Talvez a maioria de nós tenha tido o privilégio de conhecer nosso pai, se é que foi um privilégio para alguns. Pois, para muitos, infelizmente a figura paterna está associada à violência de todos os tipos, abandono ou até mesmo a incapacidade de suprir as necessidades materiais de seus filhos. Mas felizmente, nem toda figura paterna está associada a estas situações, existem muitos pais responsáveis e amorosos com seus filhos, alguns em maior ou menor grau.
Uma coisa é certa, muitos de nossos comportamentos com nossos filhos são projeções, ou anti-projeções do tipo de relacionamento que tivemos nossos pais, ou a ausência deste relacionamento. Cada pessoa reflete de uma maneira diferente, pois somos naturalmente diferentes uns dos outros. Quem sofreu agressões de seus pais quando criança pode ter basicamente duas reações: ou transfere toda esta agressão para seus filhos, ou reage de forma oposta se negando a se quer dar uma palmada corretiva ou de advertência.
Assim Definir um padrão humano ideal de pai é uma das tarefas mais difíceis que existe, se é que isto é possível. Por mais que nos esforcemos para sermos bons pais, não tenha dúvida, você errará em algum ponto e em algum momento. A fragilidade de nossa capacidade de compreensão do mundo do outro é latente e explicita, não podemos acreditar que não vamos errar, principalmente por não termos uma visão do todo.
As possibilidades de falhas já começam desde o momento que saímos da maternidade, podemos errar na escolha da roupa que o bebê vai usar durante o dia, se deve ser mais quente ou mais leve, na temperatura da água do primeiro banho, na forma de criar os hábitos e as rotinas. E se formos falar a partir do momento que estes pequenos começam a interagir, formar seu caráter, e entrar na adolescência... Meu Deus! Como estamos sujeitos a falhar...
Então, onde está o nosso modelo de pai? Onde buscar inspiração e exemplo de relacionamento pleno de pai para com o filho? Nosso suprimento de modelo pleno de paternidade, por melhores pais que tenhamos tido ou que nós mesmos desejemos ser, não está aqui. E este não é um privilégio de nossa cultura e sociedade sempre atarefada e sem tempo de acompanhar os filhos. No tempo de Jesus os pais e filhos daquela época tinham carências semelhantes, e conhecendo todas as ansiedades humanas na busca de um relacionamento paternal satisfatório e pleno ensinou a oração mais profunda do que longa de todos os tempos:
“Portanto, orem assim: "Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo. Venha o teu Reino. Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu! Dá-nos hoje o alimento que precisamos. Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam. E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal. [Pois teu é o Reino, o poder e a glória, para sempre. Amém!]" Mateus 6.9-13
Nesta oração Jesus aponta para onde está nosso pai modelo, e se quisermos ser melhores pais, devemos começar por perdoar as falhas de nossos pais. Em Deus temos as nossas ansiedades aliviadas, nossos medos controlados. Nela Jesus revela o desejo que Deus tem de nos ter como filhos amados, pois ele sim tem compreensão plena de quem somos e o que devemos ser.
Até a próxima!
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