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quarta-feira, 29 de maio de 2013

‘Jesus não foi crucificado’: Evangelho vai causar colapso religioso, diz Irã

Para iranianos, alegações do Evangelho de Barnabé devem abalar a política mundial; críticos apontam “risível” propaganda anticristã nessa divulgação
Autoridades turcas acreditam que essa possa ser uma versão autêntica do evangelho escrito pelo discípulo Barnabé (Foto: Daily Mail / Reprodução)
Autoridades turcas acreditam que essa possa ser uma versão autêntica do evangelho escrito pelo discípulo Barnabé (Foto: Daily Mail / Reprodução)
Publicado originalmente no Terra
Um texto religioso encadernado em couro - provavelmente datado do século 5, porém descoberto há apenas 13 anos - vai causar o colapso do cristianismo no mundo inteiro, alega uma agência de notícias do Irã. O livro, escrito sobre pele curtida, aparentemente afirma que Jesus nunca foi crucificado e que Cristo previu a vinda do profeta Maomé. Escrito em siríaco (um dialeto do aramaico), o evangelho vaticinaria inclusive a chegada do último messias islâmico. As informações são da iraniana Basij Press e foram divulgadas pelo site conservador americano WorldNetDaily (WND).
Autoridades turcas acreditam que essa possa ser uma versão autêntica do evangelho escrito pelo discípulo Barnabé, e a imprensa iraniana afirmou que seu conteúdo vai desencadear a queda do cristianismo ao provar que o Islã é a verdadeira religião. Outras fontes, no entanto, julgaram as alegações improcedentes e a consideraram uma “risível” propaganda anticristã. A Basij Press informa que o texto foi escrito nos séculos 5 ou 6 e previu o surgimento de Maomé e da religião islâmica. Segundo a agência, o mundo cristão nega a existência de tal evangelho.
No capítulo 41 do Evangelho de Barnabé, estaria escrito: “Deus se escondeu enquanto o Arcanjo Miguel os levou (Adão e Eva) para fora do céu, (e) quando Adão se virou, ele notou que sobre a porta de entrada para o céu estava escrito La elah ela Allah, Mohamad rasool Allah“, que significa “Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta”.
O texto teria sido confiscado em 2000 por autoridades turcas durante um trabalho de repressão sobre gangues acusadas de contrabando de antiguidades, escavações ilegais e posse de explosivos. A descoberta, contudo, só atraiu a atenção do mundo em fevereiro deste ano, quando foi informado que o Vaticano fez uma requisição oficial para ver o livro. Ainda não se sabe se o pedido foi atendido.
As origens do suposto evangelho são desconhecidas, mas o site National Turk afirmou naquele mês que o livro foi mantido no palácio da Justiça da capital turca, Ancara, e seria transferido sob escolta policial armada para o Museu Etnográfico da cidade. Para a Basij Press, a descoberta é tão importante que vai abalar a política mundial.
“A descoberta da Bíblia original de Barnabé vai agora comprometer a Igreja e sua autoridade e revolucionar a religião no mundo”, escreveu a Basij Press em seu site. “O fato mais significativo, porém, é que essa Bíblia previu a vinda do profeta Maomé e comprovou a religião do Islã.”
Apesar de autoridades turcas acreditarem que o texto é verdadeiro, outros questionaram sua autenticidade. Erick Stakelbeck, um analista de terrorismo e observador próximo dos assuntos iranianos, afirmou à WND que “o regime iraniano está empenhado em erradicar o cristianismo por qualquer meio necessário, ainda que isso signifique executar cristãos convertidos, queimar Bíblias ou invadir igrejas”.
Escrevendo para o site Catholic Culture, o jornalista católico Phil Lawler descreveu o conjunto de alegações como “um risível desafio iraniano ao cristianismo”. Ele afirmou que “se o documento foi escrito no século 5 ou 6, não pode muito bem ter sido escrito por alguém que estava viajando com São Paulo cerca de 400 anos antes. Deve ter sido escrito por alguém reivindicando representar São Barnabé. Devemos aceitar essa alegação?”, indaga Lawler. “Tenha em mente que a datação do documento é fundamental. Por volta do século 7, não era necessária muita clarividência para ‘prever’ a aparição de Maomé.”
Com informações do Daily Mail.

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