Caio Fábio
“A minha mulher eu tenho para mostrar à igreja, às pessoas, e pra validar meu ministério. As outras mulheres eu tenho pra mim mesmo. Pra minha alegria. E eu vou levando… Meu ministério é grande!” — disse mais ou menos assim um pregador evangélico a uma amiga quebrada pela hipocrisia, e que pagou alto preço para botar a verdadeira cara para fora da sombra do engano e da hipocrisia.
É assim que as coisas estão para todo lado!
E quanto mais a pessoa se torna famosa ou dependente do “ministério” para viver, mais profundos vão ficando os disfarces; e como a fama dá à pessoa a drogada sensação de poder e de ter algumas saídas justificadas pela anomalia social de seu modo famoso e poderoso de existir, vai ficando pedrada, cauterizada e ateia em seu ser — embora viva do “ministério”.
Assim, mesmo pregando e falando de Deus, é ateia, mais ateia que os ateus, pois, se alimenta e vive de uma fala acerca de um Deus que para ela existe como função para os outros, posto que o próprio pregador já fala tanto em e de Deus, que ganhou méritos e concessões especiais, e, por tal razão, pode dizer como o jovem pregador cuja frase-confissão-de-fé mencionei acima.
Provavelmente não haja tantos ateus nos laboratórios de engenharia genética e de física quanto há atrás dos “púlpitos incendiados” de fogo de falso avivamento.
Ano passado uma cantora evangélica me contou que havia sido objeto de uma estranha abordagem por parte deste mesmo pregador. Depois uma outra cantora evangélica me disse que ele dissera para ela mais ou menos o mesmo que hoje essa outra amiga me contou.
Assim, por bocas diferentes e que entre si não se conhecem, certa palavra vai se firmando. E isto muito me preocupa, pois, eu não conhecia nem mesmo o tal moço. Tudo veio das pessoas, o que mostra que isso que ele pensa que pode esconder, pela própria volúpia culposa na qual ele vive, começa a se derramar.
Foi mais ou menos acerca de coisas assim que Paulo disse a Tito que tais pessoas “não irão avante”, pois serão alcançadas pelos seus próprios pecados praticados em cinismo.
Os seres humanos em geral pensam que todos os pecados humanos são vistos apenas em razão da falta de habilidade do pecador flagrado, mas que, como é agora com elas, agora será uma outra história, e ninguém as apanhará; nem Deus.
A questão é que se a pessoa vive para falar de Deus e come de tal fala, por mais cretina que ela seja, a bomba da verdade se instala nela e contra ela, e, um dia, de um modo ou de outro, fará com que a pessoa mesma se entregue, até inconscientemente; ou mesmo que fira a si mesma por ir criando um cenário cheio de elementos auto-destrutivos, os quais um dia eclodirão, e, em geral, simultaneamente.
Há os que se especializam em andar por aí “seduzindo mulherinhas sobrecarregadas de pecados”, e que nunca chegam ao pleno conhecimento da verdade, e, por tal razão, seguem enganando e sendo enganados.
É melhor ser ateu do que existir falando de Deus com a alma tão ateia e cínica assim.
A confissão de um ateu honesto geraria um ribombar no céu. Mas as confissões de fé dos “ateus de Deus” enfurecem os céus e produzem algazarra de diabólica festa em todos os escalões do inferno.
Saiba isso!
Fuja disso!
fonte: site do Caio Fábio
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