A
grande realidade é que a tarefa do coração não é “ACHAR" uma pessoa
amável para amar (tenha sido isto uma dádiva ou uma escolha) e ser capaz
de continuar amando-a, não importando o quanto aquela pessoa mude em
relação ao objeto-sujeito que um dia foi quando se começou a amá-la.
De fato ninguém tem que ACHAR tal pessoa, basta não fechar os olhos a fim de não vê-la.
“Amar” é amar a pessoa que você vê!
Foi
exatamente isto que João, o apóstolo, nos ensinou, quando disse:
“Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem
não vê” (I Jo 4:20).
Neste
ponto, talvez valesse a pena a gente dar uma olhada no olhar de Jesus a
Pedro, quando este o traiu na casa do Sumo-sacerdote Caifás.
Que outro olhar foi mais curador e divino?
Que olhar foi aquele? Terá sido um olhar repelente ou de rejeição?
Certamente aquele olhar deve ter sido como muitos que recebi de meu pai e de minha mãe quando minhas ações me botavam em perigo.
Quando
isto acontecia, o olhar deles não me falava de rejeição, mas de amor
que queria me preservar para a vida, e me livrar de perigos.
A questão é: Pedro estava em perigo ou estava se salvando do perigo?
Poucos de nós entendemos de fato o significado de um dia haver traído um amigo, nesse caso, “O” Amigo.
Eu já fui traído por amigos centenas de vezes e sempre percebi que quem corria o maior perigo eram eles, não eu.
Também, quando traí, soube na carne como é o traidor e, também, que é o traidor quem sofre a mais infernal de todas as dores... Aquelas mesmas que levaram Judas a se matar.
Também, quando traí, soube na carne como é o traidor e, também, que é o traidor quem sofre a mais infernal de todas as dores... Aquelas mesmas que levaram Judas a se matar.
Bem, isto para quem não “pedrou”... e perdeu a consciência para a cristalização em estado rochoso!
Pedro Pedra! O que salvou você de ficar tão pedrado?
O
problema é que quando nos sentimos traídos e desprezados – sangrando
sem poder estancar a dor – nem sempre nos damos conta de que quem corre
risco é o traidor.
Todavia, Jesus viu isto claramente.
Ele viu.
Ele olhou.
Ou melhor: Fitou!
Ele viu.
Ele olhou.
Ou melhor: Fitou!
E o que ele viu?
Um traidor?
Um covarde?
Um ser sem raízes?
Um traidor?
Um covarde?
Um ser sem raízes?
Não!
Ele viu um amigo em grande perigo!
Ele viu um amigo em grande perigo!
Jesus
não julgou que Sua causa estava perdida para sempre, apenas porque o
amigo com o qual Ele mais contava não viera em Seu socorro.
Ele amava uma alma mais que o mundo inteiro!
Ele amava uma alma mais que o mundo inteiro!
O
amor de Jesus por Pedro foi tão ilimitado que, amando a Pedro, Ele
amava a pessoa que Ele via e que era real, não uma "projeção".
Nossos amores, na maioria das vezes, são idealizações; por esta razão não sobrevivem à traição.
Jesus,
todavia, jamais diria: “Pedro, você agora terá que me demonstrar,
através de muitos anos de claro arrependimento, se você me ama ou não.
Então veremos como vai ficar...”
A resposta dos olhos de Jesus só pode ser entendida pelo resultado obtido na vida de Pedro.
O que teria então dito Jesus com o olhar?
- “Pedro, meu amigo; você é Pedro, o meu amigo; e eu amo você.
Tenha meu amor neste instante; porque se alguma coisa há de lhe ser útil agora, é a certeza de meu amor por você.
Somente meu amor poderá fazer de você um Pedro mais Pedro ainda.”
Tenha meu amor neste instante; porque se alguma coisa há de lhe ser útil agora, é a certeza de meu amor por você.
Somente meu amor poderá fazer de você um Pedro mais Pedro ainda.”
Jesus
não ficou “de mal” com Pedro até que houvesse a demonstração de que
aquele amigo da praia tivesse se tornado, indubitavelmente, outro homem.
Ao contrário, Ele preserva a amizade incondicionalmente; pois é em tal amor que o traidor pode encontrar redenção.
Ou será que alguém tem a pretensão de pensar que haveria um “outro caminho” para a salvação de Pedro?
Se houvesse; Jesus o "desconhecia"!
Nossa
estupidez é tão grande que quando acontece de um amigo “mudar para
pior” (conforme nosso entendimento) nós pensamos que isto nos desobriga
de amá-lo.
Pobres e cegos que somos...
O
verdadeiro amor só conhece o seu próprio caminho; e é somente nele que
se pode “salvar” o traidor sendo seu amigo! Especialmente, depois da
traição!
Este, porém, é o Caminho de Jesus.
Nós temos a ousadia de ter nossos próprios caminhos; todos eles fundados nos mais “nobres princípios”.
O que Jesus está ensinando é chocante:
“Ame
a Pedro na noite da traição, e o meu olhar sempre olhará você como você
olhou para ele. Pois eis que em sua vida há muitas traições; e eu as
vejo!”
Assim, não invente alguém para amar.
Ame a quem você vê. E, como é óbvio, amor aqui é Ágape¹ não é Eros².
Ame a quem você vê. E, como é óbvio, amor aqui é Ágape¹ não é Eros².
Caio
Ágape¹ versus Eros²
Ágape
denota o amor de relacionamento e não pontual, não é um amor baseado em
reciprocidade ou em motivos para se amar, ama-se o que se é e não o que
se faz.
Éros
é o amor que busca uma troca ou recompensa, por isto utilizado – também
– em relação à sexualidade, é o amor que foca no que se faz e não no
que se é.
O grego possui – entre as mais usadas – três classificações para “amor”: Ágape (agaph), Éros (ἔrwV)e Philia (filia)que é amizade.
Diferenças:
utiliza-se o Ágape para quem está abaixo de você e que não terá
condições (incondicional) para retribuir o seu amor, utiliza-se o Éros
para quem está acima e que terá condições (condicional) para retribuir,
utiliza-se o Philia (verbo philéo) para quem está em seu mesmo nível e
terá as mesmas condições que você de retribuir.
Fonte: site do Caio
Fonte: site do Caio
Rodrigo,
ResponderExcluirAmar a quem se vê, acredito ser algo figurado. É amar aceitando o que vê em cada um, o que é, e não o que imaginamos que seria cada pessoa na perspectiva dos nos preceitos e ideais.
Há alguns dias atrás, li um tweet que dizia algo assim: "Se não posso mudar as pessoas, vou mudar o que eu posso em mim, o meu jeito de olhar para elas." Este tweet simples, me fez refletir bastante, pois temos nossos anseios e frustrações diante do que queremos, em relação à realidade que vivemos em nossos relacionamentos diários.
E como é difícil amar de forma incondicional a todos aqueles que nos cercam. Jesus vê em nós o que há de mais perfeito, sonda nossos corações, conhece nossas fraquezas. dEle ninguém pode esconder o que realmente é, ou criar personagens. Não há máscara perante o Senhor.
Espero que Deus ajude-me a mudar o meu modo de olhar e me faça aceitar as pessoas como elas realmente são.
Um forte abraço.