por ANTÔNIO WERNECK
Coordenador do Grupo AfroReggae foi responsável por denúncias que levaram a investigações
José Júnior, o coordenador do AfroReggae: “Parabéns aos delegados” Marcelo Piu / O Globo |
RIO — Responsável pelas denúncias que levaram à prisão o pastor Marcos Pereira, José Júnior, coordenador do Grupo AfroReggae, disse que estava viajando quando a notícia chegou: “Estava em Salamanca, na Espanha, quando o telefone tocou às 4h”.
Você foi o responsável pelas denúncias que levaram a polícia e o Ministério Público a investigarem os supostos crimes cometidos pelos pastor Marcos. Como você reagiu à prisão dele?
Estava na Espanha, quando o meu telefone tocou e uma pessoa me deu a notícia. Minha reação foi de orgulho e felicidade. Fiquei muito orgulhoso. Não de ter tomado a iniciativa de denunciar suas ligações com o crime, mas pelo trabalho realizado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Também pela coragem de dezenas de pessoas que procuraram os policiais para prestar depoimento, correndo riscos. Fiquei feliz. Parabéns aos delegados Márcio Mendonça, titular da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), e Martha Rocha, chefe de Polícia do Rio.
Por que você está dando parabéns aos dois delegados?
Muito antes dessas investigações, policiais me procuraram confidenciando que todas as investigações instauradas contra o Marcos Pereira eram arquivadas, não andavam. Eles contavam que sofriam muitas pressões de pessoas poderosas quando tentavam confirmar denúncias de abuso ou da ligação dele com o tráfico.
Como os policiais sofriam pressões de poderosos?
O Marcos Pereira tinha muito poder por suas relações políticas. Relações, aliás, que ele ainda tem, que ainda são mantidas. Laços com o poder, com outros líderes religiosos. Ou seja: o delegado Márcio Mendonça deve ter sofrido pressões, mas foi em frente. Levou as denúncias adiante. A Martha Rocha, num encontro que tivemos, garantiu que iria investigar as denúncias, chegando às últimas consequências. Prometeu e cumpriu. O MP também foi eficiente, corajoso. Então, eles merecem meus parabéns.
Você sofreu ameaças de morte do pastor Marcos?
Primeiro, eu gostaria de dizer que o Marcos Pereira não é pastor, não merece ser chamado de pastor pela imprensa. Ele não é nada. Ele se intitulava pastor, se autodenominava pastor. Chamá-lo de pastor é um grande desrespeito com os verdadeiros pastores, com os verdadeiros evangélicos, com as igrejas protestantes de um modo geral. Então, ele não pode continuar sendo chamado de pastor.
Mas você chegou a ser ameaçado por ele?
Não sofri ameaças diretamente, eu descobri planos. Fui informado de que pistoleiros, matadores de aluguel, tinham sido contratados por ele para me matar. Pelas relações com políticos que o Marcos tem e pelas ligações com o crime organizado, ele era considerado intocável. Quando resolvi denunciar, buscar provas de seus crimes, passei a ser uma ameaça. E ele contratou pessoas que me eliminar.
Vocês eram amigos. Quando você descobriu essa outra face do Marcos?
Eu fui vítima, acreditei nele. Falava bem dele aos meus amigos, sem saber que, enquanto isso, ele praticava crimes, se associava aos políticos e criava um círculo nefasto e bem organizado. Em 2009 e 2010, passei a ser procurado por pessoas que passaram a contar histórias de seus crimes.
E o que aconteceu?
As pessoas resolveram romper o silêncio e também procuraram a polícia para denunciar.
Com a prisão de Marcos Pereira, vários crimes estão surgindo...
Isso que apareceu até agora não é nada. Tem muito mais por trás do Marcos, e vai aparecer. Uma vez eu falei que só pararia de denunciar o Marcos, que eu só iria sossegar, quando ele vestisse a camisa verde da Seap (Secretaria estadual de Administração Penitenciária) e aparecesse de cabeça raspada. Então agora vou parar e deixar nas mãos da polícia e do MP.
Você foi o responsável pelas denúncias que levaram a polícia e o Ministério Público a investigarem os supostos crimes cometidos pelos pastor Marcos. Como você reagiu à prisão dele?
Estava na Espanha, quando o meu telefone tocou e uma pessoa me deu a notícia. Minha reação foi de orgulho e felicidade. Fiquei muito orgulhoso. Não de ter tomado a iniciativa de denunciar suas ligações com o crime, mas pelo trabalho realizado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Também pela coragem de dezenas de pessoas que procuraram os policiais para prestar depoimento, correndo riscos. Fiquei feliz. Parabéns aos delegados Márcio Mendonça, titular da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), e Martha Rocha, chefe de Polícia do Rio.
Por que você está dando parabéns aos dois delegados?
Muito antes dessas investigações, policiais me procuraram confidenciando que todas as investigações instauradas contra o Marcos Pereira eram arquivadas, não andavam. Eles contavam que sofriam muitas pressões de pessoas poderosas quando tentavam confirmar denúncias de abuso ou da ligação dele com o tráfico.
Como os policiais sofriam pressões de poderosos?
O Marcos Pereira tinha muito poder por suas relações políticas. Relações, aliás, que ele ainda tem, que ainda são mantidas. Laços com o poder, com outros líderes religiosos. Ou seja: o delegado Márcio Mendonça deve ter sofrido pressões, mas foi em frente. Levou as denúncias adiante. A Martha Rocha, num encontro que tivemos, garantiu que iria investigar as denúncias, chegando às últimas consequências. Prometeu e cumpriu. O MP também foi eficiente, corajoso. Então, eles merecem meus parabéns.
Você sofreu ameaças de morte do pastor Marcos?
Primeiro, eu gostaria de dizer que o Marcos Pereira não é pastor, não merece ser chamado de pastor pela imprensa. Ele não é nada. Ele se intitulava pastor, se autodenominava pastor. Chamá-lo de pastor é um grande desrespeito com os verdadeiros pastores, com os verdadeiros evangélicos, com as igrejas protestantes de um modo geral. Então, ele não pode continuar sendo chamado de pastor.
Mas você chegou a ser ameaçado por ele?
Não sofri ameaças diretamente, eu descobri planos. Fui informado de que pistoleiros, matadores de aluguel, tinham sido contratados por ele para me matar. Pelas relações com políticos que o Marcos tem e pelas ligações com o crime organizado, ele era considerado intocável. Quando resolvi denunciar, buscar provas de seus crimes, passei a ser uma ameaça. E ele contratou pessoas que me eliminar.
Vocês eram amigos. Quando você descobriu essa outra face do Marcos?
Eu fui vítima, acreditei nele. Falava bem dele aos meus amigos, sem saber que, enquanto isso, ele praticava crimes, se associava aos políticos e criava um círculo nefasto e bem organizado. Em 2009 e 2010, passei a ser procurado por pessoas que passaram a contar histórias de seus crimes.
E o que aconteceu?
As pessoas resolveram romper o silêncio e também procuraram a polícia para denunciar.
Com a prisão de Marcos Pereira, vários crimes estão surgindo...
Isso que apareceu até agora não é nada. Tem muito mais por trás do Marcos, e vai aparecer. Uma vez eu falei que só pararia de denunciar o Marcos, que eu só iria sossegar, quando ele vestisse a camisa verde da Seap (Secretaria estadual de Administração Penitenciária) e aparecesse de cabeça raspada. Então agora vou parar e deixar nas mãos da polícia e do MP.
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