Amaral conta que seu primeiro contato com o público de religiões afros foi em 2008 quando foi convidado a participar da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, experiência que o fez enxergar o assunto de outra forma.
“Eu estava morrendo de medo. Nunca tinha estado em contato com “essa gente” porque, para mim, nessa época, não eram pessoas. Quando desci, pensei em ir embora. Quando estava saindo, uma jovem correu atrás de mim e me pediu para tirar uma foto com a mãe dela. Vi uma senhora negra com roupas de baiana. Ela me pediu: “O senhor pode orar por mim?” e botou a minha mão no turbante dela. Aquela velhinha me quebrou. Nunca mais a vi, mas ela nunca saiu de mim”, disse ele.
“Os neopentecostais têm um projeto imperialista de supremacia política, baseada em um modelo de valorização dos países do hemisfério norte. Não é à toa que eles chutam a santa ou associam imagens de centros umbandistas a “endemoniados”. Há um projeto de aniquilação religiosa no Brasil”, opina Amaral.
O presbiteriano vai tentar reunir as lideranças protestantes para conversar sobre o tema e explicar que o estado brasileiro é laico e que o Estado religioso não está acima do Estado civil. “Espero reunir as lideranças protestantes éticas que digam à sociedade que o estado brasileiro é laico e que esse comportamento fanático não reflete o Reino de Deus. Reflete um desajuste e um projeto de poder. Vamos levantar nossa voz para a sociedade e dizer que todos têm o direito de escolher seu credo”.
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