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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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sábado, 15 de outubro de 2011

O vetor do sofrimento


Em todos os tempos, eras e culturas o sofrimento humano é um vetor que conduz o ser humano em duas direções: aproxima-o da divindidade ou afasta-o dela, aproxima quando acreditamos que ela pode nos ajudar a resolver nossos problemas ou minimizar o sofrimento, afasta quando vemos a divindade como um deus perverso que puni impiedosamente quando é contrariado, levando o ser humano a temê-la mais do que amá-la. Todavia, a direção deste vetor será definida pelas nossas expectativas e pela compreensão que temos da divindade.

Hoje, com tantas teologias e apresentações contraditórias de Deus fica cada vez mais difícil as pessoas conhecerem Deus como Ele deseja ser conhecido. O próprio Jesus apontou o caminho, “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, e se Cristo vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Hoje, ser abençoado e próspero é ser rico, ter fartura, uma família “abençoada” e jamais adoecer... Caso contrário, isto é uma evidência de que Deus não está com você, ou que você não esteja entregando a “Deus” tudo como ele espera que entreguemos, seja dízimos, ofertas, campanhas... Esquecem das palavras de Jesus que ainda que sejamos infiéis ele será fiel para conosco, pois ele é Deus e não pode negar sua essência de amor para com sua criação.

No silêncio do sofrimento é quando mais Deus tem nos sustentados, curado nossas mazelas, atendendo nossas necessidades e não nossos desejos. Aconteceu com Elias, quando em meio a sua crise existencial, desejo profundo que sua vida terminasse, Deus estava lá... supriu suas necessidades básicas de alimento, água e descanso... restaurou sua alma, deu-lhe esperança.

“Depois se deitou debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: “Levante-se e coma”. Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo. O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: “Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa”. Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus.” 1 Reis 19.5-8

Há quem não acredite que Deus interfira no fluxo normal da vida de ninguém, mas acredito na providência divina, numa socorro a alma humana, a suas aflições, as ansiedades e dúvidas que por vezes nos deixam paralisados, ou tão cansados como que andássemos em círculos num deserto sem que um oáses nos trouxesse esperança a vida. Deus não está alheio ao sofrimento humano, pelo contrário, ele se envolveu com ele, como que mergulhasse num mar de sofrimento. O Verbo se fez carne, habitou entre nós.

Somos desmemoriados, Deus não. Sua fidelidade se extende de geração a geração. O que seria de Elias com sua fraqueza de espírito, sua falta de esperança? De Davi com seus dilemas familiares, sua natureza pecaminosa e tendência ao mal? De Ester, que apesar de não estar registrada nenhuma vez o nome de Deus no livro que leva seu nome, podemos perceber a ação de Deus na vida dela, de seu tio, na providência para livrar o povo que Deus tinha escolhido para trazer ao mundo o Pão da vida, a Luz do mundo, o Príncipe da paz.

Pela fé, diz o escritor aos Hebreus, Enóque foi arrebatado; Noé foi avisado do dilúvio; Moíses abriu o Mar Vermelho; Abraão dirigiu-se para uma terra que não conhecia, mas receberia por herança, pela fé os muros de Jericó cairam. Este e muitos outros viveram pela fé, sem que as circunstâncias os levassem a perder a confiança em Deus. Todos estes homens e muitas mulheres foram sujeitos aos mesmos medos, dúvidas, inseguranças que nós. Mas esta é fé, ter a certeza de que o que esperamos acontecerá, mesmo que não vejamos circunstâncias favoráveis.

Podemos ter a mente, o corpo e a alma tranquilos em Deus. Ele não sofre de aminésia. Não é na bonança onde mais sentiremos a presença alentadora do Senhor, mas em meio as mais profundas ranhuras na alma, ou nos mais prolongados sofrimentos. O vetor do sofrimento deve nos levar a Deus, e não para distante dele.

#Para pensar

Assim, quando:

"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." Mateus 7:7-8


Mas, as coisas estão assim:

"Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres." Tiago 4:2-3

Portanto: É melhor mesmo não ter o que se pede.

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