Cultos nos ônibus e metrôs, programas de televisão em vários horários e canais, bandas e mais bandas gravando em selos de destaque nacional, artistas indo aos cultos, religiosos engrossando as fileiras políticas nas diversas Casas, templos cada vez mais suntuosos, projetos de leis que endossam o "nosso" modo de pensar, enfim: "o que eles esperam de nós?"
Essa pergunta deveria ser refletida todos os dias pelos cristãos brasileiros, nesses dias de muito Evangelho e de Evangelho algum. As vozes religiosas têm ecoado o que do púlpito é proferido aos quatro cantos do país. Nunca os meios de comunicação estiveram tão abertos ao que os teístas cristãos têm a dizer. Qual é a mensagem que vem sendo repetida dia após dia pelo povo chamado para anunciar as virtudes dAquele que os convidou para fazê-lo (1 Pe 2:9)?
A triste verdade é que quando perguntarem para a próxima geração de pessoas, "quem eram os cristãos" de nossa geração, a resposta não será outra, senão "pessoas que por meio da força tentaram impor seu modo de ver a vida". Não deve-se generalizar, mas quase todos se encaixam na sentença acima.
Então, "o que esperam de nós?" Não muito. Esperam de nós que sejamos pessoas que representam do amor em sua forma mais ampla o possível; pessoas dispostas a perdoar os nossos ofensores; esperam que sejamos complacente com a dor do próximo, ainda que ele não professe o mesmo credo que o nosso; esperam que amemos o nosso Deus e não que defendamos a Ele com pedras ás mãos a qualquer um que pense diferente; que não tentemos impor o nosso Deus sobre o deles, pois Deus é "Uno" (Mc 12:32); que nosso exemplo seja nossa pregação; que nossa devoção a Deus não seja insana; que nosso livro sagrado não atropele os direitos civis dos outros; que não busquemos os poderes políticos" para exercer "nosso" querer, antes para que a justiça corra como um rio sem fim (Am 5:24); que não sejamos dado á usura - esta última inserida no meio cristão com maior ênfase pelos reformados (ver "A ética protestante e o espírito do capitalismo", de Max Weber).
Se nos preocuparmos com o que menos nos torna alvo dos holofotes midiático, estaremos alcançando corações que já não têm esperança no movimento cristão. Pessoas olharão para nós e enxergaram o Cristo que dizemos estar vivo em nós. E se por ventura pararmos para pensar bem, veremos o que eles esperam de nós é o que próprio Cristo espera de nós também. Sim, é disso que o Sermão do Monte se trata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário