Publicado por Eliel Batista
O apóstolo Paulo se referiu ao cristão como “embaixador” e também como “carta de Cristo”. Aquele que manifesta Deus no mundo.
Através de sua maneira de viver, ele coloca seus observadores em contato com o significado de Deus e como deve ser esse Deus.
Não é de se estranhar o porquê muitos resistem em crer ou desconfiam desse Deus revelado no ethos de considerável número de crentes.
Tudo na fé do crente testemunha a respeito de Deus:
Aquilo que possibilita os cultos e viabilizam as marchas e concentrações, o que faz uma pessoa contribuir, participar de vigílias, subir montes à noite, jejuar, ler a Bíblia e “defender” o evangelho revelam as características de Deus.
Aquilo que possibilita os cultos e viabilizam as marchas e concentrações, o que faz uma pessoa contribuir, participar de vigílias, subir montes à noite, jejuar, ler a Bíblia e “defender” o evangelho revelam as características de Deus.
A partir dessa observação, de como se comportam os crentes, além de conhecermos suas crenças, podemos traçar um perfil desse Deus ao qual se cultua.
Não que Deus seja objetivamente de tal forma, porém se assim se relacionam com Ele, isso demonstra como Ele é compreendido e recebido.
Não que Deus seja objetivamente de tal forma, porém se assim se relacionam com Ele, isso demonstra como Ele é compreendido e recebido.
O ethos gospel, manifestado por esse país afora, leva a perceber que no divã de Freud, dentre as muitas possibilidades, esse deus tem um alterego: o diabo.
Diante de algumas declarações de fé, defesas doutrinárias, frases clichês, jargões gospels, citações de textos bíblicos a esmo e propagandas de cultos parece que Deus deve ter algum fascínio pelo diabo.
Sem dizer que desse modo, se os servos de Deus têm necessidade e precisam se reunir para fazer frente ao diabo, sem ele, Deus perde sua função.
Em última instância, o diabo acaba sendo a necessidade de subsistência divina, tal qual o superhomem, se não existir um vilão ele é desnecessário. Sem o diabo deus parece não fazer sentido.
(não vejo Deus como uma função ou uma utilidade, mas dada a questão parece que sua existência estaria assim condicionada).
Afirmar a existência do diabo é outra questão, não proposta aqui, mas sim como se dá a crença nesse diabo. Por isso, imaginando que nesse ponto alguém diria: “o diabo não existe é uma artimanha do diabo para destruir eternamente as pessoas”, pergunto:
Crer no diabo passa a ser imprescindível para que as pessoas sejam salvas?
Outra coisa: se o diabo não existir há disposição e razão para uma pessoa continuar servindo a Deus, sendo fiel, guardando-se do pecado?
Se a conclusão é que os crentes não seriam mais crentes, o diabo é o principal personagem da fé e Deus depende dele.
Dessa forma também poderíamos dizer que Deus não destrói o diabo de vez porque estaria relegado a um eterno tédio de inutilidade:
- Sem a necessidade de proteger as pessoas de salvá-las das artimanhas malignas em quê ele poderia atuar?
- Pessoas sem medo do diabo procurariam Deus?
Nessa condição, os crentes estariam enganados em serem antidiabo, afinal ele é quem dá uma sobrevida a esse deus.
Sem o diabo, existiria bondade no mundo?
Diante desse tema, diferente do que possam discursar como fé, a maneira como muitos se comportam demonstra que sem o diabo o mundo estaria perdido. Por quê? Porque parece que o diabo seria aquele que restringiria uma pessoa de ser má. As pessoas estariam livres, entregues a si mesmos e seria “bandalheira total”.
Não correndo o risco de ser eternamente atormentada, pensa-se que ninguém mais precisaria ser bom, fiel e ético.
Sendo assim, estaria o diabo no final das contas causando um bem e levando as pessoas a amarem?
Nesse caso, Deus mesmo, em última análise, é o diabo e não Deus, porque se o próprio Deus depende dele para ser Deus na vida das pessoas, e é a razão pela qual elas cumprem o mandamento divino, ele, o diabo, é a causa de tudo e não Deus.
E não diga que “Deus usa o diabo para isso”. Não é digno de confiança um Deus que como um sequestrador coage através do medo e ameaças de morte.
Se alguém for bom para não ser “pego” pelo diabo esse alguém não é bom, mas hipócrita. É mal e reprime toda a maldade pelo medo do diabo e não porque sua alma aspira por tudo o que é de Deus.
Se o diabo e o inferno formam a razão de uma pessoa ser boa, ética, honesta, servir a Deus e amá-lo, essa pessoa é controlada por aquilo que o diabo oferece: o medo. Contrário a Deus cujo amor libertador lança fora o medo.
Há quem diga: “Cuidado com Deus“.
Mas afinal, se fizermos o mal Deus ou o diabo quem nos “pega”?
Nessa lógica tanto faz, pois ego e alterego divino fazem o jogo e a situação só piora, pois nessa condição se confirmaria esse Transtorno Dissociativo de Identidade tal qual com Bruce Banner, que ao ser provocado, se torna no Incrível Hulk.
Ousaria dizer que se uma pessoa usa Deus como forma de ameaça para que a outra obedeça, o diabo é um mal contido no seu próprio coração, pois é a quem ela quer dar vazão. E ainda nesse caso ela obedece a ele, pois considera a opressão e até mesmo a aniquilação do próximo como algo correto, ético e divino a acontecer.
Fazer isso, mesmo que, em nome da justiça não é de Deus.
Ameaçar alguém com Deus, querendo ou não, é anunciar Deus como destruidor, um homicida.
Certa vez Jesus disse em João 8:44 “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio…”.
Quem serve a Deus por medo tira Ele de sua própria vida.
Usar Deus para impingir medo nas pessoas é ser contra Deus.
“Jogar” o diabo contra o próximo, o amedrontando, contraria o evangelho que anuncia a destruição do diabo e suas obras malignas.
Recordando o já dito: “o amor lança fora o medo”. “Deus é amor”.
Sei, claro que sei, que sempre aparece alguém para por uma vírgula depois do amor e dizer: “mas é justiça”.
De fato, porém justiça conforme revelada em Jesus Cristo.
Gl 3:21 …se a justiça vem pela Lei, Cristo morreu inutilmente!
Is 42:3 “Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça”.
Para Deus, derramar sangue e causar aflição não é justiça. Justiça para Ele promove paz e confiança:
Is 5:7 “Ele esperava justiça, mas houve derramamento de sangue; esperava retidão, mas ouviu gritos de aflição”.
Is 32:17 “O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranqüilidade e confiança para sempre”.
A justiça divina não destrói; produz vida. Se fosse segundo alguns que acreditam ser destrutiva, nem eles mesmos escapariam, mas insistem em querer a destruição daqueles a quem Deus ama e pelos quais deu o seu Filho.
João 3:17 “Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele”.
Anunciar uma mensagem diferente dessas palavras de Jesus é discordar do próprio Jesus, além de correr o risco de, como embaixador de Cristo, demonstrar com seu testemunho de vida um diabo como o alterego de Deus, nesse caso estaria certo o alerta, “cuidado com Deus, não o tire do sério!”
Mas se Deus é conforme revelado em Cristo Jesus, podemos dizer:
Corram para Cristo, rendam-se a Ele, pois ele anulou o poder da morte. Ele é a ressurreição e a vida.
Não precisam tomar cuidado com Deus, ele os quer bem.
Podem confiar completamente nele, porque Ele sim é que tem cuidado de cada um como filho.
Não precisam tomar cuidado com Deus, ele os quer bem.
Podem confiar completamente nele, porque Ele sim é que tem cuidado de cada um como filho.
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