da esposa, Elizete, e demonstra insatisfação.
Nas redes sociais, Murielle narrou como foi a reação do pastor.

"Ele falou que eu sou estúpida, que eu podia ter pedido pra tirar foto com ele e ele tiraria de boa! Mas aí depois teve um longo diálogo. Aí eu falei "vamos tirar" e eles ficaram ironizando e rindo de mim, falando "depois a gente é que é ignorante". Aí eu falei "eu não sou a ignorante aqui. Pelo menos não fico impedindo a felicidade das pessoas." Aí ele falou que não impedia a felicidade de ninguém, ele tinha uma posição. Aí ele ficou resmungando e ironizando, eu deixei pra lá, porque a mulher dele começou a tipo dar aqueles tapinhas de ironia em mim, tipo 'senta lá Claudia' e eu fiquei meio p... com isso".
Depois que a selfie viralizou, uma amiga da jovem comentou. "O Malafa se ferrou. Roubei a foto, postei no face e geral tá disseminando. Morro e não vejo tudo! Mandou bem. Na ousadia, no texto, na foto e no "diálogo". hahaha". Outra questionou as atitudes do pastor. "Eu não sei se esse cara é um gênio empreendedor ou se ele é maluco de verdade".

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Afinal, quem são “os evangélicos”?

De tanto que se falou sobre os evangélicos nas últimas semanas, nos jornais e nas redes sociais, talvez caiba uma pergunta: afinal, quem são “os evangélicos”?

Silas Malafaia e Martin Luther King: duas faces da mesma moeda?

por Ricardo Alexandre, na Carta Capital

Homofóbicos, cortejados pela presidente, fundamentalistas. Massa de manobra de Silas Malafaia, conservadores, determinantes no segundo turno das eleições. De tanto que se falou sobre os evangélicos nas últimas semanas, nos jornais e nas redes sociais, talvez caiba uma pergunta: afinal, quem são “os evangélicos”?

A resposta mais honesta não poderia ser mais frustrante: os evangélicos são qualquer pessoa, todo mundo, ou, mais especificamente, ninguém. São uma abstração, uma caricatura pintada a partir do que vemos zapeando pelos canais abertos misturado ao que lemos de bizarro nos tabloides da internet com o que nosso preconceito manda reforçar. Dizer que “o voto dos evangélicos decidirá a eleição” é tão estúpido quanto dizer a obviedade de que 22,2% dos brasileiros decidirão a eleição. Dizer que “os evangélicos são preconceituosos”, significa dizer o ser humano é preconceituoso. É não dizer nada, na verdade.

Acreditar que há uma hegemonia de pensamento, de comportamento ou de doutrina evangélica é, em parte, exatamente acreditar no que Silas Malafaia gosta de repetir, mas é, em parte, desconhecer a história. A diversidade de pensamento é a razão de existir da reforma protestante. E continuou sendo pelos séculos seguintes, quando as igrejas reformadas do século 16 deram origem ao movimento evangélico, estes aos pentecostais e estes aos neopentecostais, todos microdivididos até o limite do possível, graças, novamente, à diversidade de pensamento – sobre forma de governo, vocação e pequenos pontos doutrinários. Boa parte destas, sem organização central, sem “presidência” nem representante, com as decisões sendo tomadas nas comunidades locais, por votação democrática.

Assim como não existe “os evangélicos” também não existe “os pentecostais”, nem “os assembleianos”: dizer que Malafaia é o “papa da Marina Silva” como disse Leonardo Boff, apenas porque ambos são membros da Assembléia de Deus, é ignorar que, por trás dos 12,3 milhões de membros detectados pelo IBGE, a Assembleia de Deus é rachada entre ministérios Belém, Madureira, Santos, Bom Retiro, Ipiranga, Perus e diversos outros, cada um com seu líder, sua politicagem e sua aplicação doutrinária. A Assembleia de Deus Vitória em Cristo de Malafaia, aliás, sequer pertence à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil.

Ignorância parecida se manifesta em relação ao uso do termo “fundamentalista”, como sinônimo de “literalista”, aquele incapaz de metaforizar as verdades morais dos textos sagrados. A teologia cristã debate há dois mil anos sobre a observação, interpretação e aplicação dos escritos sagrados, quais são alegóricos e quais são históricos, quais são “poesias” e quais são literais. O deputado Jean Wyllys, colunista daCarta Capital, do alto de alguma autoridade teológica presumida, já chegou à sua conclusão: o que não for leitura liberal, é fundamentalista e, portanto, uma ameaça às minorias oprimidas. (Liberalismo teológico é uma corrente teológica do final do século 19 que lançou uma leitura crítica das escrituras, completamente alegorizada, negando sua autoridade sobrenatural, a existência dos milagres, e separando história e teologia).

Só que isso simplesmente não é verdade. Dentro da multifacetação das igrejas de tradição evangélicas, há as chamadas “inclusivas”, mas há diversas igrejas históricas, tradicionais, teologicamente ortodoxas, que acreditam nos absolutos da “sola scriptura” da Reforma Protestante, mas que têm política acolhedora e amorosa com as minorias. Algumas criaram pastorais para tratar da questão homossexual, outras trabalham para integrá-los em seus quadros leigos; outros, como disse o pastor batista Ed René Kivitz, estão mais dispostos a aprender como tratar “uma pessoa que está diante de mim dizendo ter sido rejeitado por sua família, pelo meu pai, pela minha igreja” do que discutir a literalidade dos textos do Velho Testamento.

O panorama da questão pode ser melhor entendido em Entre a cruz e o arco-íris: A complexa relação dos cristãos com a Homoafetividade (Editora Autêntica), livro qual tive a honra de editar. Nele, o pastor batista e sociólogo americano Tony Campolo, ex-conselheiro do presidente Bill Clinton, diz: “Se você vai dizer à comunidade homossexual que em nome de Jesus você a ama (...) não teria que lutar por políticas públicas que demonstrem que você as ama? Pode haver amor sem justiça? Eu luto pela justiça em favor de gays e lésbicas, porque em nome de Jesus Cristo eu os amo.” Campolo, entretanto, faz distinção entre direitos e casamento: “O governo não deve se envolver nem declarar, de forma alguma, o que é casamento, quem pode ou não se casar”, ele disse. “Governo existe para garantir os direitos das pessoas. Casamento é um sacramento da igreja – governos não devem decidir quem deve ou não receber esse sacramento.” Campolo acredita que esta será a visão dominante entre cristãos americanos “em cinco ou seis anos”.

Entre os evangélicos brasileiros há quem pense desde já como Campolo – distinguindo união civil de casamento. Há quem pense de forma ainda mais radical: que a união civil, com implicações patrimoniais e status de família, deveria valer não apenas para casais homossexuais, mas para irmãos, primos ou quem quer que se entenda como família. Há quem defenda o acolhimento dos gays nas igrejas, mas o celibato para eles. Quem, embora sabendo que mais da metade das famílias brasileiras já não são no formato pai-mãe-filhos, ainda luta para restabelecer esse padrão idealizado. Há, sim, quem acredite que o seu conjunto de doutrinas e o seu modo de vida são fundamentais. Há aqueles que, enquanto estamos discutindo aqui, está mais preocupado se a melhor tradução do grego é a João Ferreira de Almeida ou a Nova Versão Internacional. E há quem acorde diariamente acreditando ser porta-voz do “povo de Deus”, pague espaço em redes de televisão para multiplicar esse delírio (mas, a julgar pelo 1% de intenção de voto do Pastor Everaldo, somente ativistas gays e jornalistas desmotivados acreditam nesse discurso). Esses são “os evangélicos”.

Na fatídica sexta-feira em que o PSB divulgou seu programa de governo, enquanto Malafaia gritava no Twitter em CAPSLOCK furibundo, o pastor presbiteriano Marcos Botelho, postou: “Marina, que bom que vc recebeu os líderes do movimento LGBTs, receba as reivindicações com a tua coerência e discernimento de sempre e um compromisso com o estado laico que é sua bandeira. Vamos colocar uma pedra em cima dessa polarização ridícula entre gays e evangélicos que só da IBOPE para líderes políticos e pastores oportunistas.”

Botelho não representa “os evangélicos” porque não existe “os evangélicos”. Mas Marcos Botelho existe e é evangélico. Assim como existe William Lane Craig, o filósofo que convida periodicamente Richard Dawkins para um debate público, do qual este sempre se esquiva; existe o geneticista Francis Collins vencendo o William Award da Sociedade Americana de Genética Humana; existe Jimmy Carter, dando aula na escola bíblica no domingo e sendo entrevistado para a capa da Rolling Stone por Hunter Thompson na segunda-feira; existe o pastor congregacional inglês John Harvard tirando dinheiro do próprio bolso para fundar uma universidade “para a honra de Deus” nos Estados Unidos que leva seu sobrenome; existe o pastor batista Martin Luther King como o maior ativista de todos os tempos; existe o jovem paulista Marco Gomes, o “melhor profissional de marketing do mundo”, pedindo licença para “falar uma coisa sobre os evangélicos”. E existe o Feliciano, o Edir Macedo, a Aline Barros, o Thalles Roberto, o Silas Malafaia e o mercado gospel. Como existe bancada evangélica, mas existem os que lutaram pela “separação entre igreja e estado” na constituição, e existem os que acreditam que levar Jesus Cristo para a política é trabalhar não para si, mas para os menos favorecidos.

Existe o amor e existe a justiça, como existe o preconceito, o dogmatismo, o engano, o medo, a vaidade e a corrupção. Não porque somos evangélicos, mas porque somos humanos.


* Ricardo Alexandre é jornalista e escritor, radialista e blogueiro, Prêmio Jabuti 2010, ex-diretor de redação das revistas Bizz, Época São Paulo e Trip. E é membro da Igreja Batista Água Viva em Vinhedo, interior de São Paulo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Porque não voto em Marina


Rogério Brandão Ferreira, no site da Ultimato

Não voto nela e digo porque:

Marina, todos sabemos, não tem nada de semelhante com o PSDB de FHC e Aécio que trouxe em dado tempo boas melhorias para a economia do Brasil.

Marina que se distanciou do PT, também se assemelha pouco a Lula. Que também contribuiu bastante para a sociedade brasileira, especialmente na questão de redistribuição de renda.

Marina é cristã confessa, evangélica, crente.

A ênfase de seu programa está na sustentabilidade. Ou seja a conjugação harmônica e quase impossível do trinômio economia, ecologia e social, visando a segurança das futuras gerações.

Para atingir esse fim, ela se mostra não somente programática, mas também pragmática.

Marina é poço de contradições. Uma mulher de fibra, humilde na origem e no caráter, foi alfabetizada no Mobral. Tem um tom de voz agradável, um olhar intrigante de alguém que já foi candidata à freira, companheira de Chico Mendes e o pessoal das CEBs e depois chegou a ministra do meio ambiente, já foi tanto empregada doméstica como senadora do Brasil.

Temo que os que não votam nela, não o fazem por desejarem o pior para o Brasil, mas por ignorarem as riquezas contidas no coração dessa pessoa da Amazônia brasileira.

Não voto em Marina porque na cidade onde moro, na Alemanha, não tem local de votação. Porque se tivesse, eu iria lá correndo votar.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleições: Metade da internet não quer entender o que lê. E a outra…


guerra cibernética
Publicado por Leonardo Sakamoto (via Pavablog)
É fácil escrever o que o senso comum deglute com facilidade e que está guardado nos instintos mais animais que não abandonamos nem com milhares de anos de convivência.
Coisas do tipo: “Mata a vadia, mata!”
Difícil mesmo é redigir algo com a certeza absoluta de que apenas uma minoria vai ler até o final, embutindo uma provocação que gere uma reflexão ao final.
Em um assunto considerado polêmico, boa parte das pessoas passa o olho de forma transversal em um texto, capta algumas palavras como “direitos humanos”/ “traficantes”/ “Estado” / “maioridade penal” / “aborto” / “evangélico” / “casamento gay” / “Palmeiras” e sem nenhuma intenção de expor ideias ou debater, pinça um capítulo de sua Cartilha Pessoal de Asneiras e posta como comentário.
É a vitória da limitada experiência individual sobre a necessidade coletiva, da emoção do momento sobre a racionalização necessária para que não nos devoremos a cada instante.
Não existe observador independente e imparcial. Isso até pode e deve ser almejado, mas não será obtido. Quem te falar o contrário, tá de zoeira.
Você vai influenciar uma realidade e ser influenciado por ela. E vai tomar partido, consciente ou inconscientemente. Se for honesto e/ou corajoso, deixará isso claro ao leitor.
Pois mais vale a transparência de dizer quem você é e o que pensa do que a arrogância de se afirmar acima de qualquer suspeita.
Sei que há colegas de profissão que discordam, que dizem que é necessário garantir a pretensa imparcialidade. É necessário, sim, ouvir todos os lados com honestidade para entender e explicar o assunto, mas a sua tradução já sofrerá influência de quem você é e onde você está – socialmente, profissionalmente, politicamente, culturalmente.
Zerar essa influência só seria possível se nos despíssemos de toda a humanidade. Há quem tente ferozmente e ache bonito. Sinceramente, o resultado fica muito ruim.
Tomar posição se reflete na escolha da pauta que você vai fazer, sob a ótica de quem.
Concordo com Robert Fisk, o lendário correspondente para o Oriente Médio do jornal inglês Independent, que diz que em situações de confronto, de limite, deve-se tomar opção pelos mais fracos, ou seja, os empobrecidos e marginalizados, no que se refere à realidade política, econômica, social, cultural e ambiental.
Tomar partido não significa distorcer os fatos, pelo contrário, é trazer o que historicamente é jogado para baixo do tapete, agindo conscientemente no sentido de contrabalançar, junto à opinião pública, o peso dos lados envolvidos na questão.
Distorcer é má fé, preguiça ou incompetência – coisa que muito jornalista que se diz imparcial faz aos montes, aplaudido por quem manda. Aqui ou lá fora.

Compartilhe no Facebook

Related Posts with Thumbnails