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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

'Deus me usou para fazer o que eu fiz', diz diretor da Telexfree

Carlos Costa foi recebido na Aleac nesta quinta-feira (14). Nesta tarde, uma audiência de conciliação ocorre no Fórum de Rio Branco.

Carlos Costa se pronunciou na Aleac nesta quinta-feira (14)
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)
publicado originalmente no G1

O diretor da Telexfree, Carlos Costa, e vários divulgadores da empresa foram recebidos, nesta quinta-feira (14) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). O intuito foi que o empresário falasse a respeito dos benefícios do empreendimento e sobre a luta judicial travada desde junho de 2013, em que os bens da empresa estão bloqueados.

Ovacionado pelos divulgadores, Carlos Costa diz que a empresa representa uma oportunidade para as pessoas e esse é o único apoio necessário para a luta continuar. "As pessoas hoje conheceram o que é realmente uma distribuição de renda. Essas pessoas que tiveram potencial dentro delas mas nunca tiveram oportunidade. Eu estou aqui de passagem e Deus me usou para fazer o que eu fiz e isso ninguém vai tirar", falou.

Se reconhecendo como um enviado de Deus, o diretor disse ainda que perder o processo representa um retrocesso e o que é necessário é uma lei específica sobre o marketing multinível. "Ninguém vai querer voltar para trás, então nós vamos fazer sim algo que já deveria ter sido feito no mínimo há 20 anos, que é uma lei que regulamente o marketing multinível", disse.

"Eu não vou arregar. Eu não vou correr. Eu vou é para cima. Me jogaram no fundo de um poço. Mas se eu estou no fundo do poço, só tem uma saída, olhar para cima e é para lá que eu vou", garante Costa sobre a luta na justiça.

Vários divulgadores acompanharam o diretor na
Aleac (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

O convite partiu do deputado estadual Moisés Diniz (PC do B-AC), presidente do Comitê de Apoio aos Divulgadores da Telexfree. Segundo ele, o convite foi apoiado por unanimidade na casa. Porém, segundo Diniz, a presença do diretor e da comitiva não representa apoio à empresa. "A Aleac não pode prestar apoio ou solidariedade porque a empresa está sendo julgada. Estamos aqui para receber e ouvir o diretor e as sua razões", afirma.

Ao falar sobre os produtos oferecidos pela empresa, o deputado comparou ainda a Telexfree a outras empresas. "A Telexfree vende Voip, que é um sistema de conversação por IP. O Facebook e o Google são 50 vezes maiores que a Telexfree e só vendem comunicação e entretenimento, não tem nenhum produto, são bilionários e ninguém fecha os dois", fala.

Audiência de conciliação
Os divulgadores da Telexfree estão otimistas com a audiência de conciliação que ocorre às 15h (horário local) desta quinta-feira (14), no Fórum Barão do Rio Branco. Para Shawke Lira, a esperança é que as atividades da empresa sejam liberadas.

"A empresa em nenhum momento prejudicou ninguém e está disposto a colaborar. É possível que a juíza entenda que a medida cautelar [que suspendeu as atividades da empresa] não é mais necessária, e a empresa volte a funcionar. Outra suposição é que a juíza possa entender que o Ministério Público não é parte legítima na ação e aí leve ao arquivamento do processo", espera.

Entenda o caso
A Telexfree está impedida de realizar pagamentos e cadastros de divulgadores, como são chamadas as pessoas que investem na Telexfree, desde o dia 18 de junho de 2013. A empresa é acusada pelo MP-AC de realizar um esquema de pirâmide financeira sob o disfarce de empresa de marketing multinível.

O bloqueio às atividades causou descontentamento e alguns dos divulgadores realizaram diversas manifestações de protesto em todo o país. No Acre, eles chegaram a fechar as pontes que ligam o primeiro ao segundo distrito da capital, Rio Branco.

Nos meses seguintes ao bloqueio, os advogados da Telexfree entraram com uma série de recursos na Justiça acreana pedindo a liberação das atividades. Todos, no entanto, foram negados.

Com o intuito de dar preferência à Ação Civil Pública que está sendo movida pelo Ministério Público do Acre, a juíza Thaís Borges, tem indeferido os pedidos individuais de ressarcimento que estão sendo movidos por diversos divulgadores.

A última decisão da magistrada tomada na última sexta-feira (18) foi de liberar parte do dinheiro da empresa Telexfree, para que sejam pagas parcelas da construção de um hotel no Rio de Janeiro de posse da empresa. A quantia liberada não foi revelada.

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