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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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domingo, 13 de março de 2011

Filhos ou marionetes?

É inevitável que, ao sermos alvos de tragédias, ou presenciarmos uma, questionarmos onde estava Deus. Porque isto aconteceu? Colocamos em xeque a soberania de Deus, pois se Ele é Deus porque permitiu? Debates teológicos intensos são travados sobre esta temática, nos quais todos os gladiadores saem feridos. Já disse isto em outros textos, mas não custa repetir: Deus não precisa de advogado, não precisa que eu ou qualquer outra pessoa se aventure inutilmente defendê-lo. Em muitos momentos me atrevo, dentro da minha insignificância, passar de aspirante de advogado à inquiridor divino. Não nego que por muitas vezes me pego pensando: "Meu Deus! Por quê isso foi acontecer?"

"...pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam" Hebreus 11.6b

 Uma destas vezes, que me peguei questionando Deus, foi neste o último terremoto e o tsunami no Japão. Posso crer em Deus porque o conheço, mesmo sem compreendê-lo em sua plenitude, mesmo sem que as suas intenções ou os resultados de suas ações estejam todos evidentes. Talvez seja por isso que Paulo, sempre ele, afirma que crer em Deus seja considerado loucura para os que não crêem. Mas se você crê no primeiro verso da bíblia, certamente não terá dificuldades em crer nos demais e crer na divina revelação de Deus sobre ele mesmo e sobre sua vontade, e assim, os questionamentos [mesmo que não emudeçam] dão lugar a fé, uma fé de criança que confia sua vida nas mãos dos pais ao atravessar a rua tranquila e serena, ignorando os riscos de ser atropelada. Assim, começo pelo fim, não compreenderemos a mente de Deus.

"Como dizem as Escrituras Sagradas: Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos?" Romanos 11.34

Não depende de nós a salvação das tragédias nem da alma, não parte de nós a aproximação com Deus nem muito menos seu socorro, mas por iniciativa dEle tivemos acesso a sua graça e sua misericórdia, pois, por Ele e para Ele são todas as coisas. Seria Deus perverso por estabelecer e permitir tragédias? Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú [Romanos 9.13]. Muito embora Deus possa estabelecer vasos de honra e vasos de desonra, assim como endureceu o coração de faraó para dificultar a saída do povo para Canaã, não há perversidade nisso, mas Deus utiliza-se de vários artifícios para que seu amor seja conhecido e seus propósitos sejam cumpridos, e mesmo na soberania de Deus, nenhum ser humano poderia ser julgado sem que pudesse ser responsável por suas ações, criando uma névoa indefinida (para nós é claro) entre o que Deus pré-estabeleceu e o que o homem é livre para viver e escolher.




As tragédias não ocorrem apenas para aqueles que não obedecem a Lei, mas para todos, pois quem pode se julgar merecedor da misericórdia de Deus? Ele separou um povo a partir de Abraão, e ele foi considerado o pai da fé, não pelo fato de observar todos os mandamentos, mas por crer  no amor e na misericórdia de Deus que estão presentes desde a fundação do mundo.


Na dualidade da soberania divina e da liberdade humana, Paulo diz: "aquele que clamar ao Senhor será salvo" [Romanos 10.13], não somos meras marionetes nas mão do Todo-poderoso. Apesar da escolha de Deus por Israel, a salvação não foi limitada a ele, pois a salvação é pela fé, e esta fé está disponível  a todos. Todos os dias Deus estende suas mãos para todos nós assim como estendeu para Israel [Romanos 10.21], povo rebelde e contradizente, mesmo com todas as mazelas que carregamos.


Cristo é o fim da Lei, nos inxertou na videira verdadeira, nos adotou como filhos nascidos fora do tempo. Não podemos deixar de considerar a bondade de Deus para com os que foram acolhidos como filhos, bem como não podemos deixar de considerar a justiça de Deus para os que voluntariamente deixam de crer. Deus é amor, João definiu Jesus como sendo o próprio amor encarnado, mas como o amor e a justiça de Deus podem conviver pacificamente transcende os limites da compreensão humana.


"Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?" Romanos 11.34

Deus definiu os limites entre terra e mar, pois em ordem as estrelas e planetas, estabeleceu o equilíbirio de toda a criação. Mesmo um Deus tão poderoso e soberano faz questão de se relacionar com sua criação de maneira singular e pessoal. Pois, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que O amam, seja na calmaria ou nos tsunamis da vida, somos filhos de Deus, e não marionetes.

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