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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Angola suspende atividades da Igreja Universal do Reino de Deus por 60 dias

Imagem de um templo da Igreja Universal em Luanda (Gianluigi Guercia/AFP)
Imagem de um templo da Igreja Universal em Luanda (Gianluigi Guercia/AFP)
Publicado originalmente em Estação da Notícia
O governo de Angola decidiu suspender por um período de 60 dias toda a atividade da Igreja Universal do Reino de Deus – IURD, em função dos atos que resultaram na perda de vidas humanas, durante uma vigília realizada dia 31 de dezembro, no Estádio da Cidadela Desportiva. O caso foi remetido à Procuradoria-Geral da República.
De acordo com as conclusões da comissão de inquérito criada para apurar as causas e origem da tragédia, o incidente ocorrido a 31 de dezembro de 2012, no Estádio da Cidadela Desportiva, que resultou na morte de 13 pessoas que participavam numa vigília organizada pela IURD, deveu-se à superlotação no interior e exterior do recinto.
“A publicidade utilizada para a mobilização dos fiéis foi criminosa e enganosa pois, tal como estabelecem os artigos 14 e 16 da Lei nº 9/02 – Lei Geral da Publicidade, a mesma continha informações falsas, susceptíveis de alarmar o espírito do público e induzi-lo em erro”, indica um comunicado dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República, tornado público ontem em Luanda.
Segundo o comunicado, em consequência da adesão maciça verificaram-se vários constrangimentos, tais como superlotação do recinto antes da hora marcada para o início da vigília, estacionamento desordenado no interior, exterior e áreas circundantes ao Complexo Desportivo da Cidadela, tendo suplantado a previsão dos organizadores do evento e dificultado a adequação devida das forças de asseguramento, designadamente a Polícia Nacional, Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Instituto Nacional de Emergências Médicas, Cruz Vermelha e outras.
“Apesar de ter recebido indicações da direção do Complexo da Cidadela que o estádio comportava apenas 30.000 pessoas, ainda assim, a Igreja Universal do Reino de Deus perspectivou acolher no referido evento um total de 152.600 fiéis, sendo 35.000 pessoas nas bancadas do primeiro anel, 30.000 por traz da baliza norte, 30.000 por traz da baliza sul e 57.600 pessoas na parte exterior, frontal à tribuna”, sublinha o comunicado.
A comissão de inquérito salienta, também, que a organização do evento “em momento algum” comunicou às autoridades a sua previsão de 152.600 pessoas, e que a projeção feita pela Igreja quanto ao número de pessoas para aquele recinto “não foi realista e pecou por excesso”.

As referidas suspensão e interdição devem ser fiscalizadas pelos Ministérios do Interior, da Justiça e dos Direitos Humanos, da Cultura, da Administração do Território e da Comunicação Social e pelos Governos Provinciais, devendo vigorar enquanto durarem as investigações pela Procuradoria-Geral da República.
Ainda de acordo com o comunicado, doravante a realização de cultos religiosos em recintos fechados, tais como estádios e pavilhões gimno-desportivos, dever ser condicionada à prévia criação de condições de segurança, assistência e primeiros socorros. Informações do Jornal de Angola.

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