Imagem: jhmedeiros |
No ultimo domingo após o culto, como de costume, trocamos algumas palavras com alguns irmãos que normalmente não vemos durante a semana, a esta altura já na calcada da igreja um senhor de meia idade interrompeu nossa conversa com a seguinte expressão, em um tom de deboche: “Vocês crentes se acham todos santos e felizes, não é?”. O resultado foi que a conversa não parou por aí, e outras perguntas afirmativas, tão ébrias quanto seu próprio estado etílico, se sucediam quase sem tempo para que eu, neste momento apenas eu e o meu novo interlocutor, tivesse tempo e digerir as perguntas. Mas não vou passar da primeira expressão como vocês, mas confesso que passei toda a semana com fleches desta rápida conversa na minha mente, associando suas expressões ao comportamento que a grande maioria dos cristãos atuais possuem que o levaram a afirma em tom irônico que somos santos.
Enquanto ele falava eu pensava, não sou santo, nunca me achei santo, nem acho que as pessoas que freqüentam esta, ou qualquer outra igreja seja santo, felizes talvez. Ou melhor, acredito que sejam felizes mas estejam confundindo felicidade com a auto-satisfação imediata como única fonte de felicidade, daí vem as frustrações e, paradoxalmente, o sentimento de infelicidade em alguns. Quando Paulo, o apóstolo, diz que não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo, leve a compreensão equivocada de que santidade se traduza como perfeição e que desta forma podemos ser aceitos por Deus, mas não foi isso que Paulo disse, pois a graça imerecida de Deus foi derramada sobre nós de modo que o castigo da lei se cumprisse sobre seu filho nos livrando da exigência da lei, ou seja, não precisamos de perfeição para que Deus nos aceite.