Por Carlos Bezerra Jr. [via Pavablog]
Há uns dois anos, um grande amigo chamado Shane Claiborne escreveu sobre uma experiência inusitada que havia vivido em um Natal, na Filadélfia (EUA). Cansado do frenesi consumista que toma conta da festa, ele buscava, junto com alguns amigos, outra forma de celebrar o nascimento de Jesus – que, nas palavras dele, parecia ser comemorado com uma competição para ver quem mais gastava e comprava coisas desnecessárias para quem já tinha o que precisava.
Como a lógica do Reino é sempre a de subverter os valores desse mundo, aqueles irmãos oraram pedindo criatividade ao Pai: queriam fazer algo que invertesse a lógica dos nossos tempos. E passaram, então, a colocar em prática uma “santa conspiração”. Aquele Natal tinha de ser comemorado de outro jeito, diferente desse das empresas que doam cestas básicas em massa ou dos atos de puro voluntarismo. De uma forma que reforçasse o que há de mais precioso nessa data. O espírito de doacão, de entrega, de generosidade, de amor.
Shane e seus amigos se reuniram e fizeram uma lista de vizinhos, conhecidos, conhecidos de conhecidos… Gente que havia passado por uma dificuldade específica naquele ano, como a perda da casa num incêndio, a morte prematura de um filho, a perda de um emprego etc. Então, avisaram a cada uma das famílias listadas que elas receberiam uma visita especial na noite de Natal.
Chegada a noite de Natal, se espalharam pela vizinhança, visitando cada casa selecionada, entregando um assado especial, uma comida caprichada feita por eles e cantando uma música natalina. Junto com isso, um pequeno envelope que deveria ser aberto depois que saíssem. Dentro do envelope, uma boa quantia em dinheiro e um bilhete que dizia: “saibam que vocês são amados.”
Enquanto redijo esse artigo, imagino: e se cada igreja da cidade fosse uma “célula revolucionária” do amor, fomentadora dessas conspirações? Se cada templo fosse um lugar de inspirar gente a espalhar amor pela cidade, proporcionando abraços aos mais pobres e aos que estão vivendo momentos de dor, solidão, tristeza e privações?
Feliz Natal.
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