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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Superação da família nuclear cria novos modelos de relacionamento

Não há árvore genealógica que dê conta de explicar famílias com vários divórcios, novos casamentos, meio-irmãos e agregados. Essas famílias, cada vez mais comuns nas estatísticas, não são nada parecidas com aquelas do comercial de margarina.

"O conceito de família nuclear (com pais e filhos na mesma casa) não é mais suficiente. Há arranjos domésticos sem nenhum padrão", diz a socióloga Elisabete Bilac, do Núcleo de Estudos Populacionais da Unicamp.

As mudanças aconteceram nas últimas três décadas. Nos anos 1980, 70% das famílias eram nucleares. Hoje, menos da metade é assim.
Se a "família margarina" está cada vez mais rara, as monoparentais (com apenas pai ou mãe) são as que mais crescem. Efeito prolongado da popularização do divórcio, dizem especialistas.

Também são mais comuns os casais que decidem não ter filhos. Em inglês, são chamados de casal Dink, sigla para dupla renda sem filhos ("double income no kids"). No Brasil, já são 17% do total, segundo o IBGE.
"É uma grande mudança em pouco tempo", diz José Eustáquio Alves, demógrafo da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. "Houve uma inversão demográfica. Temos menos filhos, demoramos mais para tê-los e vivemos mais."

Isso somado às novas formas de relacionamentos deu origem a famílias diferentes do padrão tradicional.
Mônica Fontes, professora, 33, e Thiago Fernandes, publicitário, 34, são um casal LAT ("living apart together", ou vivendo juntos separados). São casados, não no papel, têm um filho de 5 anos e vivem em casas separadas.


"Meu filho pergunta por que estamos separados e nos beijamos, e os pais dos amigos dele estão separados e não se beijam", conta a mãe. Não é uma escolha do casal. Com tantas mudanças de emprego e de cidade, nunca conseguiram morar juntos. Neste ano, enfim, pretendem dividir a mesma casa."Vai ser uma mudança radical", diz o pai. 

NÃO IDENTIFICADO
 
De acordo com a terapeuta Cristiana Gonçalves Pereira, do Instituto de Terapia Familiar de SP, não existe uma definição para o termo família. 

"Cada um diz quem é a sua família. A definição está no discurso. É isso que vale." 

O problema da indefinição está também nas novas formas de relacionamentos afetivos. Isso porque entre o namoro, o noivado e o casamento, há inúmeras possibilidades de relacionamento que não estão no dicionário. 

O Facebook já tem nove opções de estado civil, entre elas, amizade-colorida e relacionamento enrolado.
 
Leia a materia completa na Folha.com

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