O fundo do poço, um lugar de mudanças!

Foto: BBC Brasil

Ontem foi concluído o maior caso de resgate, em minas, da humanidade, fato que será objeto de estudo por especialistas de várias áreas durante um bom tempo, principalmente pelas condições do local, o tempo que permaneceram lá e a condição física e emocional que saíram. Mas o que me chamou mais atenção foi a mobilização no mundo, a concentração de atenções pelos quatro cantos do ao redor mundo foi impressionante, além de muito emocionante a comoção dos chilenos quando cada um dos mineiro vinha ao mundo, como por um parto saindo do ventre da terra [sem panteísmo tá!].

O segundo mineiro a ser retirado da mina expressou seu sentimento da seguinte maneira: "Estive com Deus e com o diabo. Os dois brigaram e Deus venceu" Mário Sepúlveda, após os 69 dias que passou soterrado na mina de San José, no norte do Chile. Cada um com sua história, seus problemas. Mas uma coisas é comum para todos eles: NÃO SERÃO MAIS OS MESMOS. Talvez eu esteja sendo idealista ou filosófico demais, mas não acredito que após estar literalmente no fundo do poço e ressurgido para a vida quase de forma sobrenatural [exagero, mas milagrosa sim] as pessoas continuem sendo as mesmas.

Após a saída dos 33, casamentos foram marcados, a vida de um recem-nascido pôde ser contemplada por seu pai, havia também um pastor entre os mineiros, terá sido apenas a presença do pastor que fez Deus poupar os demais, com certeza não, a vida de todos eles tem o mesmo valor. Teve casamento desfeito, vidas expostas mundialmente. Mas no fundo do poço, podemos encontrar um lugar para mudança, e para ressurgir para a vida, como se estivéssemos nascendo de novo.

Somos cristãos num mundo que está no fundo do poço, com vidas no fundo do poço. Porque os cristão têm se concentrado na periferia do que evangelho ao invés de se concentrar no que de fato é importante. O resgate fez o mundo olhar para o que de fato é importante, para a vida, o valor da vida de pessoas que talvez para a maioria de nós passássemos ao longe deles, vestidos com aqueles macacões sujos e mal-cheirosos. Mas foram abraçados, pelo presidente do seu pais, e principalmente por Deus.

Mas nós, não estamos dispostos a abraçar aqueles que estão abeira da morte física ou espiritual, o legalismo cristão tem diminuído as favelas? Tem inibido a corrupção? Estamos em nossa zona de conforto. Sobre o que você tem se posicionado contrário? Contra o que todos já estão falando? Quais suas convicções e posições? São apenas retórica com base em chavões? Que nossos posicionamentos não sejam apenas político-partidários em prol de valores transitórios, mas de valores eternos e que não estão presos as eras e culturas.

Precisamos forjar nosso caráter cristão, ainda que estejamos no fundo do poço. Reconhecer a culpa e a insuficiência dos nossos esforços de auto-expiação é fundamental, mas não é suficiente. A Palavra de Deus ensina-nos que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a nossa injustiça” (I João 1.9). Confessar, contudo, não é simplesmente fazer um relato das faltas, como se Deus precisasse ser informado sobre nossos atos. Afinal, Ele conhece todas as coisas (Hebreus 4.13). Confessar é acima de tudo concordar com Deus no fato de que meus erros transgridem a Sua vontade, reconhecer que sou merecedor da condenação, crer que Jesus Cristo se fez condenação em meu lugar, efetuando o pagamento da minha dívida ao levar sobre si a minha culpa, e decidir voluntariamente e prazerosamente cumprir a Sua vontade.

Assim, acredito que a mão de Deus estava sobre aqueles homens, assim como está sobre cada um de nós. Estamos livre de sermos soterrados pela condenação, mesmo que esteja no fundo do poço, aí é um lugar de mudanças, de rever posições e conceitos, fortalecer o que cremos e resurgir para uma nova vida, pois em Cristo não há condenação.

Faça sua parte!

Até a próxima.