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"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ultimato, Diálogo, Inquisição etc. e tal

Por Robinson Cavalcanti

Aí Deus apresentou uma proposta de decálogo a Moisés e pediu para ele descer do monte e ouvir as bases em assembleia liderada por Arão, e buscar um entendimento com o pessoal que havia optado pelo bezerro de ouro.

Aí Deus enviou o profeta para um diálogo com os sacerdotes de Baal visando um entendimento, como o pacto federativo que havia estabelecido com os filisteus, e todos os postes-ídolos deveriam ser tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

E quando os profetas falavam, a fórmula do preâmbulo dos seus discursos era sempre: “Assim me parece que o Senhor acha, salvo melhor juízo”.

É claro que a pretensão de ser um único Deus a revelar uma única verdade seria algo extremamente arrogante, etnocêntrico, colonialista, patriarcal e misógino.

E temos que (depois da edição da “Bíblia dos Gordos”, da “Bíblia dos Magros”, da “Bíblia dos Torcedores do Corinthians”) devemos lançar a “Bíblia Politicamente Correta”, do(a) nosso(a) deus(a) pai/mãe ou pai/pai ou mãe/mãe, em que Jesus diz: “Eu sou um dos caminhos, uma das verdades, uma das vidas, e todos irão a Ele/Ela não necessariamente por mim”. “Ninguém precisa nascer de novo”, e “vai e continues na mesma, porque a sua orientação sexual deve ser respeitada”. Ao chegar a Jerusalém, Jesus entrou em um acordo com o Sindicato dos Vendilhões do Templo, e com a base aliada do Sinédrio.

Passada aquela alucinação (uma espécie de “porre espiritual”) que os fez imaginar que um cadáver voltara a andar, e o transe da festa do Pentecostes, Pedro foi peremptório: “Não se arrependam, pois essa conversa de ‘pecado original’ é uma balela e uma perda de energia para o nosso ministério de instaurar o reino de Deus por nossa conta e convidar o(a) próprio(a) para o coquetel de inauguração”.


E Paulo disse: “Deitem-se (ou fiquem de pé ou de cócoras) com qualquer um(a), desde que seja por mútuo consentimento entre adultos”. Ao que João arrematou: “E esses entrarão no Reino do Céu”.  Paulo elogiou os deuses do areópago e apresentou Jesus como mais uma a, democraticamente, ter uma vaga no Olimpo e nos altares.

E a Bíblia deve ter uma nova “versão revista, corrigida e atualizada”, contendo todos os livros apócrifos, pois, afinal os gnósticos, os arianos, os docéticos, os pelagianos, foram apenas “tendências” da igreja, em sua riqueza e pluralidade no discurso sobre o sagrado, reprimidos pela intolerância.

E os chamados “Credo Apostólico” e “Credo Niceno”, esses horrorosos textos estreitos, deverão ter uma nova redação, iniciando: “Podemos ou não crer em Deus(a), não tão todo-poderoso…”.
A Reforma Protestante, devidamente atualizada aos tempos pós-modernos, deve eliminar a estreiteza das “Sola”.

Como diriam os caipiras mineiros: “Deus é um abiscoitado que nem sabe das coisas”, e cristianismo triunfante é aquele que ninguém vai mais à igreja.

Temos que dar um Ultimato a esses reacionários, bitolados, ultrapassados e homofóbicos: “Diálogo sempre; Proclamação nunca”!

Ouçamos a Pós-Modernidade, e especulemos interminavelmente…
O absoluto relativismo de nossas especulações é a porta da esperança.

Comitê de Solidariedade às
Vítimas da Nova Inquisição a Micro-Ondas

Vi no PavaBlog

/// Este foi um Diálogo sutil de um Ultimato Inquisitório...

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