Conheça um indiano, em Rajasthan, na Índia, que fundou uma escola extraordinária que ensina mulheres e homens do meio rural – muitos deles analfabetos – a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona.
A ideia da universidade é valorizar o conhecimento daqueles que vivem com menos de um dólar por dia. Os “profissionais pés descalços”, como são chamados os estudantes, são homens e mulheres rurais não educados do modo convencional, mas que são capazes de realizar empreendimentos maravilhosos, pois carregam consigo uma ampla gama de sabedorias locais.
Roy explica que sua instituição foi feita para eles e, por isso, somente o que eles acham ser importante é discutido e refletido ali dentro. Uma faculdade onde se você tem mestrado ou doutorado você é ‘desqualificado’ para entrar. “É preciso trabalhar com as mãos, é preciso ter dignidade de trabalho. É preciso mostrar que se tem uma habilidade que se pode oferecer à comunidade, prestando um serviço a ela. A ideia é valorizar o conhecimento local”, explica Roy.
A Universidade dos Pés-Descalços acredita que “alfabetização” é o que se adquire na escola, mas “educação” é o que se ganha de família, tradições, cultura, meio ambiente e experiências pessoais. Ambos são importantes para o crescimento individual. Roy enfatiza que lá os professores são aprendizes e os aprendizes são professores, ou seja, uma mudança radical nos conceitos atuais do que é ser uma escola.
Onde pra ensinar as matriarcas dos povoados a produzir energia solar, eles usaram a universal linguagem de sinais, e elas ficaram seis meses na Universidade, voltaram para seu povoado e sozinhas instalaram painéis solares, e vem fazendo difundido esse aprendizado em vários lugares do mundo.
Eu poderia descrever muito mais dos extraordinários feitos atingidos pela ‘Pés-Descalços’ mas prefiro que vocês assistam ao depoimento do fundador em uma palestra realizada no TED, eu assisti ao vídeo e por diversos momentos tive que dar ‘pause’, tamanha era meu sentimento de que o mundo precisa de mais pessoas e universidades assim:
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