[Se não leu a Parte 1, leia aqui]
Brennan Manning, citando James Masterson, em “O impostor que vive em mim” diz:
“Faz parte da natureza do falso ‘eu’ nos impedir de conhecer a verdade sobre nós mesmos, de penetrar nas causas profundas de nossa infelicidade, de nos vermos como realmente somos: vulneráveis, medrosos, apavorados e incapazes de deixar que o ‘eu’ verdadeiro se exponha”
Qual é a resposta para a pergunta: ‘Quem sou eu?’. Uma reflexão sobre esta pergunta nos faz enfrentar o verdadeiro eu, deixando de lado o impostor que vive em nós, colocando-o no seu devido lugar, deixando de negar o verdadeiro eu. Só temos duas alternativas para responder esta pergunta.
Fazer de conta que o impostor não existe
A primeira reposta à pergunta é ignorar o impostor, Judas fez isto e não suportou. Ele se odiou ao ponto de não agüentar viver, dizem os especialistas que os suicidas amam a vida, mas não suportam sua fraqueza, não suportam o encontro do verdadeiro ‘eu’ com o seu impostor.
“Quando Judas, o traidor, viu que Jesus havia sido condenado, sentiu remorso e foi devolver as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos líderes judeus, dizendo: - Eu pequei, entregando à morte um homem inocente. Eles responderam: - O que é que nós temos com isso? O problema é seu. Então Judas jogou o dinheiro para dentro do Templo e saiu. Depois foi e se enforcou.” Mateus 27.3-5
Embora o número de suicidas tenha crescido, e as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sinalizam que haverá mais de 1,5 milhão de vidas perdidas por esse motivo em 2020, representando 2,4% de todas as mortes. A grande maioria dos impostores não nos leva a morte física como fez Judas, mas nos afunda em complexo de inferioridade, em depressões, em manias de perseguição e tantas outras depressões emocionais que é como se cometêssemos suicídio social.
Reconhecer o impostor que existe em nós
A segunda resposta é reconhecer o impostor, e encontrar a LIBERDADE! Foi isso que Paulo fez quando escreveu o texto abaixo:
“Eu não entendo o que faço, pois não faço o que gostaria de fazer. Pelo contrário, faço justamente aquilo que odeio.
Se faço o que não quero, isso prova que reconheço que a lei diz o que é certo. E isso mostra que, de fato, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz.
Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo.
Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz.
Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau. Dentro de mim eu sei que gosto da lei de Deus.
Mas vejo uma lei diferente agindo naquilo que faço, uma lei que luta contra aquela que a minha mente aprova. Ela me torna prisioneiro da lei do pecado que age no meu corpo.
Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que me leva para a morte?
Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! Portanto, esta é a minha situação: no meu pensamento eu sirvo à lei de Deus, mas na prática sirvo à lei do pecado.” Romanos 7.15-25
Quando aceitamos a verdade do que realmente somos e a submetemos a Cristo, somos envolvidos pela paz que excede todo o entendimento. Mesmo consciente de nossa fraqueza e limitação, como Paulo reconheceu, e atribuindo o reconhecimento desta fraqueza a sua infelicidade, ele louvava a Deus.
Paulo não era esquizofrênico, ele conhecia Deus, não tinha nada a esconder, suas fraquezas e falhas estavam na camada mais exterior de seu ser, pois o seu interior estava seguro, ele sabia lidar com seu impostor, com a natureza caída, embora resgatada e perdoada por Cristo.
Ele citou Davi dizendo: “Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa” Romanos 4.7,8
Caminhando para fim
Somos amados por Deus, o Senhor nos criou para vivermos uma vida de união com ele, sem esta união não temos como cumprir o propósito de estarmos aqui. A criação geme, como que sentido as dores de um parto, a ausência de um Deus que nos liberte deste impostor, que deturpou a semelhança perfeita que tínhamos de Deus.
Saibamos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, permitamos que ele aja no ‘eu’ verdadeiro, curando as feridas da alma, perdoando nossas falhas e nos reconciliando com ele.
[Sugestão de leitura]
- Brennan Manning
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