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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bispo acusa ateísmo de querer criar uma ‘maldita e ridícula religião’

 via Paulo Lopes

Dom Henrique Soares da Costa (foto), 48, bispo auxiliar de Aracaju (SE), acusou os ativistas do ateísmo de querer “criar uma maldita e ridícula religião secular”.

A intenção, segundo ele, é construir uma “pseudofé” que seja uma “caricatura de Deus e da experiência religiosa, que humilha o homem e frustra sua sede mais profunda e a razão maior de sua dignidade”. Por isso, disse o bispo, “diviniza-se o consumo, o prazer, o próprio eu, o poder”.

Essas críticas estão em artigo onde o bispo condena os protestos contra a recente visita do papa Bento 16 à Espanha.

Cerca de três mil pessoas protestaram por nada. Reclamaram de modo violento, intolerante e irracional do dinheiro público presumivelmente gasto pelo governo espanhol na Jornada Mundial da Juventude. Não houve emprego de dinheiro público; tudo foi pago com o dinheiro das inscrições e doações de empresas”, escreveu.

Pelo noticiário das agências, os manifestantes chegaram a 20 mil, mas essa estimativa foi contestada por setores da Igreja Católica.



As manifestações foram organizadas por mais de dez entidades de esquerda, céticos e ateus. Elas obtiveram a adesão de cerca de 150 padres que prefeririam que os gastos com a visita fossem destinados à  assistência aos pobres, principalmente porque a Espanha está em crise econômica.


O governo não divulgou os gastos com logística e infraestrutura que teve com a visita. Pelos cálculos dos manifestantes, eles teriam sido mais de US$ 100 milhões (R$ 161 milhões).


No artigo publicado pela Gazeta de Alagoas, o bispo auxiliar disse que o papa foi vítima de injúria e calúnia. “Chamaram-no de fascista e até de pedófilo.”

Para ele, “os inimigos da religião se agastam, fazem caretas”, como se Deus tivesse morrido. “Não! Deus não morreu, a religião não será nunca obsoleta.”

Disse que o ateísmo é artificial porque tem de ser “incutido o tempo todo, explicado, com mil dispersões e superficialidades". Mas a fé, escreveu, “é o estado normal do ser humano, feito para o infinito”.

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