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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"Descobrindo o impostor que existe em nós! - Parte 1"



“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1.27

Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, esta afirmação tem gerado debates acalorados nas esferas científicas [criação x evolução], teológicas [o quanto somos semelhantes a Deus] e filosóficas [Deus só existe devido a necessidade humana]. Mas partindo do princípio do qual eu acredito, a perspectiva teológica, de que fomos feitos por Deus, esta semelhança estabelece uma ligação pessoal com o criador.

Sermos semelhantes a Deus, não implica sermos iguais a Ele, esta semelhança não se aplica aos atributos incomunicáveis de Deus, como sua onipotência, sua onipresença, e sua onisciência. Mas sim, aos atributos comunicáveis, os quais ele transferiu do criador para a criação, tais como: a justiça, o amor, compaixão. Desta forma não podemos nos considerar semi-deuses, mesmo que muitos se julguem um, não somos, tais características não passam nem próximo da perfeição de Deus.

Deus nos formou de maneira individual, com todos os aspectos que caracterizam o ser humano: físico, espiritual e emocional. Física, espiritual e emocionalmente perfeitos, de tal forma que pudéssemos escolher continuar refletindo a imagem de Deus por amor a Ele. Na oração do pai nosso Jesus revela o desejo intrínseco de Deus de ser amado quando ensina aos discípulos a orarem dizendo:
“Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o teu nome”  Mateus 6.9

E reforçou este desejo quando falou sobre os dois maiores mandamentos:

“A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Lucas 10.27

Por não sermos perfeitos como Deus, estamos sujeitos a falhar, e Deus sabe disso, ele é nosso fabricante, mas mesmo assim ele nos ama e deseja que o amemos também. Mas quando falhamos, em regra geral, tentamos dissimular, amenizar e esconder o impostor que habita em nós.

Isto aconteceu com Adão, ou melhor, iniciou com ele quando após ter descumprido a ordem de Deus, e  sua reação natural foi esconder-se. Diante de sua própria culpa e do medo não teve coragem de encarar a si mesmo nem a Deus, mas diante Dele não podemos esconder quem de fato somos.

“Mas o SENHOR Deus chamou o homem, perguntando: ‘Onde está você?’
E ele respondeu: ‘Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo,
porque estava nu, por isso me escondi’” Gênesis 3.9-10

Neste episódio Adão deu origem ao seu impostor, aquele que deturpou a imagem que Deus projetou nele. Ele ficou apavorado diante da possibilidade de Deus vê-lo nu, de revelar a Deus seus sentimentos, sua fraqueza e incapacidade de realizar vontade plena de Deus. A questão é que nós de uma maneira ou de outra, fazemos a mesma coisa, não nos aproximamos de Deus por termo criado um impostor dentro de nós, que não revela de fato que somos.

Ficamos especialistas em criar personagens que tentam demonstrar aquilo que queremos apresentar, ou o que o ambiente em que vivemos nos força a criar. Queremos ser perfeitos aos olhos alheios, moralmente infalíveis, vociferamos para todos ouvir nossa indignação com a corrupção, o farisaísmo da igreja, a exigência de uma perfeição inalcançável de quem nos cerca, que nos mesmo não conseguimos alcançar.

Inútil, quem pode esconder o verdadeiro ‘eu’ de Deus?

“SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.” Salmo 139.1-4

O problema é que muitos continuam vivendo uma mentira, queremos negar a realidade de nossa fragilidade e imperfeição, alimentando assim o impostor que vive em cada um de nós. Este impostor que habita dentro de nosso mundo interior, onde o acolhemos com casa, comida e roupa lavada, nos aprisiona dentro de nós mesmos. Com uma tentativa limitada de buscarmos aceitação ou satisfazer o desejo tirânico de se sobrepor a outras pessoas, afim de que os personagens que criamos sustentem-se diante das pessoas, mas não podemos escondê-lo diante de nós mesmos e principalmente diante de Deus.

O que devemos fazer? Como devemos agir? Estaremos eternamente sujeitos a este impostor? Como podemos nos livrar dele?

"Descobrindo o impostor que existe em nós! - Parte 2"


[Sugestão de leitura]
"O Impostor que vive em mim"
 - Brennan Manning

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