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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Perdas e danos

por , em Café com Deus

Todos desejamos. Desejamos coisas boas. Desejamos saúde. Desejamos bens materiais (para nosso conforto físico ou emocional), uma vida tranquila, bênçãos, um casamento que seja alegre e satisfatório. Um futuro de paz!

Faz parte da natureza humana querer o bem e buscá-lo para si e para os seus. Os mais altruístas o buscam para todos.
Deus se alegra em nos conceder o bem que desejamos! De fato, Ele nos concede o bem nesta terra.
Mas se desejamos é porque não temos, posto que o que temos não é mais desejado, mas realizado. Todo desejo é filho da falta.
Nunca deixamos de desejar, o que significa que sempre estamos sentindo falta. Aos que tudo tem, têm ainda este sentimento, sentem falta de algo que não sabem o que é, assim, vivem uma angústia existencial, pois desejam o indefinível – sentimento miserável.
Desejar é bom. Alcançar a realização do sonho ou objeto do desejo é ótimo. Como é gostoso segurar nos braços ou na alma o fruto do desejo, já realizado. A primeira experiência humana é o peito materno. A falta de alimento gera fome, o peito sacia. Não é difícil aprender a receber. Desde cedo recebemos e a infância é recheada de desejos realizados: alimento, colo, sono… Ao mais afortunados adicionemos: brinquedos, passeios, festinhas…
 Entretanto, apesar de estarmos prontos para recebermos realizações de sonhos, desejos e necessidades, nem sempre estamos prontos para perdê-los. Sim dito foi que Deus nos concede o bem nesta terra, mas aqui, tudo é passageiro.
 A perda não está em nossa programação genética. Nem sempre aprendemos a perder, contudo, a perda é parte tão integral da vida quanto o ganho.
Ganhamos o Éden mas o perdemos depois.
 Todos perderemos durante a nossa vida:
  • Amigos passarão.
  • Pessoas voarão.
  • Nossos pais deixarão esta vida – provavelmente antes de nós.
  • Demissões acontecerão.
  • Confianças serão traídas.
  • Amores serão enterrados.
  • Saúde não é perpétua.
  • A beleza física, para desespero de alguns, será irremediavelmente perdida, murchará como a erva do campo, como já alertava Salomão: “Enganosa é a beleza e vã a formosura”.

Já que todos desejamos, um desejo há o qual nunca se realizará, o de nunca perder.

Todos passaremos por processos de perda e isto não é fácil. Deve ser aprendido. Estamos prontos para ganhar um filho, mas nem sempre para perder os pais. Prontos para sermos promovidos, mas nem sempre para sermos demitidos.
Jesus nos dá algumas dicas para que as perdas que escreverão nossa história sejam menos dolorosas, mas a que agora destaco é o fato de Ele plantar na alma humana a “esperança do porvir”, definida na fé da vida após a morte: Não somos deste mundo, mas apenas estamos neste mundo.
 Quando entramos no raciocínio de Cristo, não nos apegamos demasiadamente a esta vida, já que ela é passageira, portanto, esta vida É POR DEFINIÇÃO UMA PERDA ANUNCIADA. Mas a outra vida é uma vida sem perdas, apenas de ganhos, posto que É UMA VIDA ETERNA.

Daí Jesus insistir: “Não ajuntem tesouros na terra, [onde há perdas] onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntem tesouros no céu, [onde não há perdas] onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.”

Mas por quê? Jesus sabiamente nos dá uma informação valiosa sobre a alma humana:
 “Porque onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.”

Se o seu tesouro for a sua beleza física, o seu envelhecimento não será um prazer, mas uma grande dor.

Se o seu tesouro for a sua posição social, posto que o mundo não pára de dar voltas e o poder mudar de mãos, as próximas rotações te farão enjoar e vomitar.
Se o seu tesouro “eram” suas belas ações na bolsa de valores, seu sono já está comprometido, pois onde estava o seu tesouro ali também estava o seu coração.
Se colocamos nosso coração num tesouro que está no céu, as perdas desta vida tornam-se mais simples e menos dolorosas.
De fato não estamos vendo este tesouro do céu, aceitamos este mistério pela fé apenas. Veja como isto é lindo: a angústia da perda sendo curada pelo simples ato de mudar o foco.
Jesus nos ajuda a mudar o nosso foco do mundo temporal-material para o mundo eterno-espiritual e assim vivermos menos angustiados ante as muitas perdas que nos alcançarão neste mundo de ganhos e de perdas, de “perdas e danos”.
Esta vida é boa, mas não é o fim em si mesma, portanto, vamos torcendo para que a gente consiga ir mudando nosso foco para cantarmos juntos assim: “Lá esta o meu tesouro…”

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