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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

‘Renunciei porque Deus me disse’, diz Bento XVI

‘Quanto mais vejo o carisma de Francisco, mais entendo a vontade divina’, diz Papa Emérito
Essa é a primeira vez que Bento XVI explica por que decidiu deixar a liderança da Igreja Católica
Pela primeira vez em mais de 600 anos, a Igreja Católica registrou um momento histórico. Na foto, o encontro de dois Pontífices: o atual Francisco (à esquerda) e Bento XVI, Papa Emérito (foto: AP/23-3-2013)
Pela primeira vez em mais de 600 anos, a Igreja Católica registrou um momento histórico.
 Na foto, o encontro de dois Pontífices: o atual Francisco (à esquerda) e Bento XVI, Papa Emérito
(foto: AP/23-3-2013)
Publicado em O Globo
CIDADE DO VATICANO – “Foi porque Deus me disse”. Assim, Bento XVI explicou a decisão de renunciar ao pontificado, em 11 de fevereiro, de acordo com a publicação católica “Zenit”. Apesar da vida de clausura, o Papa Emérito dá esporadicamente algumas entrevistas no convento Mater Ecclesiae onde vive atualmente, nos Jardins do Vaticano. Em uma dessas ocasiões, ele explicou pela primeira vez por que renunciou à liderança da Igreja Católica e acrescentou:
- Quanto mais vejo o carisma de Francisco, mais entendo a vontade divina – afirmou, de acordo com a publicação.
Na reportagem, Bento XVI conta que não houve qualquer tipo de aparição ou fenômenos semelhantes, mas sim uma “experiência mística”, na qual o Senhor teria demonstrado um “desejo absoluto” de permanecer a sós com ele. Uma experiência que poderia durar meses, como relatado por uma fonte que prefere permanecer em anonimato.
Como já havia antecipado na época em que decidiu deixar a liderança da Igreja Católica, o Papa Emérito reiterou que não era uma fuga do mundo, mas pretendia “refugiar-se em Deus”.
A entrevista foi realizada no último domingo, quando Bento XVI fez uma curta viagem até Castelgandolfo, acompanhado de quatro funcionários que trabalharam com ele durante os anos de pontificado e seguem em seus cargos após a renúncia. Mesmo durante a entrevista, o Papa Emérito manteve-se reservado, evitando reflexões que poderiam ser interpretadas como “declarações do outro Papa”.

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